Livre
Eu encontrei a minha vida nos teus olhos,
Diz-me quantas noites já estás sem dormir,
Esconde a verdade por baixo dos sonhos,
Vive na mentira e deixa-me ir.
Andas com uma gigante pedra,
Arrumada por baixo dos teus pés no chão.
Vives da luz, mas esqueces-te mesmo,
De quando ainda me davas a mão.
E palavras queridas junto a um adeus,
Cura as feridas de quem te prendeu.
Confia nos braços que não te deixaram ir,
Desprende-te da sombra que te envolveu.
Abraça-me apertado e esconde as tuas mágoas,
Teu corpo já não aguenta mais.
Entrega-te ao fim e ganha asas,
Não voltes com a tua palavra atrás.
Eu acredito no fruto daquela floresta,
Repleto de sumo do maioral.
Abre as tuas correntes e levanta voo,
Vou estar à espera do teu coração.
E no fim de uma luta,
De uma amizade,
Eu choro a vida de quem me deu.
Escondida na sombra da eternidade,
Esquece esse sonho,
O Livre venceu.