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Richard's POV
27/10/2023, 15:20

Quando as meninas falaram que viriam ficar aqui, falei para Vanessa arrumar tudo, ajeitar os quartos, lavar os banheiros e tudo mais. Tudo para minha namorada, que ainda não é minha namorada, mas um dia vai ser, se pá até minha esposa, ficar feliz.

Caralho, mais iludido que eu, impossível.

- VAN!? - Grito enquanto reviro meu quarto procurando a chave do carro. - ¿Viste la llave de mi auto?

- En el lugar de siempre, Richard. En el armario de la sala. - A mulher fala e eu logo corro para a sala, e realmente estava lá.

- Grácias. - Falo depositando um beijo em sua testa. - Vou buscar as meninas.

- Ok, hijo.

A mulher não sabia falar português direito, mas já entendia tudo o que falávamos. Fazia pouco tempo que ela tinha vindo para o Brasil, para poder "cuidar" de mim.

Entro no carro e logo vou até o prédio, onde as meninas já deveriam estar me esperando. Coloco minha playlist enquanto o semáforo ainda está no vermelho.

- Recebi uma mensagem da tua amiguinha, - Começo a cantarolar a música. - que hoje tu tá suave, você tá sozinha.

Fico cantando algumas músicas ao decorrer do caminho. Sendo a maioria delas, do Chefin, o homem é o homem.

Abaixei a música e mandei mensagem para Laura dizendo que já estava na frente do hotel, ela visualizou e demorou 10 minutos para aparecer lá fora.

- Opa, foi mal. - Ela fala pela janela. - A Allana 'tava pagando os negócios lá.

- Tudo bem. - Eu saio do carro e vou ajudar elas a colocar as malas na mala, mas sem espaço, as mochilas que as duas carregavam precisaram ir com elas, dentro do carro.

Allana entra no banco de trás do carro primeiro e quando Laura iria entrar, ela jogou as duas mochilas nos lugares vagos.

- Poxa, não tem mais espaço. - Ela fala em um tom cínico e eu entro no carro. - Vai ter que ir lá na frente, Lau. - Laura a encara parecendo que só não a mataria ali, porque eu estava olhando.

Ela senta no banco do passageiro e logo aumento a música de novo.

- Essa é boa, vai Lau, canta. - A mais velha fala do banco de trás.

- DOIS PENTÃO DE TRINTA, PRA QUEM QUISER FICAR DE EXEMPLO, MEU VULGO NA CAMISA. - As duas começam a cantar em uníssono. - EXLANANDO DA ONDE EU VENHO. ENRIQUECI MINHA FIRMA, MOSTREI TALENTO E DESEMENHO. DA BOCA OS AMIGOS VENDENDO.

- Vai, Richard. - Allana fala e aponta para mim.

- Pega a rajada de trinta, só eco vindo barulhento. Tá achando que essa porra é filme. Dando gargalhada, é o AK do flamengo. - Eu mais falo do que canto.

- Animação contagiante essa daí. - Allana fala e Laura ri.

- A música com sotaque ficou até mais bonita. - Laura dá um sorriso olhando para mim e eu retribuo.

- Ficar de vela é foda. - Allana nos encara. - Bora, meu povo.

- NÓS TE APAVORA, É O MAIS NOVO PEQUENO. ENTAO BROTA NA PISTA, NÓS NÃO TÁ TE VENDO. - Nós três cantamos juntos. - FIZ ESSE ALEMÃO DANÇAR TANGO. TROPA DO, AH, TROPA DO MANO. DE EVOQUE BLINDADA SEM PLACA, CABELO ENROLADO, CORTE AMERICANO. NÓS É O CARA DO MOMENTO, NÃO É LANÇA PERFUME É XERECA PISCANDO.

- QUER PCX? ENTÃO REBOLA, NÓS TE DÁ O QUE TU GOSTA. BASTA ACEITAR A PROPOSTA, NÃO METE A MÃO, QUE ELA É MINHA DONA. - Elas me deixam cantando sozinho e logo depois batem palmas.

- Boa, Richard. - A mais velha fala e dá dois tapinhas em meu ombro. - Com sotaque fica mais bonito mesmo.

- Falei. - Laura retruca.

Nós passamos os 15 minutos de viagem cantando. As duas tinham o mesmo gosto musical que o meu, trap brasileiro, já que elas sabiam todas as músicas que tocava.

- Lar doce lar. - Allana fala respirando fundo. - E bota lar nisso, viu? - A garota se impressiona com o tamanho. - Tem fim não?

- Se controla, menina. - Laura a repreende, mas logo brinca. - Essa mansão em prédio não é tua.

- Fiquem a vontade, viu? - Eu falo e pego as malas de suas mãos. - Venham ver os quartos.

Mostro os quartos e a casa no geral, quando fomos para a cozinha, esbarramos com Vanessa.

- Hola, hijo. - A mulher fala e vejo Allana soltando uma risada e logo depois Laura a belisca.

- O que foi, ela tá falando "rola, rola", eu quero falar "gosto, gosto". - Ouço Allana sussurrando para Laura, me fazendo rir e as duas me encaram.

- Prazer, meninas. - Vanessa fala tentando não destacar seu sotaque. - Você deve ser a famosa Laura. - Ela aperta a mão da menina. - Richard fala tant... - Eu limpo a garganta bem alto e Laura solta uma risada e nega com a cabeça.

- Sou eu mesma, prazer Vanessa. - Ela a abraça.

Nós comemos o lanche que Vanessa havia feito pra recepcionar as duas jovens. As duas foram para os quartos, separados. Vanessa foi para casa dela, ela insistiu em não morar comigo, "no quero incomodar, hijo".

Laura's POV
18:07

Já havíamos chegado a bastante tempo, lanchamos assim que chegamos, jantamos e Vanessa foi embora logo depois.

- Vou tomar banho. - Falo sozinha no quarto que era muito grande, uma cama de casal, closet e banheiro particular.

Abro a mala e pego a toalha que eu havia trazido, mas não usei, já que no hotel deram toalhas para nós. Faço minha rotina da noite e escolho um baby-doll para vestir. Escolho um curto, não iria sair do quarto e não estava esperando ninguém.

Ligo o computador e coloquei Alice através do espelho, deixei meu celular carregando e me deitei na cama para assistir ao filme.

Meu celular toca e eu pauso o filme.

- Laura, tá aonde? - Allana fala do outro lado da linha.

- No quarto.

- Manda a localização.

- É ao lado do seu!!!

- Eu sei, mas eu queria fazer essa piada, vou aí não. 'Beejo. - Allana desliga, mas logo ouço uma batida na porta.

- Aff - Bufo me levantando da cama. - Oi Nan... Você não é a Nana.

- Eu acho que não mesmo. - Richard fala. Déjà vu...

- O que aconteceu?

- Nada, eu queria saber como você 'tava... - Ele não parava de me olhar de cima a baixo. Começou a coçar a nuca. - Como ainda tá cedo, eu ia assistir um filme, 'cê quer assistir comigo?

- Depende de qual seja o filme. - Eu rio.

- Velozes e furiosos 2.

- Caralho, mil vezes sim.

Eu sento no sofá e ele vai para a cozinha, mas logo volta com um pote cheio de pipoca. Ele pega o controle e dá play no filme.

Nós estávamos sentados, a única coisa que barrava a gente era o balde de pipoca que estava no meio de nós. Logo a pipoca acaba e Richard a leva para a cozinha.

- Tá com frio? - Ele pergunta.

- 'Tô. - Ele só sai e volta com uma coberta.

Ele se senta ao meu lado e nos cobre. Tão atencioso, meu menino. Não entendo os cornos, sem vidas que falam mal do meu príncipe.

Já no meio do filme Richard faz o famoso método de se espreguiçar para colocar o braço envolta do meu pescoço. Nós seguimos em silêncio e eu apoio minha cabeça em seu peitoral. Estava sentindo meus olhos pesarem e logo adormeço na coxa de Ríos.

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1. Muito atencioso nosso namorado, né?

2. Só isso, beijos da autora.

UM RIVAL NÃO FAZ MAL • Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora