Capítulo 10

71 8 4
                                    

(Celular tocando)

Procuro o celular na minha mesa de cabeceira, mas ao invés de sentir a superfície plana de madeira, acabo palpando um cobertor, vou abrindo os olhos aos poucos e percebo que estava na cabana que Jake havia feito, Ryan estava deitado na diagonal com as pernas jogadas sobre o meu abdômen e Mary estava totalmente jogada em cima de mim com o cabelo todo no meu rosto, me levantei com dificuldade sentindo uma grande dor nas costas e alcancei o celular

(Chamada online)

S/n- Dan, são seis horas da manhã!

Dan- Eu sei querida, mas prometi levar o Ryan para o futebol hoje e você tem que levar a Mary para o balé

S/n- Você prometeu para quem? Era o Jake que iria levar ou estou enganada?- Falo um pouco confusa

Dan- O hacker me pediu ontem a noite

S/n- Merda! Tenho vinte minutos para arrumar duas crianças!

Dan- Logo você a senhora responsabilidade?

S/n- Nem comece

Dan- Libera minha entrada que vou aí te ajudar

S/n- Você já está na portaria?

-Quando que os papeis se inverteram?

Dan- Vou levar isso como um elogio

S/n- Vou liberar sua entrada, obrigada Dan

(Chamada offline)

Acordo as crianças e libero a entrada de Dan, cerca de cinco minutos depois ele aparece no meu apartamento, quando as crianças percebem quem está na sala, saem correndo igual dois furacões

S/n- Ryan, banho agora...E Mary, deixa eu terminar seu cabelo

Dan me encarra e começa a rir, o encarro com um semblante sério e isso só contribui para que o mesmo aumente suas risadas

S/n- Devo estar com cara de palhaça mesmo!

Dan- Com esse tanto de farinha no rosto, o lacinho de Mary na cabeça e esse pano de prato no ombro...

S/n- Eu te odeio, sabia?

Mary- Tio Dan, quando ela fala isso, quer dizer que ela ama a pessoa- Mary fala baixinho com intuito de que só Dan a escutasse

Dan- Eu sei minha princesa, agora que tal terminarmos essas marias chiquinhas?

Mary- Vou pegar o pente!

Dan- Moleque vai banhar logo, se você perder o horário, terá que ir ao balé da sua irmã

O garoto pega a toalha do braço do sofá e saí correndo em direção ao banheiro

S/n- Isso foi rápido- Falo rindo

Dan me encarra por alguns minutos e sem dizer nada, se aproxima de mim e me abraça, encosto minha cabeça sobre o seu peito e respiro fundo

S/n- Já pensou se fossem meus filhos?

Dan- Querida, você está?

S/n- O que!? Não! Isso é impossível!

Dan- Então o que foi? Você sempre lidou com essas crianças tão bem

S/n- Ontem Jake me perguntou se eu quero ter filhos

Dan- Você não quer?

S/n- Olha para mim e para o Jake! Não quero empurrar essa situação para uma criança, estamos tentando e sei que Jake vê um futuro, mas tenho medo de que todos os nossos traumas derramem sobre nossos filhos, aconteceu algumas coisas esses dias que me fizeram pensar se eu realmente estou curada de tudo o que eu passei

Onde ele se esconde...- Livro 2 (Duskwood)Onde histórias criam vida. Descubra agora