Monarca Redimido - Capítulo I

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Num remoto recanto do planeta Boros, emergiu um evento de proporções cósmicas. Nas entranhas de uma família real há muito aguardada, um nascimento extraordinário ecoou pelos corredores da história. Era uma criança diferente de todas as outras, um ser único entre os seres, no exato momento em que veio ao mundo, não emitiu um som sequer. Nem choro, nem grito. Apenas um silêncio eloquente.

Mas o que mais assombrou todos os presentes naquele momento transcendental foi o que se revelou à luz: seus membros, tão frágeis e pequeninos, eram feitos de um ouro brilhante, reluzente como as estrelas. Uma maravilha impossível, um sinal dos céus entre mortais. Este nascimento singular ecoou por toda Boros, ascendendo a chama da reverência e, ao mesmo tempo, da inquietação entre seus habitantes.

A criança, portadora dos braços e pernas de ouro, foi imediatamente designada com um título místico e lendário: Guardião Estelar. Essa criança de ouro era o catalisador de uma era extraordinária, um prenúncio de eventos que moldariam o destino não apenas de Boros, mas de todo o universo conhecido.

Num momento de quietude, os olhos da criança, envoltos em mistério, se abriram. Não eram olhos comuns; eram de um dourado reluzente, uma tonalidade entre o ouro e o âmbar, radiando uma luz inexplicável. A mãe, embalada por uma confusão encantadora, contemplou aquela visão sobrenatural, sem entender o significado dessa manifestação, mas tocada por uma sensação indescritível de encantamento diante daquela criança tão excepcional. Esses olhos, luminosos como estrelas, pareciam carregar consigo segredos ancestrais e um destino cósmico ainda por desvendar.

Aos cinco anos de idade, o jovem Élio já se dedicava com afinco ao treinamento com uma espada peculiar. Essa arma singular canalizava não apenas habilidade, mas também altas temperaturas, adquirindo força proporcional ao calor empregado. Élio, por sua vez, possuía o dom incomum de controlar a temperatura de seus membros de ouro em qualquer circunstância, sem sofrer qualquer dano ou desconforto com essas variações térmicas.

Enquanto manuseava a espada, o calor que emanava dela crescia, acompanhando a intensidade de sua determinação. Seus movimentos eram precisos, hábeis, e à medida que ele dominava o controle das temperaturas, seus braços e pernas reluzentes refletiam uma iridescência brilhante, testemunhando o potencial incomum que residia dentro dele. Esses treinamentos não eram meramente um aprendizado de habilidades; eram a forja do destino de um Guardião Estelar, moldando-o para os desafios que aguardavam adiante.

César, um general intergaláctico de 52 anos, era não apenas o mestre de Élio, mas também seu "pai" e guia nesta jornada excepcional. Enquanto o pai biológico de Élio estava sempre envolvido em responsabilidades distantes, César preenchia o vazio paterno, dedicando-se integralmente ao treinamento do jovem Guardião Estelar.

Apesar de sua vasta experiência e habilidades marcantes, César encontrava dificuldade em duelar com Élio. O jovem dominava não apenas a técnica da espada, mas também sua capacidade de controlar as temperaturas de forma tão fluida que desafiava até mesmo um general tão experiente quanto César. A relação entre os dois não era apenas de mestre e aprendiz, mas também de um elo paternal profundo, forjado por laços que transcendiam as fronteiras da paternidade biológica.

O sol se pôs sobre o campo de treinamento, pintando o céu com tons rubros e dourados. Élio segurava sua espada, sentindo o calor emanar de sua lâmina enquanto esperava César, seu mestre, para o treinamento noturno.

César se aproximou, vestido com sua armadura reluzente. Seus olhos, penetrantes como estrelas, encontraram os olhos dourados de Élio.

"Pronto para mais uma noite de treino, meu jovem?", indagou César, um sorriso sereno nos lábios.

Élio assentiu, o brilho de determinação reluzindo em seus olhos. "Sempre, mestre. Estou ansioso para aprender mais."

Os primeiros movimentos começaram de forma lenta e fluida, os brilhos metálicos das espadas se chocando ecoavam no ar noturno. Cada movimento de Élio era calculado, cada golpe e defesa uma dança coordenada entre força e destreza. César, embora ligeiramente surpreso com a agilidade e habilidade do jovem, não hesitava em oferecer orientações e desafios cada vez mais complexos.

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