Eric
O terror se instala na cabana. O ser que antes se apresentava como Isabella agora era uma criatura grotesca, uma Duende carnívora à espreita, pronta para saciar sua fome insaciável. Em um instante, o instinto de sobrevivência tomou conta de mim. Preciso escapar, fugir daquela ameaça que antes se disfarçava sob um semblante humano. Num movimento rápido, busquei alcançar a porta, mas a criatura, ágil e voraz, avança na minha direção. Suas garras rasgaram o ar, tão próximas que pude sentir o vento do seu movimento.
— Afaste-se, Isabella!
Ela ri, com meus olhos encaro o machado no chão e ela percebe.
— O quê? É isto que quer? — pega o machado com o rabo. — Quer seu brinquedinho? Estava tão gostoso quando enfiou ele em mim. — lambe-se, sua língua se tornou enorme e cinza como sua pele. — Não quer enfiá-lo novamente, Eric?
— Por que está fazendo isso? Deixe-me ir, lhe imploro.
Ela parece ficar irritada e lança o machado, tão próximo que corta meu braço, mas ele se prende na parede e eu o pego.
— Estamos só começando, Eric.
A Duende se move e eu aproveito para tentar sair deste pesadelo, mas ao contrário do que imaginei, ela me agarra com seu rabo e me joga na parede.
— Isso! — anima-se. — Vamos! Me ataque!
— Não quero machucá-la, Isabella.
— Argh! Você está ridículo... — lança um pedaço de madeira em minha direção e me defendo com o braço. — Ao badalar da meia-noite você estará morto! Então proponho animarmos as coisas.
Com um salto desesperado, consegui me esquivar, mas senti suas garras me arranham e meu braço esquerdo começar a sangrar, corri para fora da cabana. A tempestade parece se intensificar, como se o próprio vento estivesse conspirando contra mim.
A floresta se torna meu labirinto, cada árvore uma barreira entre mim e a duende e minha possível salvação. Meus passos são apressados, meus pulmões queimando pelo esforço enquanto a neve dificultava minha fuga. Estou nu, se ela não me matar o frio fará este serviço. Mas por incrível que pareça, não sinto o gélido.
Olhei para trás e vi a silhueta da Duende perseguindo-me implacavelmente. Seus olhos brilhantes cortam a escuridão, determinados a alcançar sua presa.
Não há escolha além de usar meus conhecimentos da floresta para encontrar um esconderijo, um local onde pudesse me proteger da criatura que, antes, eu acreditava ser apenas uma mulher em busca de abrigo.
A adrenalina me impulsiona, e meus sentidos estão alerta, captando cada som da floresta em meio à tempestade. Estou em uma corrida frenética pela minha própria vida, um jogo perigoso entre a presa e o predador. E desta vez sou a presa.
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Carnage Christmas - Conto Natalino
Мистика+18/ HOT/ HORROR/ OBRA REGISTRADA. Plágio é crime. NÃO permito adaptação/inspiração/tradução/distribuição. Ele, um Lenhador solitário. Ela, uma Estranha faminta. E a noite de Natal jamais será a mesma. Em uma noite em véspera de Natal envolta pela n...