"gosto dela"

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Bea odiava receber visitas, a menos que fossem seus amigos mais íntimos.

- Bea - Lucas a chamava do outro lado da sala - Bea!

A ruiva desgrudou os olhos da tela do celular e o encarou.

- Quê?

- Você está sorrindo para o celular de novo.

- Não tô', não! - ela sabia que estava, mas nunca admitiria.

- já tem mais de um mês que você conversa com essa tal de Clara. Quando vai apresentar ela pra gente?

- Primeiro: - Bea largou o aparelho no sofá e levantou-se - ela é uma amiga, não minha namorada. Segundo: se ela fosse minha namorada, eu não sei se apresentaria vocês dois.

- Ué, por que não?

Bea foi até a mesa e pegou uma maçã. Mordeu e voltou-se ao amigo:

- Porque ela é bem o seu tipo. Sabe, baixa, morena, cabelo curtinho, estilosa, cheirosa, e tem um sorriso lindo.

- Aí é que está. - Lucas bateu uma mão na outra, animado, e sentou no sofá ao lado de Bea.

- o que?

- você deu características da Clara que só alguém que está apaixonado diria. E por outro lado, ela é lésbica, não teria interesse nenhum em mim e eu obviamente não seria talarico.

Talvez fosse verdade. Talvez ela realmente estivesse gostando da Clara de uma maneira que não seria só amizade. Desde que começaram a trocar mensagens e conhecerem-se mais a fundo, Bea se sentia cada vez mais motivada. Não importa o que fizesse, sempre lembrava de algo que Clara dissera.
Estaria se apaixonado? Verdadeiramente, dessa vez.

Há tempos Bea não ouvia uma voz tão perfeita como a de Clara. Era como ouvi uma melodia que não sairia de sua mente por horas. Um tom especial.

- Tá. Talvez eu goste dela, mas não tenho certeza. A gente só saiu uma vez e eu nem sei se ela iria querer sair comigo de novo.

- Por que não tenta mandar uma mensagem e só pergunta?

- A gente tava' falando sobre um dos alunos dela que toca muito bem. Não dá pra chegar com isso assim do nada.

O celular que Bea havia deixado no sofá, toca. Era uma mensagem.

Clara Castilho: Tá afim de sair pra um café comigo mais tarde? Meu último aluno não vai poder vir, então eu tô' livre a tarde toda.

Lucas, que leu a mensagem junto com Bea, riu baixinho vendo a expressão de horror no rosto da mulher ao seu lado.

- Problema resolvido.

Romance No Mar - Bea Duarte Onde histórias criam vida. Descubra agora