Epilogue

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Embora jamais houvesse vivido períodos fáceis em sua vida, Harry nunca esteve tão repleto de obrigações e pendências quanto nos últimos meses. Mais precisamente, desde que casou-se com Louis a um ano atrás.

Não necessitava de esforços para recordar-se dos mínimos detalhes da cerimônia. Cada instante estava vivo em sua mente, perfeitamente gravado como a mais bela memória que cultivava em seu álbum particular. O Central Park estava exuberante, no auge da primavera.

Os poucos convidados acompanharam seu trajeto, a base de profundas emoções, enquanto caminhava sobre o caminho floral em direção ao altar. Ali, Louis parecia mergulhar no mais profundo misto de sentimentos bons e reconfortantes, seu rosto estava totalmente molhado pelas lágrimas.

Foram votos curtos, porém profundos e particulares. Felizmente, conseguiram manter a imprensa distante e a festa ocorreu tranquilamente. Diana conseguira satisfazer o gosto de ambos noivos e o seu próprio. Toda a mídia voltou-se para comentar sobre o privativo casamento por todo um mês.

Harry jamais sentiu um resquício sequer de arrependimento. Embora sua vida tenha virado de ponta cabeça desde a inauguração do Hotel Tomlinson em Londres, a pouco mais de um ano atrás, Louis era a sua melhor companhia e nenhuma obrigação árdua era páreo para seu marido.

Se cuidavam muito bem, assim como cuidavam de Tobby e Moranguinho. Filhos estavam distantes do plano atual de Louis e Harry. O Tomlinson mais velho havia assumido o comando dos negócios da família a pouco menos de seis meses, após Patrick e Diana se mudarem para a Suíça. Harry estava demasiado atordoado por conta das obrigações com seu cargo na empresa Tomlinson e os cuidados com a ONG.

Além do mais, ser esposo de um dos homens mais ricos de New York também poderia ser considerado uma árdua tarefa. Sua opinião era severamente levada em conta, as pessoas ao redor a todo momento pediam por suas considerações até em situações banais. Precisava organizar do menor ao maior evento, e comparecer a outros.

Isto o fez optar por um assistente pessoal.

Naquela manhã, os compromissos batiam insistentemente à porta como vendedores ambulantes. Havia uma reunião logo cedo, para apresentação de seu novo projeto.

— Nós já chegamos, senhor Tomlinson — a voz grave do motorista retirou Harry de sua reflexão silenciosa. O veículo blindado havia estacionado em frente a enorme e exuberante construção, o primeiro Tomlinson Hotel a ser fundado.

— Obrigado, Reynold — esboçou um sorriso em meio ao agradecimento. Consigo havia apenas uma pasta e seu expresso duplo, itens necessários para enfrentar a primeira tarefa de seu dia.

O homem jovem adiantou-se em sair do veículo e abrir a porta para Harry, quase desesperado para executar o trabalho da melhor maneira possível. Era novo contratado e havia passado por uma série de testes até que finalmente foi admitido para ser motorista de Harry. Apesar de tudo, era um bom garoto.

— Que horas devo chegar?

— Não se preocupe, irei almoçar com Louis e iremos para casa juntos — o avisou, erguendo seus óculos até o topo da cabeça. O item Prada havia sido presente de Louis no dia anterior, uma pequena lembrancinha casual.

— Sim, senhor — acenou.

— Até logo, Reynold — Harry apressou seus passos em direção ao interior do prédio. Em meio a rua, o forte odor nova-iorquino inundou seu olfato, um misto de cheiros desagradáveis e típicos da cidade. O barulho lhe acompanhou até que atravessasse a reluzente porta giratória.

Para Harry, Tomlinson Hotel era um dos lugares mais lindos. Sempre elegante, ao mesmo tempo trazendo a sensação aconchegante de casa. O ar tinha um toque de perfume francês e notas de cem dólares, tudo era tão exuberante que facilmente poderia fechar os olhos e imaginar-se sendo príncipe de um castelo.

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