Darling, can you stay here? || Jikook

In the wrong place and at the wrong time

Ⅰ - Desagradavelmente incômodo

  O silêncio era contagiante naquele quarto, exceto pelo barulho do ventilador de teto, Jimin estava sentado na borda da cama, encarando o edredom, com incontáveis pensamentos, todos eles cheios de ansiedade. O problema era que aquele dia, em questão, era o último de suas férias. Talvez ele tivesse desaprendido a socializar com as outras pessoas — não que fosse uma coisa que ele fizesse muito.

A vida inteira ele havia sido uma pessoa de poucos amigos e todas as amizades que ele já fez, o abandonaram tempo depois. Menos um, Kim Taehyung, o único que continua com ele desde os 15 anos, não foi da melhor maneira, mas no melhor momento. Mas tudo que é bom dura pouco e, durante as férias, Taehyung havia se tornado amigo de uma menina chamada Yebin, a amizade lentamente se tornou um romance — Jimin teve que ouvir horas de descrição de uma simples troca de olhares, e então, eles começaram a namorar. O garoto teve medo de ser deixado de novo, sem ninguém.

O menino continuava sentado quando a porta foi aberta de repente por sua mãe: com os cabelos despenteados, pés descalços, com uma cesta de roupas na mão e um fone, cuja música lhes escapava

— VOCÊ TEM ALGUMA ROUPA SUJA? — gritou a mulher e Jimin, ainda se recuperando do susto, respondeu

— Coloquei a...

— OQUE? — e, com um gesto único, Jimin lembrou a mãe dos fones — AH... Tinha me esquecido deles. — ela riu — O que você estava falando?

— Coloquei a roupa para lavar hoje de manhã — contou rindo, Park Misung era a única coisa que melhorava seu humor

— Ah, sim... Mas... O que você estava fazendo olhando para o nada? — perguntou

— Eu... Bem... Nada — Misung sabia que era mentira só de olhar para o filho

— É... É por conta das aulas, não é? — Jimin negou com a cabeça, mas seus olhos, discordando, se encheram de água, a mãe colocou o cesto no chão e se sentou ao lado do filho, que por sua vez, a abraçou murmurando

— Eu... Estou... Com... Com medo — contou, entre soluços, o motivo de tudo, mesmo que para ele fosse vergonhoso, para a mãe era completamente compreensível

— Ei... Se acalma, ficará tudo bem... Vai ficar tudo bem... –consolou apertando o filho em seus braços — Você é perfeito, meu amor — e, quando o último soluço se foi, Jimin ergueu a cabeça, e a mãe limpou suas lágrimas e o levou até a sala, no andar de baixo — Fique aí, vou buscar algumas coisas na cozinha e já volto! — Jimin sentou-se no sofá e ficou pensando nas palavras da mãe, se ele era perfeito, por que estava sempre sozinho? Por que ninguém nunca teve o interesse de se sentar com ele? Tudo ficaria bem, com um milagre, somente assim, tudo ficaria bem de verdade.

— Voltei! — falou cantado com as mãos ocupadas por uma porção de coisas — Que tal? — falou colocando tudo na mesinha de centro

— Para que tudo isso, mãe? — perguntou

— Para comer, ué, coloca um filme aí — Pediu sentando-se ao lado do filho. Aquela tarde foi gostosa, passaram o dia sentados assistindo filmes e se empanturrando de comida e Jimin havia se esquecido de todos aqueles problemas que estavam o atormentando.

— Que horas são, meu bem?

— São... quinze para as seis, p-por quê?

— Tenho que estar no aeroporto as sete... preciso me arrumar... — levantando, Misung começa a limpar a mesa ao centro da sala

— Não, mãe, pode deixar, eu limpo, você vai se atrasar... — e pegou as coisas que estavam nos braços da mãe que, por sua vez, o olhou com orgulho

— Vai dar tudo certo, sei que vai — e o abraçou, logo correndo para o andar de cima se arrumar. Jimin foi pegando as coisas e levando para a pia, começando a lavar as coisas, bem devagar, não queria que aquele dia terminasse e também não queria que sua mãe fosse embora, mas tinha que ser assim, por culpa do pai que ele teve a sorte de não conhecer, mas ele foi embora assim que soube da gravidez de Misung e desde então, sua mãe é obrigada a trabalhar por dois, tendo que viajar o ano inteiro e só voltando no seu aniversário e natal.