blue lock: time Y

Passado

A noite caía sobre a cidade, envolta em um manto de estrelas e luzes cintilantes. Yukimiya, um menino de 12 anos com um sorriso contagiante e olhos cheios de sonhos, caminhava pelas ruas vazias após um árduo treino de futebol com seu time da escola.

Enquanto percorria o trajeto familiar de volta para casa, Yukimiya se deparou com uma cena que o tocou profundamente. Uma criança, de aproximadamente sua idade, saía correndo de uma pequena lojinha de lanches, com um olhar assustado e um pacote de biscoitos nas mãos.

Logo atrás da criança, o dono da loja, um homem alto e corpulento com o rosto vermelho de raiva, gritava e gesticulava furiosamente. A cena era tensa e desconfortável, e Yukimiya sentiu um estar angustiado ao presenciar a situação.

Sem hesitar, Yukimiya se aproximou da criança, que, ao vê-lo, correu para se esconder atrás de suas pernas. O dono da loja, ainda com a raiva estampada no rosto, se dirigiu a Yukimiya, acusando a criança de ter roubado os biscoitos.

Em um gesto de gentileza e compaixão, Yukimiya se ofereceu para pagar pelos biscoitos, acalmando o dono da loja e evitando que a situação se tornasse ainda mais tensa. O dono, surpreso com a atitude do menino, aceitou a oferta e, após receber o dinheiro, voltou para sua loja, murmurando algo sobre a importância da honestidade.

Com a situação apaziguada, Yukimiya se abaixou para conversar com a criança, que ainda se escondia atrás de suas pernas. "Qual o seu nome?" Yukimiya perguntou com um sorriso caloroso.

"Kenji Fuyukasami," a criança respondeu timidamente, seus olhos castanhos cheios de tristeza.

Yukimiya, intrigado com a história por trás da tentativa de roubo, perguntou a Kenji o que o havia levado a tal atitude. Kenji, hesitando por um momento, contou haver cometido um erro em casa e que, como punição, seu tio o havia proibido de jantar. Com fome e sem saber o que fazer, ele decidiu roubar os biscoitos para matar a fome.

Com a fome saciada e o coração aquecido pela conversa com Yukimiya, Kenji se sentia menos solitário e mais esperançoso. A gentileza do menino o havia tocado profundamente, e ele se sentia grato por encontrar alguém que se importava com ele.

Yukimiya, compreendendo a situação difícil de Kenji, se sentiu ainda mais tocado pela história. Yukimiya, observando a expressão serena de Kenji, teve uma ideia. "Que tal você vir comer conosco na minha casa hoje?" Ele convidou com um sorriso caloroso. "Minha mãe está preparando um jantar delicioso, e tenho certeza que adoraria conhecê-lo."

Kenji hesitou por um momento, pensando em sua situação familiar e na possibilidade de ser um incômodo. Mas o olhar sincero e acolhedor de Yukimiya o convenceu a aceitar o convite.

Ao chegarem à casa de Yukimiya, Kenji foi recebido com um abraço caloroso por sua mãe, uma mulher gentil e sorridente que logo preparou um prato farto para ele. O pai de Yukimiya, um homem calmo e paciente, também o saudou com um aperto de mão e um sorriso amigável.

Kenji se sentiu imediatamente à vontade naquela casa aconchegante, envolto pelo aroma delicioso da comida caseira e pelo calor humano da família de Yukimiya. Ele conversou animadamente com seus novos amigos, compartilhando histórias sobre sua vida e seus sonhos.

A mãe de Yukimiya, percebendo a tristeza nos olhos de Kenji, o abraçou e o confortou com palavras gentis. Ela o assegurou de que ele era bem-vindo na casa deles e que sempre poderia contar com seu apoio.

Kenji, emocionado com a receptividade da família, sentiu pela primeira vez em muito tempo o calor de um lar. As lágrimas brotaram em seus olhos enquanto ele agradecia a Yukimiya e sua família por tudo que haviam feito por ele.