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Nunca fui uma pessoa melancólica, mesmo quando criança eu sempre lidei com meus problemas de maneira responsável e sem criar tempestades em um copo d'água. Ainda sim, o sentimento de ter estragado tudo batia em mim, tão real como a água na banheira e tão intenso quanto. Meus olhos se fecharam e apoiei a nuca no mármore gelado, sentindo a cabeça começar a doer com a necessidade de tê-la. A antiga Jeongyeon nunca sentiria isso. Essa vontade de ter Im Nayeon não só sexualmente me assustava, e todos os meus pensamentos giravam ao redor dela, ignorando a música calma que ecoava pelo banheiro.

— Você vai cozinhar se continuar aí. — Ouvir sua voz foi como contratar um guarda para expulsar todos os pensamentos. Essa mulher havia construído um prédio em minha cabeça.

Levantei o rosto, agradecendo mentalmente pela espuma cobrir minha nudez. A observei durante segundos.

— A água não está mais tão quente. — Consegui responder em um fio de voz, também força para dizer o que estava entalado em minha garganta desde que ela saiu. — Me desculpa.

Os olhos de Nayeon continuaram inexpressivos, me encarando como se ainda estivesse pensando no meu caso. Ela desviou o olhar para minhas roupas no chão, encarando por segundos antes de ajeitar a postura e levar as mãos até a barra da própria blusa.

Meu cérebro não conseguiu acompanhar a sequência de atos corretamente, pois parou de funcionar no exato momento em que ela puxou a blusa para cima, retirando a calça e as roupas íntimas em seguida. Não tive muito tempo para admirar seu corpo, porque logo ela estava dentro da banheira também, abraçando os próprios joelhos de frente para mim.

— Eu não te entendo. — Seus olhos já não me observavam, estavam fixos na espuma que se afastou um pouco pela movimentação. — Não entendo o que você quer.

Fiquei em silêncio, ainda não superando totalmente o fato de que Nayeon estava nua em minha frente.

Me aproximei dela, pegando um tanto de água com as mãos e despejando em seus ombros. Im me observou de novo enquanto eu ensaboava sua pele, descendo para os braços e subindo para o pescoço. Senti que era minha deixa quando seus olhos se fecharam com o contato em sua nuca, seus lábios se tornando mais chamativos do que o normal.

Não resisti e quebrei a distância, sentindo o calor de seu corpo aumentar conforme me aproximava. Nayeon abriu os olhos ao perceber que quase tocávamos os lábios, mas não se mexeu um milímetro sequer. Meu coração acelerou quando toquei sua boca com a minha, um toque simples e casto, mas que fez minha mente girar. O questionamento do porquê eu sentia tudo aquilo apenas com um beijo era constante, destruindo minha mente como um furacão.

— Eu quero você. — Consegui dizer quando nos afastamos, mas apenas tive tempo para isso.

Nayeon deixou de abraçar os joelhos e tomou meu rosto em mãos, me beijando de novo. Dessa vez, mais intensamente.

Meus dedos deslizaram por suas curvas, segurando firme em sua cintura para puxa-la para meu colo. Im arfou contra o beijo, a água deixando de cobrir seus seios.

— Jeongyeon. — Se separou de meu beijo, olhando em meus olhos tão profundamente que tinha quase certeza de ter visto sua alma. — Eu fui dramática em ficar chateada por algo bobo. Você sempre bebeu e sei que isso não vai mudar por minha causa.

Eu me apressei em negar com a cabeça e beijar sua bochecha.

— Se te incomodou, não é bobo. Não posso prometer parar de beber, mas posso prometer não tentar de forçar de novo. — A mais velha piscou algumas vezes. — Me desculpe.

Im continuou a obseravar meu rosto, acariciando meu maxilar com o anelar. Ela, de repente, puxou uma toalha e se levantou, minhas bochechas ficando vermelhas e o rosto virando inconscientemente para o lado, evitando encarar.

— Você ainda está com vontade? — Arqueei as sobrancelhas, surpresa pela pergunta. Quando me voltei para ela, a toalha já estava enrolada na toalha. Não imaginei que gostaria tanto dessa versão de Nayeon.

— Para você? Sempre. — Senti o corpo esquentar só de ver seu sorriso de canto.

— Então saia logo daí.

Foi como ter uma deusa nua em minha frente, apenas para minha pessoa. O jeito com qual ela não se importou se estávamos molhando o carpete do quarto ou como arfava toda vez que eu tocava sua cintura com mais força do que o normal. Nayeon era linda deitada naquela cama, se contorcendo sob meus toques que nem sempre eram ousados, cada vez mais entregue àquilo que sequer nós sabíamos o que era, ela estava fazendo algo que nunca fazia. Estava se deixando levar.

Depois mais de um orgasmo, ela acabou por não aguentar mais. Admirei o quanto ela conseguiu, não imaginava que uma mulher tão ranzinza pudesse se divertir tanto no sexo.

Nayeon dedilhou minha clavícula, uma de suas pernas por cima de minha cintura e sua cabeça apoiada no meu braço, mesmo que estivesse dormente, não ousei retirá-lo dali. Seus olhos eram cansados, encaravam o contato entre deus dedos e minha pele e piscavam lentamente algumas vezes. Não olhou para mim.

— Pensando no que? -— Quebrou o silêncio, me pegando desprevenida.

Não imaginei que as coisas seriam diferentes depois de fazermos aquilo, mas é claro que foi. Pensei bem antes de falar, coisa que nunca fiz antes.

— Em nós. — Agora realmente existia um "nós".

— De forma boa ou ruim? — Ela me olhou, o olhar mais lindo que já recebi em toda minha vida. — Nos seus pensamentos, Jeongyeon, somos algo bom ou ruim?

Eu sorri, pegando seu rosto num toque que fez ela fechar os olhos, talvez para aproveitar.

— Para mim, tudo que envolva você é bom. — Toquei os lábios aos meus mais uma vez, me perguntando se sentiria aquela ansiedade todas as vezes que eu fosse beija-la.

— Qual vai ser, agora? — Mexeu as sobrancelhas.

— Quero que me conte sobre você. — Nayeon piscou, se sentando na cama. — Você sabe de tudo sobre mim, da minha cor favorita até o jeito perfeito de fazer meu café. Mas o que sei sobre você?

— Minha cor favorita é azul bebê. — Sua mão acariciou meu rosto, os cabelos caindo sobre um lado de seu rosto de uma maneira sexy. — E eu não gosto de café, só com leite.

— Só isso?

Ela pensou, dando de ombros.

— Eu... — Vi quando algo passou em seus olhos, mas logo balançou a cabeça. — Eu não tenho muito o que falar.

— Sua família?

— É a minha vez de tomar banho. Não precisa me esperar para dormir. — Se inclinou e deixou um beijo nos meus lábios, fugindo dali o mais rápido que conseguiu.

Bufei, me levantando para por um pijama confortável e aproveitando para trocar os lençóis. Mina certamente surtaria e faria milhares de questões quando visse aquilo.

Eu estava dormindo quando ela voltou, mas senti seus braços cruzarem minha cintura e seu rosto ser escondido em minha nuca, só consegui realmente relaxar quando ela estava grudada em mim.

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⏰ Última atualização: Sep 17 ⏰

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