𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

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                 ⚜︎𝕻𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄⚜︎

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A respiração de Alicent assemelhava-se a uma tempestuosa ventania,
seu coração parecia um vulcão prestes a explodir apenas lhe causando mais desejo de levar os dedos a boca, para o alívio imediato que aquilo lhe causava.

Ela abraçava o ar com seus pulmões vezes e vezes procurando força para correr do salão atrás de Rhaenyra. Ela não podia perdê-la, sua única amiga... Seu coração partiu-se em mil estilhaços ao se quer pensar em tal possibilidade. A princesa teria que ouvi-la e compreendê-la, até porquê, aquilo não havia sido escolha dela, ela nunca havia pedido por isso. Ela não suportaria perder sua melhor amiga para um casamento indesejado, para um jogo de poder manipulado por seu pai. Lágrimas surgiram no canto dos olhos de Alicent, mas ela as segurou, não podia chorar, não era hora para isso, era hora de se resolver com Rhaenyra.

A jovem se prontificou para sair em disparada da sala, no entanto, seu pai, de prontidão, levantou-se da cadeira e agarrou se braço.

— Você não deve correr atrás dela, você não precisa dela, você será una rainha, esposa do rei — sussurara o homem mesmo que baixo, ainda firme, com o habitual tom autoritário.

— Ela é minha melhora amiga — foi tudo que Alicent pôde dizer. Sentia que se abrisse a boca mais uma vez, não conseguiria conter as lágrimas que se aglomeravam em seus olhos como lembrete de seu nervosismo.

— Alicent...

Pela primeiras vez, sem dar ouvidos a ordem de seu pai, a menina voou para fora do salão em busca de Rhaenyra. Não teve que correr muito para dar de cara com a princesa, que ao notar sua presença, soltou um suspiro amargo e partiu em direção ao jardim.

Uma lágrima escorreu pelo rosto da lady, mesmo com o evidente degosto da amiga, ela deveria acreditar que ficaria tudo bem, ela explicaria toda a situação e tudo se acertaria. Tudo precisava se acertar.

— Rhaenyra, por favor! — o grito de Alicent poderia muito bem ser interpretado como uma súplica, o desespero carregado em sua voz assustava a ela mesma.

— Não fale comigo! Sua traidora!

  A ruiva se aproximou da platinada, como num impulso.

— Não foi minha culpa — disse, tocando levemente o braço da outra — Eu...

  — Não encoste em mim! — exclamou, imediatamente puxando o braço a avançando na direção de Alicent de forma bastante intimidadora. — Nunca mais ouse se aproximar de mim. Você estragou tudo, toda a nossa amizade, e apenas por poder, por status!

— Não foi eu, Rhaenyra! Foi coisa do meu pai, você precisa acreditar em mim! Ele me obrigou a encontrar o rei, oferecer conforto a ele e...

A risada sarcástica da princesa acertou a menina como um tiro ao alvo. Alicent sentiu uma pequena parte de seu coração partir junto de uma lágrima que escorria por seu rosto.

— Quer mesmo que eu acredite que você nunca desejou ser rainha?! Todas as damas almejam ser esposa do rei!

— Mas eu não! Eu nunca pedi por isso! Nossa amizade é tão importante para mim quanto qualquer outra coisa!

Rhaenyra a ignorou, ou ao menos fingiu ignorar, dando de ombros.

— Você não me entende... Eu gostaria de trocar de lugar com você, por pelo menos um dia — murmurou Alicent, sentindo as esperanças de uma restauração se esvaindo de seu corpo.

— Eu também gostaria – resmungou amargamente Rhaenyra, em resposta.

— Nyra...

— Não me chame assim! – reprovou a princesa, virando-se novamente para encarar a amiga, ou melhor, ex amiga. — Você simplesmente não tem esse direito!

Não teria mais como segurar, as lágrimas de Alicent rolaram marcando seu rosto apenas como lembrete da angústia que sentia naquele momento.

  — Agora, pela última vez — começou a platinada. — Se lhe resta algum tipo de dignidade, nunca mais fale comigo, ouviu bem? Nunca mais! — ordenou a jovem, logo em seguida saindo correndo do jardim.

A lady teve a sensação de que seu mundo iria desabar, que não teria mais ninguém, a única pessoa que lhe restava acabava de partir levando consigo um pedaço de seu ser.

Ela sentou-se no chão, não tinha cabeça para se importar com o vestido ou qualquer outra coisa, tudo que sabia é que se permanecesse em pé, desmaiaria, um desmaio levado pela perda, uma perda que nunca se esqueceria, que ficaria para sempre marcada.

A garota olhou para o lado, onde tinha flores, as mais lindas possíveis tratando-se do jardim do palácio, e, por um momento, Alicent desejou de todo o coração ser uma flor, sempre bela, sorridente e perfumada, permanentemente sendo admirada por todos, sem ninguém para cortar suas pétalas...

RHAENYRA.

Meu quarto. Eu preciso do meu quarto. Onde está o meu maldito quarto?

Rhaenyra sempre viu seus aposentos como um lugar de descanso e como seu próprio refugio, mas nunca imaginou que algum dia desejaria tanto ele quanto naquele momento. Se ela não chegasse logo, qualquer um poderia vê-la chorar.

Um alívio indescritível dominou seu corpo ao dar de cara com a porta de seu quarto, junto de um suspiro, ela entrou de supetão no cômodo e logo se arremessou na cama, e então, finalmente, tudo desabou. Lágrimas sinceras da dor de uma perda terrível atravessavam seus olhos acompanhadas de uma angústia inefável que abarrotava seu estômago.

— Mamãe... Eu queria que você estivesse aqui... Eu preciso tanto de você agora — a fala da garota abriu portas para, não apenas lágrimas, mas para um choro.

Rhaenyra chorou como não fazia a meses, desde a morte de Aemma, ela se sentiu uma meninha de novo, a filha que corria para os braços quentinhos da mamãe, porém, ela não tinha essa opção... sua mãe se fora e agora, sua melhor amiga também, ela nunca havia experimentado desse sentimento de tamanha solidão e desejava do fundo do coração nunca mais experimentar.


NOTAS>>>

Oie, tudo bem? Espero que sim.

Estou muito feliz de postar essa fanfic e espero de coração que gostem<3

𝘼𝙉𝙊𝙏𝙃𝙀𝙍 𝘽𝙊𝘿𝙔 Onde histórias criam vida. Descubra agora