Três

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Laura Ada Davenport Connelly

Começo a chorar como uma criança ao ver Caroline dando os passinhos e caindo logo em seguida. Sirena está toda emocionada ao lado do Nick, os dois se sentaram no chão e começaram a ajudá-la de um lado para o outro. É tão lindo! Por um momento esqueci quem somos e onde estamos. Sinto o bebê chutando e acaricio minha barriga, Ares sei que está agitado, mas vamos ficar calmos.

Quando comemos, ele ficou agitado, mas logo parou, acho que gosta dos sons das vozes de nossos amigos. Ele não costuma agir assim, na verdade, é calmo, às vezes me dá até medo do quanto ele é calmo. Fico cutucando a barriga  para ver se ele se mexe.

Há alguns anos estaria surtando com a ideia de me casar com alguém que não amo e estar em um labirinto de tragédias, hoje sou grata por tudo o que tenho. Me casei com alguém que acabei amando, de brinde ainda ganhei uma família, com meu príncipe na barriga e uma menina linda sentada no chão com uma paciência que inveja.

Já jogamos Adedonha e agora tenho uma conta recheada, porque ganhei! Allie se senta devagar do meu lado quando começamos a tirar fotos. A gravidez dela é de risco e estamos dobrando o cuidado com ela. O médico disse que seria normal ela cansar demais e sentir mais enjoos.

— Essa ficou péssima — Adam diz enojado ao ver seu celular.

— Se ia achar todas ruins, por que não contratou um fotógrafo? — Sirena reclama.

— Sou fotógrafo meu amor, deixa eu ir pegar minha câmera que é melhor — E saiu correndo. Sirena olhava para onde ele saiu.

— Se ele tinha uma câmera esse tempo todo, por que não disse? — Pergunta indignada.

— E alguém nessa casa entende esse homem? — Allie pergunta, encaramos Jade que está comendo um pedaço de panetone, ela piscou os olhos e balançou a cabeça.

— Não venham não! Me deixem fora dessa, essa semana nem o psicólogo quis encontrá-lo — Jade comenta e acabamos achando graça. Adam voltou pouco tempo depois com sua câmera e com um tripé.

Nossas fotos ficaram lindas, tiramos várias! E tem uma que faço questão de emoldurar. Onde estamos todos sorrindo e alegres.

— Só as buchudinhas! — Ana gritou, Allie e eu nos sentamos no sofá já sabendo que ela falava da gente, a cada ano que se passa aprendemos mais das gírias brasileiras da Ana.

— Olha que coisa mais linda, só as loiras! — Adam comentou ao segurar sua câmera. Sorri para Allie e ouvimos mais um clique.

— Nossos filhos vão ser grandes amigos, sinto isso — Allie tocou em minha barriga. Na verdade, eu também havia sentido isso.

— Que pena que não podem formar um casal, afinal são primos — Comentei triste. Allie riu.

— E desde quando a gente se importa com isso? — Dei de ombros.

— Não vamos nos envolver nisso, Allie, eles nem nasceram ainda — Comentei rindo. Ela assentiu, mas o fez sorrindo.

— Ares e Ayla, por que vocês gostam tanto da letra A? — Nick perguntou rindo segurando uma taça de vinho.

— Porque é lindo, olha só, Ada, Ana, Allysson, Anthony, Ária, Aaron, Ares e Ayla. Só vejo coisa linda — Ana comenta orgulhosa.

— Sim, são lind… aí meu Deus! — Allie gritou e logo estávamos preocupados.

— O que foi?

— Eu não sei, acho que é uma contração, meu pai amado! Ana! — Ela gritou novamente. Ana logo foi para cima dela como se soubesse o que fazer, levantou um pouco do vestido dela e nos assustamos quando avistamos sangue. Allie começou a chorar e o Fitz de branco quase ficou mais branco.

— Vamos para o hospital — Ana foi quem tomou a iniciativa, chamamos Fátima que estava na cozinha assistindo novela porque disse que não queria participar, mesmo que chamássemos ela mil vezes.

— Fica com as crianças, Aria está dormindo e Luna? — Ela chamou a pequena que passou a escutar com atenção.

— O que você vai fazer? — Ana perguntou, esses últimos meses estávamos treinando com ela alguns detalhes simples.

— Qualquer movimento estranho, acionar o botão de alarme. Chamo Dean e Lucas e se possível ligo para o papai — Ana sorriu orgulhosa.

— Boa princesa — Ana pegou as chaves de seu carro e começamos a sair, Ana leva Allie, Fitz e Nate no carro. Adam e Jade vão de moto, e eu, Logan, Nick e Sirena vamos em um só carro.

As pessoas nem estranham mais ao ver nossos carros em alta velocidade. Ares começa a se agitar mais em minha barriga e acaricio tentando acalmá-lo. Sei que não é hora dele nascer, mas ele está agitado.

— Tá tudo bem? — Logan perguntou, assenti e sorri para tranquilizá-lo.

Um conto de Natal - Um grupo em Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora