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Muitas vezes desejei que eu pudesse ficar invisível, que houvesse um lugar para eu e as outras pessoas estranhas se esconderem, desejei poder ser eu mesma sem ser vítima de piadas ou voltar para casa com a mochila encharcada depois de a mergulharem na privada do banheiro feminino.

Não adiantava tentar me encaixar, porque nem mesmo o grupinho de inteligentes me queria por perto. Cursar o ensino médio em uma escola cheia de gente rica é praticamente cometer suicídio, porque alguma hora eles vão fazer você sentir vontade disso.

Todo o esforço que fiz para estudar não foi em vão, no final, porque consegui mais uma bolsa para psicologia em Sanford, conheci pessoas que passaram pelo mesmo que eu e, principalmente, conheci Yoo Jeongyeon.

Atleta, odiava qualquer matéria que envolvia estar dentro de uma sala, era de fraternidade diferente da minha e a garota mais cobiçada por todos os gêneros. Quase não nos falávamos, mas ajudei ela com muitas de suas lições, e em troca, consegui um trabalho na empresa de seu pai, Yoo Grafics, que fabricavam livros de todos os gêneros.

Quando me formei em psicologia, fiz mais faculdades enquanto trabalhava para Yoo Changjoon. Com o passar dos anos, meu cargo foi subindo e subindo, o CEO amava tanto o meu trabalho que me encarregou de ser o braço direito de sua filha em seu primeiro negócio.

Não é querendo me gabar, mas ele me disse diversas vezes que eu era como q filha responsável que ele nunca teve, mesmo que Jeongyeon fosse sua jóia rara.

Cinco anos de convivência com Yoo Jeongyeon, como sua assistente, e ainda éramos as mesmas da época da faculdade. Ela, uma delinquente, mas que de repente tinha responsabilidades maiores em mãos, e eu uma nerd que vivia resolvendo os problemas dela.

- Eu nem acredito que está mesmo de acordo com essa loucura. - Jihyo apoiou-se na parede, aproveitando a brisa que balançou sua franja.

Ela trabalhava no térreo, como supervisora, e eu apostava que os funcionários tinham mais medo dela do que de sua chefe superior

- Yoo não quer que eu vá, mas o tio dela morreu, tenho certeza que ela não vai dar conta de tudo enquanto estiver lá. - Soltei a fumaça do cigarro.

- Se eu fosse você, aproveitaria para tirar folga. - Fez o mesmo.

- Não vou deixar a Y.G falir, me desculpe. - Park gargalhou, voltando a por seu cigarro na boca. Fiquei em silêncio por um tempo. - O Alasca não deve ser tão ruim, de qualquer maneira.

Assim que nosso horário de almoço acabou, corri para o último andar, cumprimentando alguns puxa-sacos pelo caminho. Não me levem a mal, admiro puxa-sacos, porque eles são sempre os mais beneficiados, mesmo nunca expressando suas reais opiniões. É apenas um pouco cansativo quando é você quem eles estão bajulando.

Meu escritório ficava em uma sala separada da de Yoo, uma menor que a dela, mas tão confortável quanto. Sentei em minha mesa para analisar alguns currículos de estágio, ouvi quando minha chefe saiu de sua sala, revirando os olhos por ela não ter saído para almoçar de novo. Jeongyeon bateu em minha porta.

- Está aberta. - Ela entrou, usando o mesmo estilo formal de roupas de sempre. Seu perfume se misturando com o aroma característico do meu escritório.

- Sua sala está com cheiro de cigarro, você ainda anda fumando?"

- E você ainda almoça fast food? - Não levantei meu olhar dos currículos.

Yoo ignorou, apoiando as mãos em minha mesa.

- As informações sobre a viagem.

- Seu pai marcou ela para hoje. Dez e meia da noite. Certamente chegaremos lá pela manhã e poderemos cumprir a lista.

Alasca | 2yeonOnde histórias criam vida. Descubra agora