Não vou mentir, não dormi bem naquela noite, a ansiedade me consumiu. A viagem de carruagem transcorreu em silêncio, com apenas um cavalheiro nos acompanhando para evitar chamar a atenção. Enquanto olhava a paisagem pela janela, percebi que estávamos chegando a uma parte bem suburbana da cidade.
O doutor me advertiu: "Vamos rápido e tome cuidado, Senhor Zhang Hao. Esta região é perigosa." Deixamos a carruagem em um canto, pois não era mais possível prosseguir com ela. As ruas eram sujas e exalavam um odor desagradável. Não conseguia acreditar que Gunwook vivia em um lugar como aquele. No webtoon, nunca havia sido mostrado onde ele morava, mas agora me deparava com uma realidade que me era estranha. Havia moradores de rua, inclusive crianças. Meu coração apertou ao ver como aquelas pessoas viviam.
"Chegamos, Senhor Zhang Hao," o doutor anunciou, e paramos em frente a uma casa bem escondida, onde se via apenas uma porta. Ele bateu na porta, que foi aberta por uma criança.
"Mãe, ele chegou," a menina correu para dentro, chamando por sua mãe. O doutor e eu entramos na casa.
Olhei ao redor, e a casa era modesta e pequena, com apenas um cômodo. Havia uma mesa com três cadeiras, um fogão e um armário muito antigo, além de um colchão no chão.
O doutor se aproximou de uma cama, o único móvel da casa que parecia novo, onde uma mulher estava deitada. Com cautela, me aproximei também.
"Estou bem," disse a mulher, sorrindo, embora seu sorriso demonstrasse claramente o cansaço causado pela doença. Ela estava magra, envelhecida e frágil, como se o tempo fosse implacável. "Quem é o rapaz bonito que veio com você?" Ela notou minha presença e me olhou com curiosidade.
"Ah, lembra que eu te disse que alguém tinha me mandado aqui para te ajudar? Então, é ele," o doutor explicou.
"Senhor Zhang Hao, peço desculpas pela minha falta de modos." Ela se preparava para me cumprimentar, mas a interrompi.
"Por favor, mantenha-se deitada. Não há necessidade para formalidades", eu disse.
"Mas..."
"Ele é bem teimoso, Yuju. Melhor é obedecer", o doutor explicou.
"Está bem," ela desistiu, mas chamou o doutor para se aproximar, e ele obedeceu.
"Hyungsik, você poderia ter me avisado que ele viria", ela falou baixinho, mas pude ouvir. Fiquei surpreso ao saber o nome do doutor, Hyungsik, algo que eu nunca havia me questionado.
"Espero que meu filho não esteja te dando trabalho, Senhor Zhang Hao. Ele é jovem e às vezes pode ser imaturo", ela acrescentou.
"Seu filho é um bom menino. Estou feliz por tê-lo trabalhando para mim", respondi, e ela sorriu ao ouvir minhas palavras.
"Então, Yuju, nos últimos meses, o doutor e eu, com a ajuda do Senhor Sung Hanbin, trabalhamos em uma forma de ajudar com sua doença. Aqui está o resultado", o doutor mostrou o frasco.
"Isso vai curar minha mãe, doutor?" Perguntou a criança, participando da conversa pela primeira vez.
"Esperamos que sim, Jini. E se não der certo, procuraremos outra forma. Mas não vou deixar você morrer, Yuju." O doutor segurou as mãos dela, fazendo uma promessa que ele daria a própria vida por ela. Senti que estava de vela nessa situação, o que perdi?
"Obrigada por tentarem, rapazes. Não sei como posso agradecer por isso."
"Não precisa, Yuju. Não estamos fazendo isso por dinheiro ou esperando recompensas. Só queremos que você sobreviva e que seus filhos tenham a mãe deles bem", eu expliquei.
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Me tornei o vilão do meu webtoon favorito
Fanfiction[CONCLUÍDA] Zhang Hao tinha uma vida normal ele era professor de música para um bando de adolescentes e era obcecado em webtoons o seu preferido era a "A Flor de Allin" em que o protagonista era o perfeito Sung Hanbin. Tudo muda quando ele é atrope...