Brunna on
– Brunna? – ele pergunta em choque ao me ver ali.
– Oi pai... – respondo com a voz baixa e então um silêncio enorme invade o quarto.
Já fazem 5 anos desde a última vez que nos vimos. Quando eu fui embora, era apenas uma menina, agora a realidade é outra.
– Você vai ficar parado ai que nem uma estátua? – minha avó pergunta quebrando o silêncio.
A pergunta dela parece trazê-lo de volta a realidade e ele caminha até a cama sem tirar os olhos de mim.
Me afasto da cama enquanto vejo ele se aproximar e vou para o canto do quarto observar aquela cena.
Calmamente ele a abraça e deposita um beijo em sua testa.
Apesar dos pesares, não posso negar que ele é um ótimo filho, sempre fez de tudo por ela e a tratou com respeito e carinho.
– Você está bem? Estão te tratando bem? – ele pergunta acariciando suas mãos.
– Eu estou bem, pode ficar tranquilo. – ela responde com um sorriso meigo.
– Isso é ótimo! – ele responde. – Olha, a Ludmilla veio junto comigo.
Ele diz e então olha para a porta do quarto.
Eu nem havia reparado que havia uma mulher junto com ele.
Ela estava parada na porta do quarto, observando tudo com os braços cruzados e uma expressão feliz.
– Você não vai vir falar comigo? – minha avó pergunta.
– A família primeiro, Dona Maria. – ela responde dando uma risada e caminhando até a cama.
– Deixa de besteira, você também é da família. – minha avó responde a abraçando também.
Afinal, quem era essa mulher? Eu não faço a menor ideia. Apesar de não falarmos sobre o meu pai por opção minha, ela nunca mencionou que ele tinha uma mulher.
– E então, quando você vai voltar pra casa pra gente fazer umas besteiras juntas? – ela pergunta divertida.
– Eu espero que logo. – minha avó responde e a porta do quarto se abre.
Era o médico.
– Mas olha só quanta visita hein, dona Maria. – ele diz passando pela porta.
– Eu sou bastante amada, tá vendo? – ela responde divertida.
– Eu nunca duvidei de você, dona Maria. – ele responde dando algumas risadas. – E então, como está se sentindo?
– Eu estou ótima, já posso ir pra casa ficar com a minha família. – ela responde segurando a mão da mulher.
– Nada disso, você ainda tem mais um dia de observação por aqui. – ele responde olhando sua prancheta. – E falando nisso, está na sua hora de descansar.
– Mas já? Eles acabaram de chegar. – ela responde inconformada.
– Infelizmente sim, mas amanhã você está liberada para ir com eles. – ele responde voltando sua atenção pra nós.
– Vou deixar vocês se despedirem e espero do lado de fora. – ele diz olhando para nós e saindo do quarto logo em seguida.
Espero vocês do lado de fora? O que ele quis dizer com isso?
Me despedi da minha avó e saí do quarto indo em direção ao doutor. Meu pai e a mulher que estava com ele fizeram o mesmo.
O Doutor esperou que todos chegassem e começou a falar.
– Eu chamei vocês aqui para passar o real quadro da senhora Maria. – ele diz colocando a prancheta atrás do seu corpo.
– O que houve? – eu e meu pai perguntamos ao mesmo tempo.
Isso tudo já é demais pra mim.
– Ao realizar exames, constatamos um tumor no cérebro dela. Esse é o motivo pelo qual ela anda sofrendo com náuseas, tonturas e desmaios. – ele diz com cautela.
E de repente o mundo cai sobre todos com essa notícia.
– Infelizmente ele já está em estado avançado, e uma cirurgia no estado em que ela se encontra também não é uma opção. – ele diz a olhando dentro do quarto dessa vez.
– Então isso quer dizer que? – meu pai pergunta logo em seguida com as mãos na cabeça.
– Nós podemos fazer uma quimioterapia paliativa para prolongar a vida dela por aproximadamente 6 meses.. – ele responde com a voz baixa.
– 6 meses? – pergunto sentindo um nó se formar na minha garganta.
Não, não pode ser.
– Infelizmente, isso é tudo que podemos fazer por ela. – ele responde.
Todos ficam em silêncio até que a mulher toma a voz.
– E como funciona essa quimioterapia? – ela pergunta em meio ao silêncio.
– Bom, ela terá que vir ao hospital uma vez por mês para a sessão. – ele responde.
– E se ela não aceitar? – ela pergunta novamente e todos olhamos para o médico esperando uma resposta.
– Então o tempo diminui para a metade, sinto muito. – ele responde abaixando a cabeça.
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EQUILÍBRIO - Brumilla
FanfictionNo equilíbrio entre o coração e a razão vive a felicidade.