Try again | JAEYONG

the day.

Chegou o tão esperado dia. Ansiedade percorria meu corpo, minhas mãos tremiam enquanto eu me encarava no espelho do guarda-roupa. Meus cabelos estavam longos, quase obscurecendo parcialmente minha visão. As roupas que escolhi eram adequadas para o clima gelado lá fora, mas mesmo assim, eu suava frio.

Havia me deparado com Jaehyun quase um mês atrás, seja na galeria ou na casa de Doyoung, mas desta vez era completamente diferente. Eu estava ali para vê-lo, para conversar sobre o que aconteceu, em busca de respostas para as perguntas que rodavam incessantemente em minha mente.

Só de pensar nas diversas respostas possíveis, meu coração acelerava. Eu não estava preparado. Nunca estive. No entanto, precisava encarar a bola de neve que se formara em meu coração.

A porta da sala se abriu quando menos esperava. Passos apressados e pesados se dirigiram ao quarto onde eu estava. Na porta, Johnny, Mark e Yuta me encaravam com expressões mistas.

— Você está bonito. – Yuta comentou.

— Ainda não aceitei essa sua ideia. – Mark falou sobre Yuta.

— Você deveria trancar a porta do seu apartamento. – Johnny alertou.

Era um emaranhado de palavras e questões diversas. Minha mão suava mais do que eu desejava.

— Está quase na hora. Por favor, deixem para falar no carro. – Eu disse, saindo do meu transe no espelho, dirigindo-me à porta, onde abriram passagem para que eu pudesse sair.

No carro, reinava um silêncio tenso. Yuta dirigia, batendo os dedos no volante, enquanto Mark estava ao seu lado, mexendo no celular e vez ou outra comentando algo com o japonês. Johnny estava ao meu lado, segurava minha mão a alisando. Mesmo que eu não estivesse o encarando, eu podia sentir o seu olhar cauteloso sobre mim.

— E o Hyuck? Por que ele não veio? – Questionei alto fazendo todos me ouvirem.

— Ele mandou mensagem dizendo que estava doente, e não iria conseguir aparecer. Mesmo que eu suspeite que ele está com algum ficante. – Mark disse se virando para olhar para trás e revirou os olhos.

— Não me importo tanto... Contanto que vocês não ameaçam a tirar a vida do Jaehyun. – Dei de ombros e pude ouvir tanto Mark quanto Johnny suspirarem. Yuta permaneceu em silêncio, como sempre.

— Tae, eu sinceramente não entendo a sua insistência em relação a ele. – Johnny comentou. Era algo que me perguntava de vez enquanto.

— E se ele não tiver mudado? Sei lá, ser tudo uma farsa dele. Ou que esteja brincando contigo e seus senti-

Yuta não esperou ele terminar de falar para lhe dar um tapa em sua cabeça.

— Fecha a boca Mark! As vezes você fala coisas que não precisam ser ditas

O canadense resmungou e sentou-se no banco, cruzando os braços e bufando irritado.

— Eu estou bem yuyu. Não se preocupe.

Pelo retrovisor pude vê-lo sorrir terno para mim e voltou a sua atenção no trajeto. Faltava pouco para finalmente chegar ao parque e encarar aquela tempestade. O carro ainda estava silencioso. Johnny em algum momento soltou a minha mão e acabou por cochilar no banco. Yuta e Mark trocavam farpas, mas logo o japonês acariciava as coxas do outro e apertava sua bochechas.

Yuta e Mark haviam algo acontecendo entre eles e não faziam o favor de esconder isso a ninguém. O que é de se esperar deles dois.

Quando finalmente chegamos, me retirei do veículo e pude ver Jaehyun andando pra cada lado agoniado, olhando ao redor e voltando a sua atenção ao seu telefone. Atrás de mim, pude escutar a porta do carro bater. Johnny e Yuta foram na frente, enquanto Mark me fazia companhia.