Segredos na Bentley

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Os dois voltaram a caminhar pelo parque de mãos dadas, como nos velhos tempos? Não, melhor que nos velhos tempos! Após uma caminhada cheia de conversas e risadas e até questionamentos, estavam novamente na entrada do parque em direção a saída, Bentley de Crowley os esperando.

— Vou te levar pra livraria — Comentou Crowley com firmeza, sendo cavalheiro do jeito que é, mas também apenas com o anjo, que abre um sorrisinho.

Entraram na Bentley, a que sempre esteve junta com ambos, além de um meio de locomoção, como uma parte da vida deles, tão importante quanto.

Aziraphale observava Crowley arrumando tudo para começar a dirigir, cada detalhe, o ajuste no retrovisor, colocando os óculos escuros novamente, a serpente se sentia segura ao dirigir de óculos, e não tinha o costume de colocar cinto de segurança.

Crowley ao enfiar a chave prestes a ligar o carro, sentiu uma mão na seu rosto lhe puxando para perto do banco do passageiro, sentindo novamente os lábios do anjo nos seus, ficou surpreso com o principado agindo daquela maneira tão repentina, com os olhos abertos o observa a continuar com o selar longo.

Aziraphale abre levemente os olhos, achou engraçada a expressão de surpresa de Crowley, entre os lábios abriu um pequeno sorrisinho, com sua mão livre retirou o óculos recém colocados, colocando em qualquer canto do carro.

Crowley estava impressionado com o selar tão de repente vindo de seu anjo, que sempre via como um bobinho, pego desprevenido, ficou imovel sem saber como reagir a todas essas emoções.

Mesmo que quisesse continuar, separou um pouco os lábios olhando para os olhos de Aziraphale.

— Anjo, vamos com calma, temos todo tempo do mundo. — respondeu entre os lábios do loiro, queria que estivesse falando fosse o que realmente estava a pensar, mas a racionalidade sobrepôs seu desejo por um breve momento.

— Cala a boca, Crowley. — Aziraphale respondeu de forma impaciente, como se estivesse no comando, segurou pela nuca aprofundando os beijos de uma forma mais intensa ao utilizar a língua, fez o demônio ficar frente a frente do angelical, Crowley não sabia o que fazer, mas estava nas nuvens.

Crowley, coitado, não sabia o que fazer, nunca imaginava seu anjo que chorava por mentir há alguns séculos atrás agora o beijando em sua Bentley, mas não podia negar que amava ver ele daquela maneira.

Suas mãos angelicais decididas vagam até a cintura de Crowley, que se perguntava inúmeras vezes como aquilo podia ser certo e como estaria acontecendo, mas são regras, Crowley amava quebrar elas.

Com um caminho em sua mente, Crowley coloca suas mãos quentes nos ombros de Aziraphale e lentamente vai descendo elas até as coxas grandes de seu anjo apertando as mesmas, Aziraphale levanta as sobrancelhas com uma expressão de interessado.

O frio daquela noite de véspera de natal não parecia nada comparando o calor dos toques de ambos naquele beijo tão necessário.

Um momento tão íntimo e lindo do casal inefável, poderia durar para sempre aquela noite incrível, porém, tudo que é bom dura pouco

Enquanto os dois trocavam carícias mais profundas, eles imediatamente se afastam e largam ao escutarem 3 batidas no vidro do carro, assustaram achando ser os grandes arcanjos acharem alguma maneira de acabar com a vida dos dois celestiais, eles queriam achar sempre uma prova que Aziraphale é um grande de um pecador para se denominar anjo. Quando viraram assustados para o vidro do carro do lado do motorista, o que esperavam ser o novo apocalipse, era simplesmente um humano com um uniforme de guardinha de trânsito.

Crowley e Aziraphale estavam com os lábios vermelhos e cabelos levemente bagunçados, o anjo envergonhado se endireitando no banco do passageiro desamassando suas roupas, diferente de Crowley que rapidamente tenta achar seus óculos colocando da forma mais desengonçada possível para falar com o oficial. Abaixou os vidros apoiando seu braço na janela, o jovem oficial fica olhando para os dois tentando raciocinar o que acabou de acontecer 

— O- O senhor não pode estacionar aqui, sua habilitação, por favor… — o jovem envergonhado estende a mão para o demônio que dá uma risadinha lhe entregando um cartãozinho.

— Olha o que eu faço por tua causa, meu anjo — Crowley lança um olhar sapeca para o anjo que continua com sua postura, ainda nas nuvens de tão sorridente

Depois de uns pequenos segundos, o oficial entrega um pequeno papel com uma segunda via guardada pra ele, Crowley pega o papel com o título “INFRAÇÃO DE TRÂNSITO” 

“Anthony J. Crowley”

— Tenha um feliz natal, senhor Anthony. — O oficial vai embora orgulhoso por fazer seu trabalho. Os dois no carro se olham e começam a rir, às vezes pareciam que dividiam os mesmo neurônio
 
— Vou te levar para a livraria agora, sem gracinha, anjo mau —  Crowley solta uma risada alta para o anjo já seguindo caminho, Aziraphale responde em um sorriso tímido.

Crowley estava radiante, como se seu coração pudesse escrever mil poemas sobre apenas um nome, “Aziraphale”, o sorriso bobo nítido, mesmo tentando esconder ele pressionando seus lábios.
Porém, algo parecia diferente e estranho, era Aziraphale, sua cara não parecia tão agradável aos olhos de quem vê, juntou as mãos apertando elas com certa apreensão, olhando para as ruas de Londres pelo vidro da Bentley agora em movimento.

Déjà Vu - Fanfic Aziracrow Onde histórias criam vida. Descubra agora