Mando acendeu a luz mais forte do dormitório, para poder vê-la melhor. Esse tempo todo vocês ficaram no escuro, tanto no momento do resgate da criança, quanto depois tentando fugir. Ele não tinha noção da dimensão dos seus ferimentos.
Você estava desacordada. Ele tirou as luvas, esticou dois dedos no seu pescoço pra sentir seu pulso. Estava fraco, mas contínuo. Isso era bom.
Ele desamarrou você. Puxou um pequeno banco de metal, e sentou-se. Olhou para o seu rosto. Branco. Mais pálida do que nunca. O cabelo grudando no rosto com o suor frio. Ele se inclinou sobre você pra alcançar seu braço esquerdo.
Era como se alguém tivesse cortado um pedaço da sua carne com um laser. A carne profundamente queimada, e cortada. A sua roupa grudada na carne, onde o atrito da arma que te atingiu queimou a carne e a sua roupa junto. Um pouco mais acima no ombro, havia um ferimento mais fundo. Din deduziu ser um tiro de blaster. Ali ele conseguia ver um pouco do seu osso exposto, seu braço completamente danificado.
Só esse ferimento já era o suficiente para que você estivesse sem vida nesse momento. Delirando de tanta dor.
Ele precisaria limpar, e cortar alguns pedaços da carne que estavam se soltando com o tecido necrosado. Din começou a hiperventilar, ele não sabia se apenas a bacta daria conta desse ferimento, talvez o melhor fosse procurar um médico imediatamente, mas ele não tinha tempo para isso.
Ele olhou para o seu corpo, procurando por mais ferimentos.
Os olhos dele pararam de te analisar, ao encontrarem sua calça, encharcada de sangue, e um corte profundo que precisaria ser desinfectado. Mas a bacta conseguiria resolver esse problema. Você tinha perdido muito sangue, pela quantidade que já estava seco, e a nova quantidade que escorria, contido pelo tecido da sua calça.
Ele foi até a despensa, buscou a bacta. E alguns materiais para primeiros socorros. Tirou sua bota. Ligou a visão de calor. Tirou sua calça. Desconectou sua capa. Cortou sua blusa, para facilitar tirar ela de você. Vestiu uma camisa dele em você. Desligou a visão de calor.
Começou limpando a ferida da perna. Observava de vez em quando seu peito se movimentando, para ver se você ainda estava respirando. Assim que ele desinfectou o corte. Aplicou a bacta. Finalizou colocando gazes adesivas para ferimentos específicos como feridas e queimaduras.
Agora era a vez do seu braço. Era humanamente impossível que você tenha conseguido fazer tudo que você fez com essa ferida neste estado. O que você estava pensando? Podia ter morrido.
Não adiantava ficar nervoso com você agora. Ele precisava se concentrar. Din alcançou uma pinça e um bisturi. Isso seria dolorido.
Assim que ele começou a cortar o tecido necrosado. Ele sentiu sua mão no tecido entre a armadura, o pescoço dele e o capacete.
Ele olhou para você. Os olhos azuis, estalados, vermelhos, doloridos. Era incrível como você sabia perfeitamente onde os olhos dele estavam debaixo do capacete. Din escolheu o tom de voz mais calmamente possível, embora você estivesse enforcando-o.
"Sou eu. Eu vou cuidar de você. Está tudo bem. Sou eu"
Ele sentiu o aperto da sua mão ir se afrouxando conforme você foi absorvendo as palavras dele. Ele segurou sua mão. Enquanto ainda segurava a pinça com a outra mão.
"Está tudo bem"
Você choramingou, puxando a mão dele para o seu rosto, descansando seu rosto sobre a pele quente da mão dele. Ofegante, quase hiperventilando.
Din engoliu em seco. Você estava fria.
"Preciso tirar um tecido necrosado. E então vou colocar bacta, vai aliviar, a dor vai melhorar"
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SPACE MISTERY - DIN DJARIN
FanficUma garota que passou a vida sem conhecer sua história, pulando de planeta em planeta, lutando pela sua sobrevivência, após conhecer o Mandaloriano em uma de suas caçadas, acaba o acompanhando até o próximo planeta. Essa pequena carona acaba constr...