- Eu imagino que seja difícil ou complicado pra você vir aqui e aceitar tudo isso quando não cresceu vendo o Natal como eu vi. Já pensei que esse lugar deveria ser seu e não meu, mas me sinto grata por tudo o que vivi até hoje. - Ela falava, enquanto andava por entre as caixas.
- É só diferente do que eu fui criada a acreditar. Mas está tudo bem. Vai ser um prazer poder ajudar. - Eu sorri amigável porque a duende me deu um toque e eu devo tomar cuidado. - Você não deveria ter sentido que tomou meu lugar. Você não tinha ninguém. Fico feliz que me pai deu pra alguém que precisava o que não podia dar pra mim.
- Ele é um bom homem. Sempre fez questão que eu estudasse. Eu estou fazendo faculdade. Não deixei de estudar um único dia e vim para cá para passar as festas. É o que ele gostaria. Ele não gostaria que eu deixasse meu futuro de lado pra cuidar dele. - Ela explicou e eu entendi o que ela estava dizendo. Achei que ela queria dizer que meu pai não ia querer nunca que eu deixasse minha vida pra cuidar dele, mas eu sabia que era minha responsabilidade herdar tudo aquilo.
- Você estuda o que? - Eu quis demonstrar interesse porque eu tinha interesse, não porque eu era uma curiosa fingindo interesse só pra fofocar.
- Relações internacionais. Eu quero poder ajudar no que puder a espalhar coisas boas pelo mundo. Ser um criança sem um lar e que foi acolhida com amor por tanta gente nesse lugar me fez saber que eu deveria ajudar de alguma forma. Seria como retribuir o que eu ganhei. Nem que fosse pra eu levar o poder do Natal para quem não acredita ou para quem é impedido de acreditar. Todo mundo merece passar pela magia. As pessoas pensam que o Natal é uma coisa só. Ou pensam que é Cristo, ou pensam que é presente de Natal. Mas o Natal é mais que só o que elas vêem. O Natal é sobre o amor, amizade, companheirismo. Os presentes são usados para dar lucros, mas o lucro que dinheiro nenhum paga é a sensação de se sentir lembrada e amada. Para uma criança que não tinha nada, eu me sentia feliz por ter algo vindo de alguém. As crianças são assim. Até uma bola fina que fura fácil deixa feliz. Minha cidade tinha um prefeito que todo ano juntava todas as escolas no ginásio da cidade e distribuía presentes, fazia show de dança e com cantores cover para as crianças. Todos os anos era esperado o fim do ano só pra poder ir lá ganhar os presentes. Muitas famílias dessas crianças não tinham dinheiro para dar algo para elas. Aquele era o único presente que algumas delas recebiam. Era uma alegria pegar um saco com uma bola e uma flauta, os docinhos e a pipoca doce. A alegria no olhar de todo mundo. As crianças comparando a cor das bolas. As bolas finas que não durariam muito tempo, mas deixavam as crianças felizes. Isso é o Natal. Aquele prefeito sabia o que fazia. Seria bom se todos os políticos tirassem uma parte da verba para dar um Natal feliz assim. O mundo é ruim demais, muitas vezes. Minha mãe foi morta. Eu sei como dói perder alguém pra violência quando se é tão pequena. Tantas crianças perdem alguém da família todos os anos pela violência, doenças, acidentes... Não de substitui a perda, mas... Se você pode fazer algo bom, deveria fazer. Têm políticos que parecem ser mais celebridade do que políticos. Você vai procurar alguma manchete e não tem um projeto de lei. Mas tem eles lá atacando outros políticos, xingando pessoas, usando do foro privilegiado pra cometer crimes. Não acontece nada e se acontecer , também... Não vai mudar nada porque o esquema é sempre o mesmo. Eles aparecem sempre uma vez a cada quatro anos e inventam um bando de conquistas pra ter o voto das pessoas. Eu quero poder ser alguém que luta pelas pessoas. Não só no Natal, mas o ano todo. Porque quando você não tem nada nessa vida, você aprende que não é justo outras não ter também. Se você conquista algo, você quer ajudar mais pessoas a conquistar. É isso o que eu quero fazer, sabe? Eu quero fazer a diferença no mundo de alguma forma. - Ela me olhava a cada palavra que dizia e eu sentia aquele sentimento que a gente sente quando a pessoa diz coisas tão bonitas que a vontade é de ouvir ela falando pra sempre. Você já se sentiu assim por alguém? Se sentiu, deve saber como eu me senti naquele momento. Era tão bonita a forma dela de falar. Eu sabia que ela deveria ser muito boa no que estava fazendo da vida dela. E ela era uma pessoa boa que merecia ser cuidada. Meu pai devia saber o que fazia quando escolheu ela e não outra. Eu também pegaria Mon e cuidaria pra ela não ficar sozinha no mundo. Pensei que teria sorte se ela olhasse pra mim e pensasse o mesmo. Eu sabia que se sentir sortuda por ter alguém era algo que não tinha preço. E eu sabia que seria como ganhar na loteria alguém como Mon me querer porque boa parte das meninas são enjoadas. Eu sabia disso porque eu não tinha muita sorte no amor. Muitas de nós não temos, né? Você encontra a menina bonita e pensa que ela vai te amar, mas muitas só querem ferrar com sua vida e depois vazar, te trocando pela melhor amiga que ela conheceu faz dois meses. Quantas de nós? É... Quantas de nós? Até cantoras famosas que começaram a namorar quinze dias depois de uma delas ter terminado com a ex. As duas eram amigas e afirmavam que eram só amigas. Hoje, elas são o casal favorito de cantoras das lésbicas. A ex se ferrou, mas que bonitinho as cantoras namoradas. O amor é lindo! Tudo normal no lago das sapas nadadoras. Até as girinos já sabem fazer isso. Por isso, eu sabia que Mon me olhar seria ganhar na loteria. Eu só tinha tido azar. A sorte de uma mulher incrível nunca tinha aparecido pra mim. Se eu achava ela linda antes, agora eu via ela como algo maior ainda. Eu daria tudo pra ela viver a vida ao meu lado e construir tudo comigo, conquistar tudo comigo e eu com ela. Estava emocionada? Sim, claro! Mas quem não fica emocionada com uma mulher linda que é fofa, inteligente, com planos, que se importa com próximo, que... E eu sempre tive um fraco por mulheres inteligentes. Elas têm um charme no jeito de falar e agir que te quebra de mil maneiras diferentes. Você fica ali admirando cada palavra dita pela boca mais linda do mundo. Eu sabia mesmo, de verdade, que ter uma Mon pra mim seria o maior prêmio que eu receberia na vida. E eu trataria ela como minha musa eterna. O pão de queijo de Minas para um mineiro. O dinheiro para um paulista. Um banho de mar para o carioca. A inexistencia para o capixaba. Os dinossauros para os acreanos. Haja amor! - Não me olhe assim, eu fico sem graça.
- Olhar de que forma? - Fiquei mais sem graça ainda. Eu não sabia que estava olhando para ela de uma forma diferente. Eu só estava olhando e achando bonito.
- Bom... É... Haha... Eu preciso te contar... Contar sobre como funcionam as coisas por aqui. - Ela estava sem graça e eu também. Dava pra ver que estava uma disputa bem grande sobre qual de nós estava mais vermelha e eu não sabia se isso era um bom sinal. Afinal, eu era um desastre com mulheres. Eu já disse isso. E eu era mesmo. Não tinha sorte nenhuma. Eu podia ser a girl mais fofa do mundo. Elas nunca ficavam comigo. Talvez eu beijasse mal. Ou não tinha pegada. Ou talvez eu só escolhesse mulheres que não combinavam comigo. Eu não sabia. Eu só sabia que não tinha sorte e não sabia se ela ficar daquela forma era um ponto pra mim. Tinha medo de pensar que era e passar por algo ruim... Como me magoar outra vez. - Estamos andando por entre as caixas. Você precisa entender como funciona. Aqui nessa parte é o nosso depósito antes do depósito que é o saco. O saco é magicamente aumentado. Nele, cabem infinitas caixas. Precisamos saber que temos que passar pelo mundo inteiro num intervalo de vinte e quatro horas. Assim que dá meia noite no primeiro país, o Papai Noel já deve estar lá. O tempo acaba sendo feito para passar mais de vagar para que dê tempo. A magia proporciona que voe de país para país e pelo oceano, continentes, a tempo de todo os lugares receberem os devidos presentes. Não são somente crianças que recebem presentes. Existem adultos especiais que recebem. Estamos falando de pessoas com deficiência, autismo e afins. Mas também estamos falando de pessoas que são boas e contribuem para um mundo melhor. Pessoas boas também merecem receber algo. Ha adultos bons. E dar reconhecimento para isso é algo importante. Afinal, elas fazem algo que a grande maioria não se importam de fazer porque são egoístas demais. Então, para essa sala, vêm os presentes que são empilhados ou as caixas já prontas. Depois, as caixas são levadas para o saco. As nossas fábricas ficam em outros setores. Se você quiser conhecer as fábricas, eu posso te levar. A minha fábrica favorita é a de produtos coloridos. São feitos presentes para meninos e meninas que gostem disso. Eu sempre gostei das almofadas coloridas, mas existem ursinhos, até bonecas coloridas. As fábricas são cuidadas pelos elfos. Gostaria de conhecer os elfos?
- Sim. - Eu respondo, tentando não parecer que eu estava babando enquanto ela falava. Eu sabia que devia ficar menos viadona, mas eu não conseguia. Ela falava de um jeito que me deixava besta de tudo. A mulher era incrível e eu sabia. Seria um desperdício ter uma mulher incrível na minha frente e eu não ficar babando a beleza e forma de agir, falar e pensar da bicha. Eu só não podia exagerar. Ou ela me acharia doida. Não é bom ser tachada de doida por mulher bonita. Porque doida é a mulher que faz da sua vida um inferno e não a mulher que vai te dar uma vida de felicidade.
- Tudo bem, vamos andando. Eu vou te levar na porta certa. Com o tempo, você decora onde fica cada coisa. Parece grande, mas é só como uma fábrica ou uma casa bem grande. O costume te faz decorar cada canto. - Ela sorria e eu me sentia aliviada por ela sorrir porque quando uma mulher sorri pra você é porque ela está feliz e não está te achando uma maluca. Eu não queria que ela me achasse uma maluca. Eu queria que ela me achasse o amor da vida dela. Seria pedir muito? Eu já estava achando ela o meu. Custava ela retribuir e a gente casar em uma semana? A gente podia já casar logo após a entrega dos presentes. Tudo certo! Vamos ser as sapatão que casa em uma semana, sim! Meu voto era sim, com certeza!
- Sim, com certeza, eu logo vou me ca... Lembrar. - Sorri daquela forma.
- Eu sei que Papai Noel leva os créditos por tudo, mas os trabalhos são feitos em equipe e todas as equipes são importantes. Existe uma mania muito feia na humanidade de só dar crédito para o considerado dono da empresa. Nenhuma empresa existe sem os funcionários. Até mesmo uma lata de milho envolvem muitos trabalhadores. Precisa dos trabalhadores que coletam o material para fazer a lata, os trabalhadores que fazem a lata, os que empacotam a lata, os que transportam a lata para a indústria que vai vender o milho enlatado. E então precisa dos trabalhadores que desempacotam as latas, os que põem as latas na máquina, os que plantam e colhem o milho, os que transportam o milho, os que pegam o milho e levam para dentro da fábrica, os que pegam o milho e colocam pra cozinhar, os que fazem a máquina retirar o milho das caldeiras, os que fazem o milho ir pra lata. Depois de tudo pronto, ainda tem os trabalhadores que verificam as latas e os que colocam as latas nas caixas. E depois tem os que transportam para o mercado para que alguém compre. As pessoas costuma achar que a lata se faz magicamente, assim como pensam que os presentes vindos daqui surgem do nada. Aqui, somos um local onde se valoriza cada trabalhador. Todos nós ganhamos quando damos a alegria e todos nós temos o reconhecimento aqui dentro. Ninguém é maior que ninguém. Nem mesmo a Yuki. Ela pode ser quem cuida do Papai Noel, mas o trabalho de todos é importante. Entende? - Ela para em frente à uma porta e me olha, parecendo me analisar pela primeira vez, como se quisesse ver se eu tinha entendido o que ela falou e se concordava com o que falado.
- Sim, senhora. - Falei meio assim porque não sabia o que falar. Eu tive medo de falar qualquer coisa errada e ela me odiar. Então, só concordei, torcendo para que ela me olhasse e visse que eu entendi e concordei.
- Muito bem. Vamos entrar no setor das fábricas. - Ela abriu a porta e demos para um corredor com várias portas. Cada porta tinha uma cor. Eram variadas cores e variadas formas de portas pra não confundir. Tinha uma branca com desenhos coloridos. Não era exatamente infantil, mas me lembrou um pouco a porta da Bo de Monstros S.A.. Uma porta fofa e inconfundível. Pensei que se fosse aconchegante por dentro como era por fora, eu estaria mais que feliz. E Mon parou bem de frente à porta que eu mais gostei. - Essa é a fábrica que eu te disse que mostraria. Pela porta já dá pra ver que aqui é o setor dos coloridos. Isso inclui crianças viadas. É minha favorita, por isso. Porque quando eu vim pra cá foi o lugar que fiquei primeiro. Eu era uma criança viada. Eu queria pular no algodão colorido para sempre.
Ela sorria de uma forma que me fez sorrir também. Aquele sorriso que você sorri junto com a pessoa porque você é capaz de sentir a felicidade dela. Eu conseguia entender, era verdade. Quando a gente também é uma criança viada, a gente sabe como é. A gente sente e vive igual. Como se a gente fosse gêmeos. Não importando se fosse menino ou menina. Só uma criança viada é capaz de entender outra. E quando ela abriu aquela porta, eu vi meu peito cabeludo ficar careca na hora. Nem todo coração peludo aguentaria ver tudo aquilo que eu vi. Era o lugar mais viado que eu já vi na minha vida. Nem uma Parada Gay de São Paulo teria tanta viadagem como aquele lugar tinha. Ela disse sobre os elfos. Eles eram fofos e pequenos. Mas não tinham só eles, pequenos elfos barrigudos e com narizes grande e, orelhas grandes e peludas. Eles vestiam sainhas e vestidinhos e roupinhas de meninos com gravatinhas borboletas ou roupinhas de meninos. Eles usavam sapatinhos. E tinham nuvens de algodão com tantas coisas coloridas. Tinham ursinhos de todos os tipos e tamanhos, unicórnios, algodão colorido. A criança viada em meu interior queria pegar aqueles elfos no colo e fala que eu era a mamãe deles. Nunca que a pequena Sam que viu Harry Potter escondido da mãe na casa da amiga ia imaginar um Dobby daquele. Ou a Sam que lia os livros de Harry Potter escondida da mãe ia pensar que Dobby poderia ser aquela coisinha pequena e fofa de guardar num potinho e falar que é meu pra sempre. E como podiam trabalhar tanto? Eles eram nenéns! Meus nenéns!
- Não olhe assim pra eles. Eles não gostam de ser vistos assim. - Mon me olhava parecendo achar graça.
- Assim como? - Fiquei sem graça.
- Eles são trabalhadores. Não se engane pelas roupinhas e pelo ambiente. Acredite, levei um mordida de um quando tentei pegar no colo. São bravos. Parece que quanto menor é, mais bravo fica o ser. - Ela riu e entrou porta adentro.
- Que chato. Queria pegar. - Eu soltei uma fungada.
- Shiu! Não fala isso aqui dentro. Vamos lá que vou te mostrar uma coisa. Eu soube que você é corinthiana. Eu imagino como você deve amar seu time. O meu é o Manchester. Vou te levar lá pra você ver os produtos do Corinthians que fazemos aqui. - Ela sorriu e saiu andando.
- Ah, que legal! - Eu soltei aquele gritinho.
- Sabia que você iria gostar. - Ela sorria e eu fiquei feliz.
- Peraí... Você é da Inglaterra e fala perfeitamente o português. Você é daquelas que fala muitas línguas? - Eu fiquei super chocada por notar isso só naquele momento.
- Poliglota? Ah, sou! Falo inglês, francês, japonês, tailandês e espanhol. Mas não falo português. Aqui, a magia faz com que todos se comuniquem em igualdade. Os elfos, mesmo, falam islandês. Os duendes falam russo. Seu pai, mesmo, só consegue falar várias línguas por ser o Papai Noel, mas antes ele só falava coreano. - Ela deu de ombros e eu fiquei sem acreditar naquilo. Isso até chegarmos aos produtos do Corinthians e eu ver uma camiseta com arco-íris naquele estilo camelô perfeita de linda e dar um grito.
- Posso pegar pra mim? Posso? - Eu parecia uma criança feliz por ver seu brinquedo dos sonhos. Quem dera o Corinthians lançasse uma camisa coloridinha assim. Mas lá eles fingem ser abertos. Só fingem. A verdade é que eles são machistas. Muito machistas. Chega a ser vergonhoso, até.
- Você é a filha do Papai Noel, a nova Papai Noel desse ano. Você pode ter o que quiser... Não tudo, mas pode pegar uma coisinha se quiser. Vai ser como um presente dos elfos para você. Eles vão ficar felizes. - Ela sorria para mim.
- Jura? Posso mesmo? - Eu fui e peguei a camiseta com todo cuidado e abracei. Só quem torce sabe o que é pegar o manto. Você abraça com todo amor como se fosse seu neném e esquece que é uma adulta barbada. - Meu...
- Sabia que você ia gostar daqui. Você é viadona como eu. - Eu olhei pra ela e ela sorria pra mim. Eu podia jurar. Eu podia colocar minha mão no fogo. Mas quando eu olhei para ela naquele momento, ela olhava para mim igualzinho a quando eu tava olhando para ela quando ela falava as coisas e eu estava boiolona. Ali, enquanto eu tava ainda com a camisa nos meus braços, nós duas nos olhamos e parecia que não existia mais ninguém ali. Era só eu e ela. A viadona corinthiana e a menina que falava muitas línguas e tinha sido mordida pelo elfo. Duas viadonas no lugar mais colorido do mundo. Eu sabia que se não pegasse aquela mulher pra mim, eu ia ser a mulher mais burra do mundo. Tem girls que ou você pega, ou você passa a vida toda se lamentando porque nunca mais vai achar outra. Você pode até namorar e casar com outra, mas nenhuma nunca vai ser aquela. E a Mon era aquela que não devia ser perdida. Se eu perdesse, já podia me jogar fora porque nem pra conquistar a mulher da minha vida, eu servia. Então, eu não servia pra mais nada.
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Snow On The Beach (REPOSTAGEM)
FanfictionO Natal está aí... É uma fic que eu fiz pra brincar comigo no Natal porque eu estava um pouco triste. Não levem tão a sério as piadas, mas o final eu fiz um pouco bonitinho. *Eu sou autista, o que me faz sentir e escrever sobre o amor de uma forma d...