Johnny: Foi assim... Quando minha irmã era viva, o Erik vivia atormentando ela. Ele ja quase afogou ela na piscina da escola que a gente estudava, trancou ela no banheiro da escola durante um dia inteiro e chegou até a empurrar ela ladeira a baixo...
Eu: Isso foi cruel...
Jhonny: Foi mesmo... e bastante cruel... Mas ela não falava nada, sempre inventava uma desculpa, acho que por ela ser marrenta demais pra pedir ajuda, ela inventava desculpas para o que acontecia... Eu só sei disso por que, antes de ela morrer, ela escreveu uma carta e colocou no meu armário, eu só encontrei essa carta uma semana depois do acontecimento. Faz 3 anos que ela morreu, mas só nos mudamos esse ano por que vimos que a casa ainda tava com um climão. No mesmo ano que ela morreu, o Erik mudou de cidade com os pais.
Eu: Então é por isso que desde o primeiro dia de aula ele fica nervoso quando alguém sala sobe suicídio...
Jhonny: Sério? Então ele sabe que ele tem culpa! Eu vou matar aquele moleque! - ele gritou e se preparou para correr até o primeiro andar pra estrangular o Erik
Eu: Jô, calma... se você fizer isso, vai perder sua razão...- falei me metendo na frente dele, o impedindo de sair correndo
Jhonny: Claro que não! ele só vai ter o que merece! -gritou novamente
Eu: Vai mesmo enfrentar violência com violência? - gritei de volta. Já estava cansada de ouvir gritos.
Ele pareceu assustado com a minha reação e se sentou novamente.
Jhonny: Ok, me desculpe, pequena. É que esse ato frio dele me irrita. ele sabe que tem culpa e ainda fica escondendo como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse machucado ninguém - ele fala rápido e começando a chorar- como a pessoa consegue fazer isso.
Eu: Ei ei. Não! não fica assim, por favor. eu sei que é difícil perder alguém da família - falei me sentando ao lado dele, o abraçando e secando suas lágrimas.
Jhonny: Não como uma irmã... - falou ele virando em minha direção e respondendo ao meu abraço virando-se de frente para mim e colocando a cabeça nos meus ombros de modo que eu fiquei meio que como uma proteção pra ele
Eu: Não mesmo... pior... perdi meus pais - uma lágrima desceu pelo meu rosto mas eu seguei a mesma e continuei- mas eu prefiro não fala sobre isso... vamos- seguei as lágrimas nos olhos dele beijando seu rosto, peguei em sua mão e o levei até o primeiro andar.
Jhonny: A gente mal se conhece, porque você me trata como se fossemos melhores amigos?
Eu: Talvez seja por que eu queira ser sua melhor amiga
Jhonny: É, pode ser... - ele sorriu fraco
Nós voltamos para a nossa sala e sentamos em nossos lugares. AAH! Ciências! que merda!
Eu estava olhando para a professora com a maior cara de tédio (eu realmente não suportava aquela aula. como alguém pode gostar de ciências? talvez a professora seja problema. mas tanto faz, vou continuar odiando ciências) quando do nada sou acertada com uma bolinha de papel na cabeça. Ela parecia ter vindo do meu lado direito. Então eu olhei para esse mesmo lado para ver o otário ou a otária que tinha jogado isso, quado eu olho, me deparo com Erik olhando pra mim e piscando.
Erik: Abre o bilhete - ele falou em tom de sussurro
Quando eu abri o bilhete estava escrito com uma letra não muito bonita mas legível:
" 19:00 eu passo de carro para te pegar
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A vida "normal" de uma garota "anormal"
Mystery / ThrillerEles tem medo de mim. Acho que a cidade toda sabe que meu irmão matou meus pais. Mas ninguém sabe a verdade. Meu irmão não e esquizofrênico. Ele só tem um problema sério que não é fácil de explicar e difícil de acreditar. Me chamam de louca por...