O Conto do Dragão Mais Belo que as Estrelas - Capitulo II

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Élio se dedicava incansavelmente aos treinamentos com Lira, sua parceira de combate. Apesar de sua determinação inabalável, ele encontrava desafios constantes ao enfrentar a velocidade e a agilidade incomuns da jovem com pele rosada.

Batalha após batalha, Élio se via superado pela destreza e pelos movimentos ágeis de Lira. Cada duelo se transformava em uma oportunidade para ele aprender com a maestria da jovem, mesmo que isso significasse enfrentar a derrota repetidamente.

A frustração crescia dentro de Élio a cada embate perdido, mas ele se recusava a desistir. Cada revés era encarado como um degrau em sua jornada de crescimento, uma chance de compreender os movimentos da adversária e aprimorar suas próprias habilidades.

Lira, observando Élio com seus olhos melancólicos, respondeu com serenidade. "Você é forte, Élio. Mas às vezes, a força não é o bastante. É preciso entender o fluxo, a cadência do combate."

"Mas como? Eu tento... tento entender, mas sempre acabo perdendo", murmurou Élio, com um tom de desânimo evidente em sua voz.

"Você já é habilidoso, mas se concentrar demais na vitória pode cegar você para as lições que as derrotas têm a oferecer. Cada queda é uma oportunidade de aprendizado", explicou Lira, tentando transmitir uma lição que ela mesma conhecia bem.

As palavras de Lira ecoaram na mente de Élio enquanto ele caminhava solitário para seu quarto. A frustração acumulada explodiu, e as lágrimas começaram a rolar por suas bochechas. Ele se sentou, a cabeça apoiada entre as mãos, deixando a decepção fluir livremente.

Mesmo com a compreensão das palavras de Lira, a sensação de derrota e a necessidade de se tornar mais forte pesavam sobre Élio, sobrecarregando-o com uma avalanche de emoções infantis.

Élio, completamente frustrado com sua tentativa fracassada de traduzir os movimentos de Lira em música, se levantou abruptamente da cadeira e, com passos rápidos, saiu apressado da sala de treinamento. A sensação de desânimo e decepção o envolvia enquanto se dirigia apressadamente para seu quarto, buscando um refúgio para suas emoções tumultuadas.

Sem olhar para trás, Élio fechou a porta de seu quarto com força, mergulhando na solidão do ambiente conhecido. As lágrimas, antes contidas, começaram a rolar por suas bochechas, marcando um rastro de desilusão em seu rosto jovem.

Ele se jogou na cama, afundando o rosto entre os travesseiros, enquanto a frustração se misturava à tristeza. A tentativa de encontrar um elo entre a música e os movimentos de luta de Lira tinha falhado de maneira estrondosa, deixando-o desamparado diante do abismo de sua própria incapacidade.

Em um impulso de emoção, Élio agarrou o celular, tentando distrair sua mente confusa. Ele começou a navegar por músicas aleatórias, mas logo se viu voltando para as canções infantis que, apesar de alegres, não eram suficientes para afastar sua melancolia.

Entre as notas musicais, ele revivia mentalmente os momentos de derrota para Lira. Cada movimento dela, tão ágil e imprevisível, ressoava em sua mente, mas desta vez não como uma tentativa de criar uma música, e sim como um lembrete constante de suas próprias limitações.

E assim, imerso em suas reflexões, Élio permitiu que as lágrimas fluíssem livremente, buscando um alívio momentâneo para a turbulência emocional que o consumia. Ele estava frustrado, perdido e incapaz de entender como a música poderia se entrelaçar com os movimentos de luta de Lira.

Enquanto Élio mastigava as batatas fritas, seus pensamentos se debatiam em um diálogo interno tumultuado.

"Por que eu não consigo vencer? Eu treino tanto, mas sempre perco para ela. Talvez eu não seja bom o suficiente. Ou será que estou olhando para isso da maneira errada? Será que é só sobre vitória e derrota? A Lira disse algo sobre aprender com as derrotas... será que estou perdendo essas lições? Mas como superar essa frustração? Preciso encontrar um caminho, uma nova abordagem. Será que consigo?"

Élio, enquanto saboreava as batatas fritas, teve um insight. Lembranças de Lira, suas preferências e a cadência graciosamente harmônica de seus movimentos surgiram em sua mente. Recordou-se do antigo conto que sua mãe lhe contava, onde uma melodia acompanhava a história do dragão mais belo que as estrelas. Os movimentos de Lira, comparáveis a um dragão em harmonia, ecoaram na memória de Élio, como se fossem uma dança orquestrada. Decidido a encontrar um novo enfoque, ele encerrou a noite, buscando repousar para se preparar para o próximo treinamento com Lira no dia seguinte.

Élio, determinado, encarou Lira com confiança renovada: "Desta vez, eu vou vencer, Lira. Estou mais preparado."

Lira, com uma expressão indiferente, apenas levantou os ombros e respondeu com desinteresse: "Tanto faz."

O diálogo curto e direto refletiu a confiança renovada de Élio contrastada com a atitude despreocupada de Lira, criando uma atmosfera de desafio e indiferença entre os dois.

César ordenou que Élio e Lira lutassem. Élio, inicialmente em desvantagem, tentou concentrar-se na melodia da música que ecoava em sua mente para buscar uma inspiração. Cada golpe de Lira era preciso, causando desconforto a Élio.

Enquanto a batalha prosseguia, Élio buscava desesperadamente uma abertura na defesa de Lira. Finalmente, ele notou um ponto frágil em sua guarda. No momento decisivo, Élio avançou com agilidade, vislumbrando uma oportunidade.

A cena então se torna uma expressão de determinação e foco interno de Élio, enquanto ele se move para explorar essa fraqueza percebida em Lira. Em sua mente, ele luta não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, tentando superar suas próprias limitações e encontrar uma maneira de enfrentar a oponente, explorando suas habilidades e estratégias.

Lira cai no chão e acorda no hospital, Élio descobriu que tinha uma força sobre humana, ele partiu 3 costelas de lira com um soco.

Lira, apesar de ter sofrido algum tipo de ferimento durante o treinamento, é prontamente socorrida por César e levada ao hospital para receber os cuidados necessários. Apesar do susto, os médicos afirmam que, apesar de ter sofrido alguns ferimentos, ela estará bem após um período de descanso e cuidados médicos.

Élio, surpreso com o que aconteceu durante o treinamento, começa a compreender melhor sua própria força e se preocupa profundamente com o estado de Lira. Ele se dedica a aprender a controlar suas habilidades sobre-humanas para não causar danos acidentais a ninguém.

A partir desse incidente, Élio busca entender seu potencial, procurando orientação de César e outros mentores para aprender a dominar suas habilidades excepcionais de forma responsável e usar sua força de maneira controlada.

César foi convocado à sala do rei, onde enfrentou um severo sermão. O monarca, preocupado com o estado de Lira, explicou a importância crucial da jovem como a última dos mestres da arte do dragão. Sua habilidade e conhecimento eram vitais para a preservação da harmonia e equilíbrio no reino.

O rei destacou que a ausência de um mestre da arte do dragão poderia resultar em instabilidade e possíveis conflitos no futuro. Ele instruiu César a garantir que Lira se recuperasse completamente, enfatizando a necessidade de sua presença para a manutenção da ordem e do entendimento entre os reinos.

Diante dessa responsabilidade, César sentiu o peso do encargo sobre seus ombros. Ele se comprometeu a fazer tudo ao seu alcance para garantir a recuperação plena de Lira, ciente do papel vital que ela desempenhava para a estabilidade do reino.

Élio, escondido em um canto próximo à sala do rei, ouviu as palavras severas dirigidas a César pelo monarca. O peso das responsabilidades que recaíam sobre Lira e a importância da jovem na preservação do equilíbrio do reino foram palavras que ecoaram intensamente em seus ouvidos.

Sentindo-se culpado e sobrecarregado, Élio se viu imerso em um turbilhão de emoções. Ele lamentou profundamente seu papel no acidente que resultou nos ferimentos de Lira, uma mestra crucial na arte do dragão. A noção de que sua imprudência poderia ter desencadeado um problema de tal magnitude o consumiu de culpa e remorso.

As palavras do rei ecoavam em sua mente, ecoando a responsabilidade e a importância da jovem mestra. Ele se questionava se suas habilidades recém-descobertas, ainda não controladas, tinham sido a causa da situação preocupante em que Lira se encontrava.

Com o coração pesado, Élio sentiu um misto de determinação e angústia. Ele sabia que precisava se redimir e fazer o possível para ajudar na recuperação de Lira, dedicando-se a aprender a controlar suas habilidades e a usar sua força de forma responsável.


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