𝗴𝗮𝗿𝗼𝘁𝗮 𝗴𝗲́𝗹𝗶𝗱𝗮 › 𝗅𝗂𝗌𝗈𝗈

𝟎𝟓. » 𝖬𝗎𝗅𝗁𝖾𝗋 𝖯𝗋𝗈𝗍𝖾𝗍𝗈𝗋𝖺.

LISA NÃO ESTAVA SATISFEITA COM AS PALAVRAS que escutou, mas decidiu discutir sobre este assunto depois. Indo para um caminho um pouco mais demorado do que o rápido, prefere não passar por um local onde tem fama de ser perigoso.

── Acho que agora eu entendi! ── A maior falou em um tom considerável, recebendo um aperto um pouco mais firme em sua cintura. Jisoo fez um beicinho enorme pelo constrangimento dela descobrir. Tudo bem que isto é algo para se preocupar, mas não quer incomodar os próximos com a situação.

── O-O quê?!

── O beco. Sabemos que é o único caminho, a pé, para você chegar rápido até o apartamento! ── A loira foi tão esperta agora, que Kim quase achou que não escondeu bem as suas emoções. Mas ela é realmente uma pessoa ruim com mentiras.

── É-É vergonhoso, unnie! ── Ela olhou para a rua, vendo como naquele horário o lugar costuma ficar pouco iluminado e vazio. Sentindo o vento gélido se colidir com seu corpo, apenas tentou se encolher mais.

Lalisa ficou em silêncio por alguns segundos, ficou preocupada por já saber a fama das pessoas que moram perto do beco e as que costumam ir frequentemente lá. Desde drogados até mesmo gente com problemas psicológicos, há também aqueles que não tem piedade caso vejam uma garota sozinha.
Ela preferiu se manter quieta durante o trajeto, mas tem a certeza de que irá arrancar a história completa, quando chegarem ao apartamento.

Finalmente aquela tortura gélida havia acabado. Lisa tem apenas essa moto, e pilotar uma na neve é algo difícil, principalmente por causa do clima que está intenso.

Ambas estão quentinhas e acabaram de chegar. Jisoo tirou o seu enorme casaco e insinuou que iria para o seu quarto, mas foi parada ao sentir um toque gelado em seu pulso. Virando para trás com os olhos arregalados, fitou o olhar sério da maior.

── Me conta a verdade. ── A loira ordenou com seu tom frio, vendo um beiço pequeno formar nos lábios avermelhados e a cabeça se movimentar em resposta; ou seja, não.

A de fios negros tentou se soltar do aperto, mas sentiu o corpo alto se colidir com o seu ao ser puxado. Ela se viu tão nervosa com aquela proximidade, que nem conseguiu se mover direito. Abrindo e fechando a boca para proferir qualquer palavra, o calor de Lalisa fez com que apenas soltasse um suspiro.

── Sabemos que você não iria me pedir carona à toa. Me conte a verdade. ── Ela franziu o cenho pelo silêncio desconfortável que reinou no cômodo. Fazendo menção de fala, foi calada quando a pequena assentiu.

── E-Eu não conheço muito esse bairro... Você sabe disso... ── Kim se encolheu e se afastou minimamente, suas bochechas estão vermelhas pelo ato anterior. ── Saio apenas de noite do curso e o caminho mais rápido, e o que eu mais conheço, é o beco... ── Se frustrando, fez uma pausa curta. ── Um rapaz tentou me segurar à força duas vezes... Ma-Mas, por sorte, pessoas passaram nessa hora e eu consegui escapar...

Manoban simplesmente se calou ainda mais. Por mais estranho que tenha sido para si mesma e para qualquer outra pessoa que conseguisse ler sua mente naquele momento, ela não conteve a raiva enorme que teve ao ouvir a história. Uma emoção ruim estava a dominando e aquilo não era nada comum, pois nem com sua melhor amiga havia se sentido assim. Afinal, era ciúmes ou raiva? Talvez os dois.

── Eu vou buscar você. ── A de olhos azuis jogou suas chaves em cima da bancada e sentou-se relaxada no sofá da sala. A mais nova foi até ela, surpresa.

── O quê?! Jennie pode fazer isso para mim... ── Kim mordeu seu lábio inferior e desviou o olhar, aquilo era verdade, mas também há um pouco de mentira. Sua melhor amiga está muito ocupada com seu trabalho, ultimamente.

── Ela pode até conseguir levar você, mas sabemos que nem sempre irá conseguir buscar. Então, avise a ela que não precisa se preocupar com isso. ── A tailandesa anunciou com seu tom seco e frio. Pegou o controle da televisão e a ligou, como se o que dissesse fosse algo comum de fazer com os outros. ── Vou buscar você e sem reclamações.

── Ma-Mas...

── Shh! ── Emitiu o som sem olhar para a garota chocada. ── Eu quero assistir a minha série.

A morena ainda está surpresa com aquela nova parte em sua rotina. Além de ter de aturar a personalidade difícil dela porque dividem o apartamento, agora irá ser buscada por alguém que parece a odiar.

── Tudo bem... ── Ela saiu dali e caminhou vagarosamente até o seu quarto, por estar pensando nisso tudo e no quão rápido está conseguindo se aproximar dela.

Lalisa finalmente olhou para a figura miúda; aproveitando que a outra estava de costas, sorriu fracamente. Sente que precisa ser protetora.