'INDIFFERENCE'

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OLÁ! Cecilia e eu conversamos, e como vocês bateram a meta de comentários da ultima att em cinco horas, dessa vez, e por esse capítulo ter 16K de palavras, a meta vai ser 3k de comentários. Prometo um spoiler maior como recompensa! 👀

🖤

Seria muito bom poder fingir que nada daquilo tinha acontecido, tanto de um lado, como do outro.

Hoseok não dormiu, passou a noite inteira intercalando entre cochilos e sustos, como uma criança com medo de um suposto monstro debaixo da cama. Um monstro criado em sua própria cabeça, é óbvio.

Virava de um lado para o outro sempre que a imagem do rosto decepcionado de Taehyung invadia sua mente, levantou pelo menos umas três vezes durante a madrugada para fumar porque não conseguia esquecer a maneira como ele gemia manhoso, como parecia tão desesperado por si.

Tudo bem que não era nenhum moralista para se preocupar com algo deste gênero, mas em contraponto, não conseguia evitar. Simplesmente não conseguia e isso o assustou, porque nunca, em toda a sua complexa existência, ligou para as consequências de algo tão efêmero.

Porque era, não é? Pelo menos, deveria ser.

Taehyung não era nada seu além de funcionário. Recebia ordens exatamente como os outros, lhe obedecia exatamente como os outros, era pago exatamente como os outros.

Mentira, mentira, mentira.

Taehyung não era exatamente como os outros nem se quisesse muito se enganar.

Afinal, quem era o ingênuo agora? Hoseok jamais levantaria a mão para assumir aquela responsabilidade, pois como ele mesmo bem disse, a covardia pode fazer com que alguns renunciem aos próprios desejos.

Agora, se ele havia falado aquilo para Taehyung ou para si próprio... era complicado.

Hoseok gostaria muito de ter uma justificativa plausível para sua atitude, assim como tinha quando socava a cara do pessoal da imprensa de frente para câmeras, quando destruía a reputação de um entrevistador em um programa ao vivo, ou quando xingava o sistema à céu aberto em seus shows, e entre outras milhares de coisas que causavam comoção pública.

Mas a diferença talvez estivesse justamente nisso. Ninguém além dele e Taehyung sabiam do que tinha ocorrido, se nada fosse vazado, o que certamente não aconteceria, não existiriam mais opiniões, exceto... as deles.

A parte mais fácil esteve todo tempo bem diante de seus olhos, e não era como se quisesse negar, só nunca houve uma razão específica para ultrapassar a fachada de normalidade. Porque era óbvio que Hoseok percebia a forma como Taehyung o tratava com extrema devoção, sempre correndo atrás do impossível para realizar seus desejos, era óbvio que percebia o brilho diferenciado no olhar do assistente toda vez que chegava perto, toda vez que estava despido, toda vez que o provocava, ainda que fosse utilizando uma arrogância. Era óbvio que já tinha notado como Taehyung sabia exatamente tudo sobre ele, desde os gostos até possíveis reações para algo inesperado.

Hoseok se sentia e se reconhecia como um mapa no qual Taehyung conseguia traçar cada linha, curvas e relevos de olhos fechados.

E isso era tão, tão óbvio, que o cantor não se deu conta de que não era capaz de fazer o mesmo com Taehyung.

O que verdadeiramente sabia sobre ele?

Bom, ainda assim, sempre há uma outra versão das coisas. E a versão que Hoseok sempre quis evitar bater de frente, era a versão que dizia sobre ele mesmo.

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