desculpas

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Maraisa pov:

Meu corpo amolecia a cada centímetro que ele se aproximava, minha mão percorreu seu rosto deixando com que os gelos caíssem no chão, eu já sentia sua respiração colada na minha.

- Você é tão linda. - Fernando acariciou cada detalhe do meu rosto

- Eu não sei se... - ao mesmo tempo que queria negar aquele toque, meu corpo pedia por aquele beijo

Em questão de segundos nossos lábios estavam colados, sua língua atravessou minha boca indo de encontro com a minha, que dançaram em sintonia em um beijo doce e delicado.

- Eu não posso! - Afastei Mocó, que se assustou com minha reação. Levantei e subi as escadas correndo, fechando a porta do quarto.

Fernando pov:

Não existiam palavras pra descrever aquele beijo, ali eu tive certeza que estava diante da mulher da minha vida. Mas nem tudo são mil maravilhas, sabia que não seria fácil conquistá-la, ela estava muito frágil, sua reação não deixava dúvidas.

- O que aconteceu aqui? - Maiara chegou em casa procurando pela irmã. - O que aconteceu com o seu rosto?

Contei pra ela tudo que havia acontecido, e a cada palavra sua expressão de raiva aumentava.

- Acho melhor ir conversar com a sua irmã. - pedi

- As coisas vão melhorar, nós vamos ajudar ela sair dessa. - Maiara me deu um abraço e me levou até a porta. - Obrigada.

Maraisa pov:

Sentimentos, malditos sentimentos, eu não estava sabendo lidar com os meus, tudo era confuso, ao mesmo tempo que tinha vontade de me jogar nos braços de Fernando outro lado meu sabia que eu não estava pronta para ter outra pessoa. Será que eu nunca conseguiria ser feliz? Enfiei a cara no travesseiro e deixei que as lagrimas tomassem conta dos meus olhos.

- Maraisa? - ouvi minha irmã bater na porta. - Posso entrar?

Sendo minha irmã não deu tempo de permitir ou não, quando vi ela já estava do meu lado, mexendo em meu cabelo e tentando me acalmar.

- Quer conversar? - Maiara perguntou

Balancei a cabeça em sinal de negação, não queria falar sobre aquilo, pelo menos não agora. Todas minhas forças já tinham ido embora, minha cabeça doía, sentia meus olhos inchados, tudo que eu precisava era ficar no meu cantinho.

Não lembro em que momento apaguei, mas acordei com Maiara deitada ao meu lado segurando minha mão. Como eu amo minha irmã, sei que quando não tiver mais nada e ninguém, ela ainda vai estar ali, comigo e por mim. Soltei nossas mãos com todo cuidado, não queria que ela acordasse. Segui até o banheiro, liguei o chuveiro e me pus debaixo dele, ficando ali por minutos, apenas sentindo a água escorrer pelo meu corpo.

Acabei perdendo a noção do tempo, olhei para o relógio e já se passaram uma hora, vesti um moletom e desci para cozinha.

- Irmã? - ouvi Maiara me chamar

- Bom dia, metade. - respondi enquanto pegava meu café. - Achei que ainda estava dormindo.

- Eu estava. - ela respondeu coçando os olhos e com uma cara de bebê inchada. - até o interfone tocar

- Interfone? Quem era?

- Entrega pra você, deixei na da sala. - Maiara sorriu

Minha curiosidade falou mais alto, no mesmo minuto corri até a sala para ver o que era. Sobre a mesa, um buque de girrasóis, o mais lindo que já vi.

- Lê o cartão, Maraisa. Quem foi? - Maiara disse ansiosa.

Com o buquê em meus braços fiquei  admirando por alguns segundos, entre os girrasóis um envelope vermelho que se destacava, e dentro dele um bilhete que dizia...

' Me desculpe por ontem, talvez eu tenha ido rápido demais. Te esperarei o tempo que for preciso.
- Fernando Mocó '

Senti meu coração palpitar, enquanto um sorriso tomou conta do meu rosto.

- Fernando. - Foi tudo que eu disse.

- Eu sabia, minha intuição não falha! - Maiara saiu saltitando pela sala. - Eu ri, mesmo sentindo o nervosismo tomar conta de mim.

Todos sabem o quanto penso demais para decidir algo, que no fim acabo deixando de fazer, por isso logo pequei meu celular e enviei uma mensagem pra ele, ou então Maiara faria isso por mim.

'Obrigada pelas flores, são lindas'

Acredito que Fernando estava esperando, em questão de segundos já tive resposta

'Não mais que você! Podemos sair para conversar?'

Visualizei sua mensagem e não respondi, passado alguns minutos o celular vibrou novamente

'Só conversar, eu prometo'

Respirei fundo e lembrei do conselho da minha irmã, me esconder e ficar em casa não me levaria a lugar nenhum, eu me sentia bem ao lado de Fernando e era isso que importava. Cria coragem e vai, Maraisa, pensei comigo.

'Te espero as 20h'

Respondi e joguei o celular no sofá, se ele respondeu alguma coisa não vi, a minha única certeza era que as 20h ele estaria ali, esperando por mim.

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Quais os palpites? Será mesmo que vai terminar só em conversa?

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