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"Deve haver apenas um lugar seguro no mundo, quero dizer este mundo

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"Deve haver apenas um lugar seguro no mundo, quero dizer este mundo. As pessoas se machucam aqui. As pessoas caem e ficam no chão e eu não gosto do jeito que a música é. Você, a lua. Você, a estrada. Você, as florzinhas à beira da estrada. Você continua cantando aquela música que eu odeio. Pare de cantar." — Richard Siken.

Os sapatos caros praticamente escorregavam pelos degraus da escada. Dali a meia hora, perto da quadra, um filme natalino estaria sendo exibido. E o dono do sapato estava em casa ainda, perfumando-se e ajeitando o cabelo para sair. Talvez ele tivesse um motivo para estar indo lá fora, em pleno inverno, assistir um filme cujos diálogos praticamente moravam na sua memória. E talvez, só talvez, ele estivesse nervoso com isso.

Jisung era um cara que gostava de sair e se divertir, mas quase nunca dava sorte no amor. Havia alguns meses que não saía com alguém — pelo menos, não alguém de fato interessante —, então ninguém poderia julgá-lo pelo atual nervoso. Ademais, nem sabia se realmente era um encontro, porque nenhum dos dois chegou a especificar o que seria. Bom, eram apenas amigos saindo por aí e se divertindo? Era mais confortável pensar assim, logo esse foi pensamento que o ajudou a terminar os degraus.

Seu pai não estava em casa, mas o som da televisão ligada preenchia o silêncio. Estava cansado, mas de alguma forma, revitalizado. Se estivesse no seu apartamento, vindo tarde do trabalho, provavelmente não iria para lugar algum. Jisung era do tipo que se cansava facilmente, não podia ficar indo de um lado para o outro o dia todo sem cair no sono antes das nove. Seria algum tipo de mágica natalina que o fazia estar em energia para ir à rua mesmo de noite?

A oficina com as crianças foi incrível, ele ainda comeu bastante biscoito. O Natal absolutamente era a melhor época do ano. Tinha as melhores tradições, melhores comidas, decorações e roupas. A neve caía e salpicava toda a cidade, as luzes pareciam mais brilhantes e todo mundo era legal. Até mesmo seu pai. Isso mesmo, o xerife Han não pegou tanto no pé do filho naquele último dia. Parecia que quanto mais perto do Natal, mais leve e agradável se tornavam as coisas.

O relógio da parede informava que as 19hs batia à porta. Apressadamente, alisou o suéter natalino com renas e flocos de neve, pegou as chaves do carro, desligou a televisão e saiu de casa. Se Minho viesse buscar, ficaria esperando. Mas eles não marcaram assim. Bem, ele não podia correr o risco do seu pai estar em casa e se deparar com Minho.

Atravessou a cidade colorida, com todos os pisca-piscas e sorrisos de crianças alegres por terem doce, brincadeiras na neve e futuros presentes de natal. E em falar em presentes de natal, Jisung fez uma nota mental para não esquecer de comprar os presentes de Felix, Minho e a galera da peça. Seria um vacilo esquecer.

— Você chegou um pouco atrasado — Minho comentou sorrindo quando Jisung parou o carro em frente ao chalé. — Pensei que havia levado um bolo.

— Eu perdi a noção do tempo — retribuiu o sorriso com uma concordância. — Entra!

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⏰ Última atualização: Jan 08 ⏰

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