As escondidas • Pjm+Jjk

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Acordo com o cheiro de café e baicon, abro os olhos lentamente por conta da claridade e reparo que minha esposa não está na cama. Faço tudo o que preciso e me visto para o trabalho, vou até a cozinha e a encontro servindo o café na mesa.

- bom dia - dou-lhe um beijo na bochecha e me sento para tomar café.

- bom dia querido, ontem você chegou tarde, aconteceu algo no trabalho? - se senta em minha frente e começa a comer também.

- não, fui ao bar com alguns colegas. - eu não gosto de mentir para ela.

- entendo - é a última coisa que diz pelo resto do café.

Não sei se ela esta desconfiada de algo ou apenas acreditou, mas a minha vontade é de abrir o jogo com ela e contar toda a verdade, mas sou medroso demais para dizer qualquer coisa a ela.

Já sou casado com Diana a uns 7 anos, e nesses anos se fizemos aquilo 5 vezes, foi muito, ela me questionou se não era bonita o suficiente ou se eu não a amava, e por medo apenas disse que não sentia vontade - o que não é mentira - não sei se ela acreditou, mas não questionou mais.

Imagino que deva ser difícil para ela e até fique questionando sua aparência, mas eu só me sentiria verdadeiramente atraído por ela, se fosse homem. Sei que é idiota de minha parte estar neste casamento, se nem a amo, mas meus pais me forçaram a isso, principalmente meu pai. Ele queria um filho homem de verdade, que estivesse casado.

◇

Chego ao trabalho sem muita demora, já que não é tão longe de casa, morar em cidade pequena é assim, tudo é perto - ou muito longe - e todos se conhecem. O que para alguém com um segredo como eu, não é a melhor coisa do mundo.

- bom dia Jeon - diz o Sr.Nam quando passo pela porta, ele é nosso chefe, simpático, mas num nível profissional.

- bom dia - visto meu macacão e vou para o carro que comecei a arrumar um dia antes.

Meu trabalho é tranquilo até, concerto alguns carros e faço alguns bicos de vez em quando por fora. Foi aqui que conheci Jimin, ele veio trazer seu Cadillac para uma vistoria - um carro lindíssimo devo dizer, assim como o dono - era vermelho e estava muito bem polido, lembro bem desse dia, fiquei encantado por sua beleza. Concerto aqui, concerto ali, levei mais ou menos duas semana pra arrumar o carro, as peças eram caras, aí demorei parar conseguir. Não sei ao certo quando nós ficamos tão próximos. Mas um certo dia, num canto da oficina nos beijamos, e foi o momento mais incrível de minha vida.

Ele me beijou primeiro.

Eu senti muitas coisas naquele momento, felicidade, medo, tranquilidade, me senti nas nuvens.
Eu tentei ao máximo calar as vozes em minha cabeça dizendo para lhe afastar, que alguém poderia nos ver, eu queria aproveitar aquele momento único.

Seu beijo foi suave, suas mãos hesitantes foram de encontro com meu pescoço e minha mão se encaminhou para seu quadril, o empurrei de leve contra a parede mais próxima, para garantir que ninguém nos visse naquele canto escuro. Nunca senti um calor tão grande por todo meu corpo como naquele momento, Jimin provoca essas coisas em mim.

Separo meus lábios dos seus contra minha vontade para conseguir recuperar o fôlego e o escuto suspirar baixinho. Ele é tão lindo.

Não sei como chegamos aqui, neste ponto mas não me importo, apenas sei que quero sentir seu beijo pelo resto de minha vida. Eu o beijo novamente, seu corpo se encaixa direitinho no meu, como se fosse feito para mim, como se já tivéssemos feito isso milhares de vezes. Foi um momento intenso. Tentei explicar depois que não podíamos fazer aquilo, que eu era casado e seria errado ter algo com um homem, mas a quem eu quero enganar? Eu amei aquilo, e precisava repetir novamente, por isso começamos a nos encontrar as escondidas.