𝐌𝐚𝐲𝐚 𝐇𝐚𝐫𝐭. Uma garota calma, meiga, gentil, educada e amada por todos. Mas nem tudo é perfeito, não é? Maya tem um passado trágico, um passado pelo qual ela quer esquecer, mas isso é impossível quando se tem uma garota curiosa e enxerida em...
— Então quer dizer que agora você virou menina boazinha e trouxe uma desconhecida para cá? Não esperava menos de você. — faz alguns minutos que Dina e uma garota chamada Thalia estão discutindo.
— Cala boca, Thalia. Você sabia que ela poderia morrer se ficasse lá? — Dina parece ser uma pessoa tão calma, mas o seu tom é áspero, tão rude que percorre alguns arrepios pelo meu corpo. Como... medo?
Talvez seja porque odeio brigas.
— Ok ok, deu de briga por hoje né meninas? Thali, sua mãe mandou te avisar que ela precisa da sua ajuda — Uma mulher entra pela porta, cabelos que batem no pescoço, loiros e um sorriso meigo. Não parece ser uma pessoa ruim.
— Já estava na hora. — resmunga Dina enquanto Thalia se vira para ir embora, mas não antes de mostrar o dedo do meio para Dina.
— Então... Quem é essa? — pergunta a loira.
— Essa é a Maya, achei ela em umas das casas que fica perto do hospital. Ela estava machucada e parecia que precisava muito de ajuda, então... Eu decidi trazer ela.
— Então, Maya. Eu sou a Maria, você pode ficar a vontade ok? Infelizmente os quartos de hóspedes estão lotados. Dina, ache uma colega de quarto para ela. — diz Maria, antes de sair novamente.
— Ok, Maya. Tem roupas limpas em cima da cama e uma toalha no banheiro. Quando terminar o banho, vamos estar te esperando para o café, tudo bem? — Pergunta Dina, confirmo com a cabeça, ela me responde com um sorriso
— Bem vinda ao lar, Maya. — Ela da um tapinha em meu ombro direito e sai do quarto.
Lar?
Agora eu tenho um lar?
Olho em volta, esse lugar é aconchegante. Tem alguns quadros de pinturas pela parede, uma estante com algumas fotos, entre elas, uma foto da Maria e um homem ao lado, seu namorado?
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— Sente-se com a gente, Maya. — Diz Maria.
Havia uma grande mesa de café da tarde. Caramba, nem lembro da última vez que me alimentei. Me sento na mesa, havia umas seis pessoas sentadas na mesa. Todos estavam olhando para mim.
Me sento ao lado da Dina. Sinto os pingos do meu cabelo molhado caindo em minhas costas, o cheiro do perfume doce que Dina havia deixado para mim era agradável. Passei tanto tempo relaxando em baixo da água que meus dedos estão enrugados.
Depois do café, Dina me apresentou toda cidade, esse lugar é incrível! Tinha uma biblioteca simplesmente fantástica no final da rua de onde vou morar. Sempre amei ler, mas nesses últimos anos tem sido um pouco difícil eu ter tocado em um livro.
Finalmente, chego em meu novo quarto, pode não parecer grande coisa, mas para mim é incrível. No lado do quarto que não é meu, tem um violão pendurado na parede, a cama está bagunçada e tem alguns pequenos livros que tem a capa de astronauta em cima da cama. Acho que vai ser um pouco torturante dividir quarto com alguém tão desorganizado.
Dina me falou que amanhã nós iríamos sair para comprar decoração para o meu lado do quarto, não posso negar que estou extremamente animada. Dina é a pessoa mais legal que eu já conheci.
Eu pego um lençol que estava dobrado em uma estante e estendo na cama, depois de organizar o que eu conseguia da minha parte do quarto, me sento perto da janela e fico observando a cidade. Folhas secas estão caídas pelas ruas, crianças correndo e sorrindo, o céu que agora estava nublado trazia sensação de paz. Abro a janela deixando a brisa leve do vento soprar meus cabelos, meu rosto está apoiado em minha mão enquanto observo cada detalhe. Havia uma árvore bem na frente da janela do meu quarto, era grande e um dos seus galhos parecia ser firme. Tenho certeza que ler um livro sentada ali seria uma experiência incrível.
Logo, minha atenção é tomada pela porta do quarto se abrindo, uma garota entra. Cabelos escuros, pela pequena luz da rua pegando em seu cabelo, eu diria que é ruivo. Seus olhos verdes e uma expressão irritada no rosto.
— Você deve ser a garota nova. — Ela diz. Eu diria que para mim é difícil ter um diálogo com pessoas, acho que sou extremamente estranha por isso. A ruiva põe sua mochila atrás da porta e logo se joga em sua cama.
— O gato comeu sua língua? — Ela se deita de lado e apoia sua cabeça em uma de suas mãos. Eu não respondo ela, me sinto um pouco mal, pois provavelmente estou parecendo mal educada.
— Enfim... É bom que você seja quieta, porque assim você não me estressa, igual minhas últimas 3 colegas de quarto fizeram. — A ruiva diz. Fico em silêncio, depois de uns minutos a garota se levanta e pega uma roupa em seu armário.
— Aliás, eu sou a Ellie. — é a última coisa que ela diz antes de entrar no banheiro que havia no quarto.
Ok, eu tenho uma colega de quarto grossa e antipática, isso é algum tipo de castigo ou algo assim?
Ou será que a errada sou eu?
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