Capítulo 7

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***ANAHÍ***


Eu não estava arrependida do beijo, estava arrependida de outra coisa.

Estava arrependida por ter deixado com que ela casasse com outra pessoa e não eu.

A Dulce me olhava com aqueles olhos castanhos que me fascinavam. Que sorte tem o Paco que pode acordar com aqueles olhos lhe admirando. Confesso que já tive a chance de ter essa sorte. Durante anos tive a oportunidade de acordar com aqueles olhos me mirando com tanta ternura enquanto meus cabelos eram acariciados.

Ela me dava um beijo, afundando a minha cabeça no travesseiro e deixando seu corpo pesar sobre o meu. Sempre me questionei se ela não percebia a malícia que aquele gesto tinha.

Como eu torcia para o Memo não estar junto com a gente na turnê do RBD para que ela pudesse dormir comigo. Pena que não acontecia com a frequência que eu gostaria. E agora, não aconteceria mais.

Senti ela segurar o meu rosto com mais delicadeza e me conduzir para mais um beijo. Aquele beijo não podia para nunca! Eu não queria. Sua língua suave, seus lábios delicados e seu toque estremecedor. Eu estava me apaixonando ainda mais por ela.

Segurei as laterais de seu rosto apenas com as pontas dos dedos e olhei para ela.

- Podemos ir lá fora e dizer que o seu casamento foi anulado e que agora você vai se casar comigo? - sorri ao dizer isso e ouvi a sua risada. Vi a Dulce fechar os olhinhos e sua bochecha se desenhar em uma linda curva. Como aquilo me fascinava.

- Se você não fosse casada, talvez até daria certo... - Dulce disse.

- Se você quiser, eu me separo!

Ela deu um suspiro e olhou para mim. Sua bochecha continuava desenhada ainda que o sorriso não estivesse mais ali.

- Todos esses anos você nunca me procurou! - Dulce falou em um tom melancólico. - Por que você me diz isso só agora?

- Eu.... - suspirei e não consegui terminar a frase.

Por que eu não a procurei? boa pergunta!

Por que eu me permiti sofrer em silêncio todos esses anos?

Ficamos em silêncio e ela não parecia disposta a ceder. Esperava alguma resposta minha.

- Porque eu sou uma idiota! - finalizei. Era a única conclusão que eu eu podia dar.

Ela segurou o meu rosto e deu um selinho demorado.

- Eu te amo! - ela disse. - Nunca se esqueça disso!

O casamento da minha melhor amiga - PortiñonOnde histórias criam vida. Descubra agora