Evitei falar com Nascimento durante o dia para focar na papelada do novo caso, não estou aqui para ficar de gracinha com um colega de trabalho e muito menos misturar as coisas. No almoço fui buscar meu carro na oficina e eu preferi ficar com Henrique, depois do ocorrido na sala entre eu e Nascimento prefiro não levar isso adiante. Não sei onde estava com a cabeça quando fiz aquilo, não somos mais adolescentes para ficar com esses joguinhos.Estive pensando sobre o que falei para o Henrique outro dia. Não devia ter sido tão grossa, ele só queria me ajudar e não havia necessidade de falar aquilo.
Escutei batidas na porta e revirei os olhos, odeio quando me atrapalham durante a leitura.
—Pode entrar– digo alto e continuo lendo.
—Capitã, você não vai embora?– Henrique perguntou e eu olhei as horas.
—Nossa nem percebi o tempo passar, estava tão focada nessa papelada– suspirei fechando a postila e jogando em cima da mesa.
—Quer que eu te espere para sairmos juntos?– perguntou e encarei ele— Sabe como é, Rio de janeiro é hora dessa fica perigoso– explicou meio sem graça.
—Pode deixar que eu acompanho ela, soldado Henrique– Nascimento aparece atrás dele.
—Tá bom, até amanhã, Capitã Rodrigues– forçou um sorriso e saiu.
—O que você quer? Veio me infernizar– falei enquanto organizava a papelada.
—Que foi agora? Vai fingir que não aconteceu nada mais cedo?– fechou a porta atrás dele.
—Pensei sobre isso e não acho que seja boa ideia, trabalhamos juntos e não tem como isso dar certo– não faço questão de olhar pra ele e termino de arrumar minha mesa.
Guardei a papelada e desliguei o computador, Yasmin tinha me enchido de mensagens perguntando se eu ia morar no trabalho. Pego minha bolsa e olhei em volta pra vê se estava tudo certo, Nascimento ainda estava parado na porta igual um segurança.
—Pode me dar licença?– encarei seus olhos castanhos e me devolveu o olhar.
—Como quiser, Capitã Rodrigues– ele se afastou da porta e quando vou sair, sinto suas mãos rodeando minha cintura com firmeza.
—Para com isso– empurrei suas mãos mas não adianta nada.
Nascimento me coloca contra parede e eu me sinto como uma adolescente, coração disparado e com medo do que pode vir a frente. Seus olhos ficam atentos a cada detalhe do meu rosto, nossa respiração se mistura e estamos em uma distância perigosa.
—Meio desatenta para ser uma policial do BOPE– me provoca e revirei os olhos, me afastei das suas mãos com certa agressividade.
—Eu só quero ir embora– passo por ele, mas sinto sua mão no meu pulso.
—O que vai fazer agora?– perguntou se aproximando.
—Pretendo ir embora para minha casa e dormir– forço um sorriso tirando meu pulso da sua mão.
—Mas ainda está cedo, estava pensando em fazer alguma coisa, sem formalidade e nem falar sobre trabalho– diz colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
—Talvez outro dia Capitão Nascimento, agora não é hora e nem momento para isso– afastei sua mão e dei alguns passos para trás.
—Você parecia decidida mais cedo, porque mudou de ideia?– perguntou cruzando os braços e com o olhar fixo no meu.
—Já expliquei e não vou falar de novo, boa noite Capitão Nascimento– passo por ele sem nem esperar uma resposta.
Quando saio vejo Henrique parado na porta e parecia estar esperando alguém.
—Achei que tinha ido embora, Henrique– digo e ele se virou surpreso.
—Resolve esperar para ter certeza, Capitão Nascimento é meio bipolar– diz dando um curto sorriso
—Isso é verdade– concordei caminhando até meu carro.
—Você passou o dia naquela sala, deve gostar mesmo de trabalhar com isso– diz enquanto me acompanha.
—Sempre foi meu sonho ser policial ou advogada criminalista, no começo ninguém botou fé em mim, mas eu não desisti– contei e dou um sorriso orgulhoso.
—O curso é realmente difícil, por isso ficamos surpresos quando você chegou, não é toda mulher que consegui ir até o final– comentou.
—Isso é verdade, foram os três meses mais sofridos da minha vida, mas valeu a pena depois– brinquei parando de andar e destravei meu carro.
—Tá entregue, até amanhã, Capitã Rodrigues– fala e se vira para ir embora.
—Espera aí– ele se vira— Me desculpa por ontem, não devia ter sido tão grossa e foi completamente desnecessário– expliquei com um pouco de vergonha.
—Não esquenta com isso, eu te entendo, Capitã Rodrigues– sorriu de canto.
—Pode me chamar de Isabele, não tem problema– digo e ele concordou com a cabeça.
—Então…Boa noite, Isabele– dá um tchauzinho.
—Boa noite, Henrique– sorrio e entro no carro.
Mais um capítulo pra vocês,esse não foi escrito por mim e sim pela cadelinhadoRudy207 espero que gostem e leam as fics dela tbm 🥰
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUE VENÇA O MELHOR,CAPITÃO NASCIMENTO (WAGNER MOURA)
Fiksi PenggemarIsabele Rodriguez, uma jovem de 25 anos que acaba de se mudar do nordeste de Pernambuco para a cidade maravilhosa, com uma espectativa melhor de vida,mas acaba criando uma intriga com o capitão nascimento, os dois disputam para saber quem é o melho...