Nada mais fazia sentido para Jihoon, já que ele não se lembrava de muita coisa exceto o fato de que tinha caminhado dentro da floresta até que encontrou algumas flores abandonadas no meio das folhas secas, e então sentiu algo o puxar com força para baixo. Em seguida desmaiou.
Quando abriu os olhos novamente, o garoto estava em um lugar muito escuro, que fazia seus olhos parecerem inúteis. Sua cabeça doía bastante e todos os músculos de seu corpo pareciam rígidos demais para que ele conseguisse se mover. No entanto, usou toda a sua persistência e logo estava de pé.
Suas mãos tatearam o ambiente cuidadosamente, buscando entender aonde estava. Aos poucos, percebeu que seus olhos se ajustavam para que qualquer luz mínima o ajudasse a enxergar, e essa luz fraca vinha de um céu nada estrelado. Ao redor, Jihoon parecia cercado por longos muros construídos de plantas de variadas espécies, que acabaram ferindo um dos dedos do garoto por conta de seus espinhos enormes. Ignorando a dor que o incomodava em vários lugares, Jihoon se manteve com ambos os braços esticados para os lados, tocando a superfície na intenção de compreender o caminho. Em pouco tempo, ele chegou em um lugar iluminado por uma única tocha, que fez seus olhos arderem e uma lágrima surgir.
Assim que seus olhos se acostumaram, Jihoon visualizou duas figuras familiares deitadas no chão. Os dois garotos pareciam estar despertando da mesma coisa que havia derrubado Jihoon.
- Que merda aconteceu? – Sussurrou Mingyu, com uma das mãos massageando a têmpora, sentindo a cabeça prestes a explodir.
- Cala a boca. – Jun murmurou, cobrindo os olhos com as mãos. Seu corpo latejava e ele parecia que iria desmaiar novamente.
Jihoon se aproximou dos dois, xingando-os mentalmente por estarem ali, seja lá onde eles estivessem. Quando chegou próximo o bastante, chutou de leve um dos pés de Mingyu, que o olhou com um gemido de dor.
- Vocês são uns idiotas. – Jihoon sussurrou, com um tom de voz irritado – Eu disse que ia vir sozinho.
Jun tirou uma das mãos do rosto e ergueu o olhar até visualizar Jihoon, que o olhava com raiva. Ele riu baixo, tentando ignorar o desconforto que tomava conta de si.
- Eu nunca disse que deixaria você vir sozinho.
O mais baixo estendeu ambas as mãos para os amigos, que se apoiaram nele para levantar. Logo os três encaravam o corredor do qual Jihoon havia vindo. Atrás dos três, uma parede alta se erguia, impedindo que eles seguissem caminho por ali.
- Onde a gente ta, hyung? – Sussurrou Mingyu, sentindo o medo crescer dentro de si.
Jihoon suspirou alto, virando-se para os outros.
- Eu acordei faz pouco tempo e tudo que vi foi uma escuridão absoluta e as paredes aqui são feitas com folhas e espinhos. – Ele ergueu as mãos, mostrando os dedos manchados de sangue – Me machuquei e mesmo assim não descobri muita coisa. Mas, o importante é que aqui temos luz.
Os três olharam para a tocha. Sem pensar duas vezes, Jun puxou a mesma e esticou-a para a frente, iluminando brevemente o caminho sombrio.
- Vamos encontrar uma saída. – Jun disse, determinado.
- Na verdade, precisamos encontrar os outros. – Mingyu disse. Ele olhou para Jihoon, que xingou baixinho.
- Eu odeio vocês. Mas já que os outros idiotas vieram aqui, vamos achar eles também.
Logo Mingyu respirou fundo, reunindo uma grande quantidade de ar em seus pulmões. Em seguida, o garoto gritou, o mais alto que pôde.
- Wonwoo! Minghao!
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O Jardim de Crisântemos • soonhoon
TerrorAnos depois do desaparecimento de sua mãe, Soonyoung encontra um caderno deixado por ela no meio das flores antes de desaparecer. Nele, uma carta pede para que o garoto encontre sua mãe dentro da floresta. No entanto, o caminho para encontrá-la vai...