04. Sem mais expectativas.

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Han não tinha mais forças, a faculdade estava de recesso por uma semana para obras então tiveram esse tempo todo para ficarem em casa, e a solidão consumia Han.

Solitude não poderia ser, porque ele não se sentia bem com a própria companhia, era apenas solidão e tristeza pela depressão que carregava consigo e o assombrava a todos os momentos de sua vida, nunca deixando o garoto em paz.

Hoje iria ao trabalho, mesmo estando ser forças nenhuma, tinha que fazer isso pois não deixaria Arin na mão novamente, já fazia dois dias que não ia sem dizer o motivo, só dizia que não podia, então hoje, por estar melhor que os outros dias que passou na cama o dia inteiro, iria trabalhar para ver se animaria-se com as crianças que tanto amava daquele local.

Tomou banho e se arrumou, comeu apenas uma fruta antes de sair de casa e passou em uma cafeteria para comprar um chocolate quente pela noite fria.

O caminho até lá foi silencioso, não queria nem ouvir música nem fazer nada, só iria, faria sua função e iria embora para se afundar na cama novamente como fez o tempo inteiro que esteve sozinho.

- Boa noite, Arin unnie.

- Boa noite, Ji! Como foram esses dias sem aula?

- Ah, foi normal.

- Ei, o que houve? Você sempre fica animado quando está sem aula..

- Eu to meio mal, rinnie. To com um vazio horrível no coração, to me sentindo sozinho o tempo todo, não tive forças pra sair da cama esses últimos dois dias.

- Ah, meu amor.. podia ter me ligado, querido, eu iria em sua casa para ficar com você, não precisava passar por isso tudo sozinho, meu anjo. -O abraçou. - Você não merece passar por isso, não mesmo, ninguém merece. -Beijou os cabelos de Han. - A kyara está te esperando, ela está com saudade de você e não deixa ninguém chegar perto dela.

- É uma crueldade como traumatizaram uma menininha indefesa de 3 aninhos assim. Vou lá falar com ela, trouxe capuccino pra você. -Entregou a bolsa.

- Obrigado, Ji!

- Por nada, rinnie.

- Tio Ji?

- Oi, meu anjo, tudo bem?

- Tudo sim, tio! E você?

- To bem também, lindinha.

- Não palece'.

- Hm?

- Você tá tistinho', o que aconteceu, tio?

- Problemas da vida, minha princesa. Coisa que eu quero que você nem ninguém tenha.

- Não gosto do tio Ji assim! Quero seu sorriso!

- Ah, princesinha.. logo logo vai ter meu sorriso de volta, ok?

- Ta bom, tio! -Abraçou o garoto. - Quero blincar', você pode?

- Claro que sim! Vamos lá, hoje eu não vou dar aula!

- Yay! Vem tio!

- Tio Ji, posso falar com você?

- Claro, min! Já volto, kya! -Se levantou, indo até a garota. - O que foi, minjeong?

- Tenho que pedir um conselho pra você, tio Ji!

- Vem, vamos pra minha sala, lá você pode falar sem ninguém ouvir.

- Ok. -Disse quando Han passou em sua frente, entrando na sala.

- Pode falar. -Sentou em sua cadeira giratória, indo até o garoto.

- Então.. é que.. eu estou gostando de uma menina daqui, mas não sei se ela sente o mesmo..

- É a karina, né?

- Como você sabe!?

- Na verdade eu não sabia, foi um chute, mas parece que eu acertei.

- É.. eu não sei o que fazer!

- Fala com ela, meu anjo. Se quiser posso conversar com ela sobre isso, mas segue seu coração, jeonggie!

- Obrigado, tio..

- Não me agradece! Eu sei que é difícil esse negócio de gostar de alguém, nunca se sabe a reação da pessoa, mas é melhor falar logo do que guardar, o amor crescer ainda mais e você acabar se decepcionando com essa pessoa.

- É, verdade.

- Chama ela e fala que eu quero falar com ela.

- Eu!?

- Sim, você! Sem gaguejar e ficar com as bochechas vermelhas, ok!

- Sem graça.

- Também te amo, linda.

- Por que me chamou, Ji? O que eu fiz?

- Nada, kari! Só quero tratar de um assunto rápido contigo. Senta aí.

- Pode falar, tio.

- Lembra.. que uma vez você me disse que gostava da minjeong, mas tinha medo de como ela reagiria se você contasse?

- Lembro, por quê?

- Eu acho que agora é um bom momento para você contar para ela.

- Hm? Não! Não mesmo, tio ji! Eu nunca vou falar pra ela!

- Por favor, você não deve se arrepender, kari!

- Se der errado eu vou culpar você, tio!

- Jogue pedras em mim se der errado!

- Vou levar a sério!

- Vai logo, karina!

- Tá, tá!

Quando a garota saiu, Han fechou a cara e segurou as lágrimas o máximo que pôde. Não entendia porque tão repentinamente tinha vindo uma vontade imensa de chorar, mas sabia que era uma de suas crises ameaçando voltar.

Puxava o ar com dificuldade para os seus pulmões e as mãos estavam trêmulas. Os soluços baixos se tornando constantes por conta do choro reprimido e engolido pra que não tivesse que desabar em lágrimas em ambiente de trabalho, ainda mais cm o risco de alguma criança entrar em sua sala repentinamente e o ver naquele momento tão vulnerável.

- Jisung?

- Hm? A-arin..? -Perguntou com a voz trêmula e embargada.

- Meu anjo, o que houve? Tá tudo bem?

- Por que tudo tem que ser tão difícil para mim, unnie? Por que absolutamente nada da certo? Eu não tenho mais expectativas para viver normalmente sem esse peso que eu carrego que me afunda cada vez mais em um poço sem fundo. Não há mal que dure para sempre, é o que eu sempre digo. Mas por que o meu dura? Por que ele não acaba? Por que eu não posso ser feliz, unnie!? -Disse se entregando as lágrimas.

- Vem aqui, ji. Vou te levar pra casa. Você não ta em condições para dar aula hoje. Eu peço que o Soobin dê aula no seu lugar, ok? Vamos para que não piore.

sᥱᥱ ᥙ ᥣᥲ𝗍ᥱr.

ʜᴏᴍᴇ ᴀʟᴏɴᴇ. - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora