Eu acabei acordando antes que ele. O que é bom, já que eu quero arrumar o café da manhã.
Levantei-me e, antes de descer para a cozinha, o olhei. Ele estava quase desmaiado. Antes de dormirmos, ainda ficamos falando mal daqueles mimadinhos que não tem nada para fazer e ficam nos perturbando. Coitado, tava todo machucado por minha culpa, o seu olho estava inchado e roxo, tenho quase certeza de que ele não vai conseguir abrir o olho direito por causa disso.
No caminho da cozinha, eu encontro o meu irmão que estava indo para o trabalho.
-Heeey! O que é isso? – Mike falou furioso – tinta? Serio?
-calma, deixa comigo, eu vou arrumar tudo isso, ok?- o abracei para tentar acalma-lo
-bom mesmo! – ele me olhou com cara feia – agora, cadê o Jhonny?
-ah.. ele ta dormindo... Ontem o Erik veio aqui e bateu nele – ao falar isso, olhei para a tinta lembrando-me de tudo
-nossa, e ele tá bem? – mike parecia assustado, pelo menos do Jhonny ele gosta.
-não sei, ele ta com um dos olhos inchados, de resto, nada evidente. Vou leva-lo no médico mais tarde
-Ok. E os pais dele sabem disso?
-vamos os avisar depois do médico já com os resultados e os remédios
-beleza. Boa sorte aí - mike pegou um suco em caixinha e foi embora.
Coloquei tudo na mesa, nutella, pão, manteiga, queijo, presunto e algumas panquecas.
-Luaaaaaa – eu ouço Jhonny me chamando do meu quarto. Eu subo correndo e chego ofegante para atendê-lo
-Ta tudo bem? – falo apoiando minha mão na parede.
-Calma, eu to bem, senta aqui – ele falou dando uns tapinhas no espaço que tinha do lado dele ao me chamar para sentar, e foi o que eu fiz. – primeiro, obrigada por se preocupar – ele deu um beijo no meu rosto. Me senti corar na mesma hora – e segundo, eu to com fome, me ajuda a descer as escadas. Se não vou acabar cortando você, colocando em um pão com queijo, pois adoro sanduiche de tomate com queijo – ele riu.
Mesmo morta de vergonha, eu coloco seu braço sobre os meus ombros e seguro em sua cintura. Descemos as escadas tranquilamente e o coloquei na cadeira.
-E aí? Como foi sua noite? – falei sentando na cadeira na frente dele e começando a fazer meu lanche.
-Se eu te contar você nem acredita- ele fala com a boca cheia de pão.
-Vindo de você, pode ser que eu não acredite mesmo não. – eu sorrio para ele sinalizando que é uma brincadeira.
-boba – ele sorri também- agora é sério. Eu sonhei que a gente tinha se casado – ele ri. Mas não por achar que isso é engraçado e nunca vai acontecer, eu senti que ele estava rindo porque ele não queria ficar sem jeito.
-Sério? – eu ri – que estranho, mas estávamos adultos ou velhos?
- velhos, aliás, eu tava um gato – ele faz como se fosse realmente um gato e fosse atacar alguém. Isso mexe comigo. Um dia, alguém me disse que sonhar é a melhor maneira de se conectar ao futuro.
-Sua humildade sempre me surpreende - eu dou uma risada fraca
-sinceridade nunca é demais
Acabamos de comer e fomos nos arrumar para ir ao hospital
-Eu não quero ir! – ele fala fazendo biquinho
-Para de fazer esse biquinho! É muito fofo! Assim eu vou acabar cedendo – ao me ouvir falando isso ele força mais o biquinho – para que agora ta parecendo que você foi picado por uma abelha – ambos rimos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vida "normal" de uma garota "anormal"
Mystery / ThrillerEles tem medo de mim. Acho que a cidade toda sabe que meu irmão matou meus pais. Mas ninguém sabe a verdade. Meu irmão não e esquizofrênico. Ele só tem um problema sério que não é fácil de explicar e difícil de acreditar. Me chamam de louca por...