Capítulo 03: A besta em forma de gente.

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Mais um capítulo no ponto de vista de Harry, no próximo, teremos o ponto de vista de Ron.

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No dia seguinte, porém, Harry quase não conseguiu sorrir para ninguém. As coisas começaram a rolar morro abaixo desde o café da manhã no Salão Principal. As quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de terrinas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon, sob o céu encantado (hoje, toldado por nuvens cinzentas, parecia que poderia chover lá dentro a qualquer momento).

Harry e Rony sentaram-se à mesa da Grifinória ao lado de Hermione, que tinha um exemplar de Excursões Com Vampiros, aberto, e apoiado numa jarra de leite.

Havia uma certa formalidade na maneira como ela deu “Bom-dia”, o que informou a Harry que ela continuava a desaprovar a maneira como os garotos tinham chegado na escola na noite anterior deste dia.

Neville Longbottom, por outro lado, cumprimentou a eles animado. Neville era um menino de rosto redondo e com um nível de acidentes absurdos com a pior memória que Harry já viu alguém ter.

— O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci. — Neville os informou se servindo de algumas torradas, ovos e bacon.

Harry mal tinha começado a comer o mingau quando, a confirmar o comentário,
ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelava uns com os outros.

Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville e, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.

— Errol! — Exclamou Ron assustado, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra.

Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.

Harry viu Stiles indo de forma sonolenta para a mesa da Lufa-Lufa e correu até ela, murmurando um baixo bom dia antes de arrastá-la até a mesa da Grifinória.

— Ah, não! — Exclamou Ron atrás de Harry, olhando horrorizado para o envelope vermelho, Harry se sentou com Stiles ao seu lado, ficando assim ela, Harry e Ron em frente a Hermione que estava olhando para a menina mais alta com curiosidade.

— Tudo bem, ele ainda está vivo. — Hermione tentou acalmá-lo, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo, tentando ver se a coruja estava viva.

— Não é isso, é isto. — Ron estava apontando para o envelope vermelho. Parecia um envelope comum para Harry, mas Ron e Neville olharam para ele como se ele fosse explodir a qualquer momento.

— Que foi? —  Perguntou Harry, confuso.

— Ela... ela me mandou um “berrador”. — Ron disse baixinho, com medo visível brilhando em seus olhos cinzentos.

— É melhor abrir, Ron. — Sugeriu Neville com um sussurro tímido, suas bochechas ficando vermelhas com a lembrança do último que recebeu. — Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção a ele… — Ele engoliu em seco. — Foi horrível.

Harry olhava dos rostos paralisados dos amigos para o envelope vermelho em dúvida. O que isso deveria fazer para assustar tanto seus amigos?

— Que é um berrador? — Perguntou.

Mas toda a atenção de Ron estava fixa na carta, que começa a fumegar nos cantos, chamando a atenção de todos. Até Stiles que estava meio que cochilando com a taça de suco de laranja na boca, olhou para isso com curiosidade.

A Lufana Dorminhoca.Onde histórias criam vida. Descubra agora