blue lock: time Y

O despertar do instinto

Kenji, ainda imerso em seus próprios pensamentos, mal percebeu quando Jin Kyora se aproximou e se sentou ao seu lado. Com um gesto amigável, Kyora ofereceu uma garrafa de água para Kenji, um sinal sutil para relaxar e se desligar um pouco do jogo que acontecia em sua mente.

"Kenji, meu amigo, você parece tenso demais. Se continuar pensando tanto, vai acabar explodindo!" Kyora brincou, tentando aliviar um pouco a tensão do momento.

Kenji piscou algumas vezes, surpreendido pela presença repentina de Kyora ao seu lado. Ele olhou para a garrafa de água, aceitando-a com um aceno de cabeça de gratidão.

"Eu... estou apenas pensando um pouco, Kyora. Sinto que preciso disso para melhorar meu jogo", Kenji confessou, tomando um gole da água enquanto seu olhar se perdia no campo à frente.

Kyora soltou uma risada suave, apoiando-se levemente no ombro de Kenji. "É exatamente isso que estou dizendo, meu caro. Mas precisa relaxar um pouco para poder agir naturalmente."

Kenji olhou para Kyora com um olhar misto de surpresa e curiosidade. Ele havia considerado essa ideia antes, mas ouvir de Kyora, de certa forma, o tranquilizou. A abordagem descontraída de Kyora parecia trazer um novo ponto de vista sobre a situação.

"Relaxar, huh?", Kenji murmurou, quase como um pensamento em voz alta.

"Isso mesmo! Confie no seu talento, na sua intuição. Às vezes, a resposta está justamente em não pensar demais. Deixe fluir, meu caro Kenji", Kyora falou, agora com um tom mais sério, mas ainda com um sorriso no rosto.

Kenji se viu sorrindo involuntariamente diante do jeito descontraído de Kyora. Era um conselho simples, mas tinha uma verdade inegável. Ele se forçou a relaxar, a esvaziar a mente de pensamentos excessivos, focando-se apenas agora.

Niko, percebendo que Kenji precisava de uma toalha para se secar, pegou uma das toalhas extras do vestiário. Com um movimento rápido e preciso, ele lançou a toalha em direção a Kenji, mas sem que Kenji esperasse.

Kenji, concentrado em seus próprios pensamentos sobre o jogo, estava de costas para Niko. De repente, uma toalha veio voando na sua direção. Em um instante surpreendentemente rápido, quase instintivamente, Kenji estendeu a mão para trás e pegou a toalha no ar, sem nem mesmo olhar para trás.

Niko, impressionado, soltou um pequeno sorriso. Ele não tinha dúvidas do Kenji, algo que era mais do que apenas habilidade. Era aquela capacidade de reagir instantaneamente, um instinto que transcendia o raciocínio consciente.

Kenji, por sua vez, ficou momentaneamente surpreso com seu próprio reflexo. Ele olhou para a toalha em suas mãos e depois para Niko com uma expressão confusa.

"Como... como eu fiz isso?" Kenji perguntou, um misto de surpresa e confusão em sua voz. Niko riu suavemente, entendendo a perplexidade de Kenji. "É o que estamos falando, Kenji. O seu instinto está sempre um passo à frente. Confie nele."

Aquela pequena interação, embora simples, deixou Kenji ainda mais intrigado com a noção do instinto selvagem. Ele guardou a toalha e, com uma expressão pensativa, voltou-se para o campo, disposto a testar essa capacidade durante o restante do jogo. A ideia de confiar em algo que ia além de sua mente consciente era fascinante e um tanto desconcertante, mas ele estava determinado a explorar essa faceta de seu jogo.

O intervalo do jogo foi curto, mas o bate-papo com Kyora e niko ajudando Kenji a ver as coisas de uma maneira diferente. Ele se levantou, esticando-se um pouco, respirando fundo. Com um sorriso genuíno, ele agradeceu a Kyora pela conversa e pela água e mesmo sem querer, ele agradeceu ao niko que sorria discretamente, sentindo-se um pouco mais leve, mais confiante.