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talvez eu ainda seja todas as versões de mim. talvez elas ainda morem dentro de mim. bem espremidas, apertadas, esmagadas no fundo do peito. elas voltam ás vezes, aquela criança volta de repente.

naquele choro feio de soluços, naquela vontade de chamar pela mãe, naquele sonho deixado pra trás. talvez ela nunca vá embora, ninguém se despediu dela, ninguém observou ela, ninguém a parabenizou. acho que é assim que é com todo mundo. morremos com nossas mágoas, enterradas com a terra molhada; esquecidas dos pensamentos cotidianos, do mesmo jeito que as lágrimas de um adolescente e adulto sempre são.

quando foi a última vez que eu dei risada com aquele corpo cheio de esperança e vida? eu gostaria ter conseguido saber.

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