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"O estranho diz que não há mais sofás e que terá que dormir na sua cama

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"O estranho diz que não há mais sofás e que terá que dormir na sua cama. Você tenta avisá-lo, diz que vai querer entrar nele e arruiná-lo, mas ele não escuta. Você faz isso, você faz. Você pega as coisas que ama e as rasga ou as prende com seu corpo e finge que são suas. Então, você o beija, e ele não se mexe, não se afasta, e você continua beijando-o. E ele não se moveu, ele está congelado, e você o beijou, e ele nunca vai te perdoar, e talvez agora ele te deixe em paz." — Richard Siken.

Jisung subia os poucos degraus da entrada da delegacia. Carregava uma sacolinha com biscoitos de Natal e um suporte para copos com dois cafés. Naquela manhã, ele estava feliz. A peça de Natal estava quase pronta, o sol havia aparecido e estava agradável, tivera uma noite de sono longa e prazerosa. Nada poderia dar errado naquele dia, era sua expectativa. Mas isso foi antes de entrar no prédio, antes de interromper o cumprimento ao xerife e olhar as pessoas que estavam dentro das celas.

— O que é isso? — havia questionado, agora deixando o café da manhã sobre uma das mesas.

Seus olhos pararam no rapaz adormecido na cela do meio. A delegacia não era grande, não havia tanto espaço assim, afinal numa cidade pequena, não há como pensar que iria de haver mais de 20 presos de uma única vez. Além de que, era sempre uma prisão temporária. Dependendo do delito, o indivíduo seria julgado em outra cidade — preferencialmente, capital do estado — e eventualmente transferido a um presídio federal. O que, honestamente, parecia bem pior do que dormir naquela cama de metal horrorosa.

Minho estava de olhos fechados, mas podia perceber que seu rosto não estava tão bonito quanto antes. Embora a sombra natural da iluminação do prédio ocultasse um pouco seu rosto, qualquer um com uma visão no mínimo aceitável poderia perceber os hematomas e cortes no seu rosto. E se olhasse ainda mais de perto, veria um corte superficial na sobrancelha esquerda e no canto dos lábios.

Mas ele não estava só. Dividia a cela com dois homens. Na cela seguinte, encontrava mais dois. Metade deles dormia e a outra metade olhava para o xerife.

— O que houve? — Jisung insistia.

— Briga de bar — o xerife respondeu. — Minho, mais uma vez, me dando trabalho.

Neste momento, os olhos de Minho abriram e ele se mexeu dolorosamente. Até mesmo soltou um gemido por tentar se sentar.

— Você fala como se eu fosse o único — sua voz parecia rouca, já que era comum estar assim toda manhã. — Outras pessoas também estavam envolvidas.

— Pelo que eu soube, você começou — o xerife cruzou os braços e encarou seu rosto atrás das grades.

— Isso não quer dizer muita coisa.

— Sério? — um pequeno sorriso diabólico pintou o rosto do xerife.

Jisung pensou em se aproximar de Minho, mas sabia que ouviria reclamação.

saddle tramp | min+ sung  ver.Onde histórias criam vida. Descubra agora