Raios por toda parte, ondas do mar batendo na costa sem parar e dois deuses se olhando no meio dessa tempestade interminável, enquanto eu observava tudo sem saber como reagir, meu cabelo ruivo todo molhado por causa da chuva enquanto via dois deuses lutando por algo tão inútil como crianças em um parquinho.
Quando estava prestes a interferir, depois de dar apenas um passo, sinto o chão debaixo de mim se abrir e ouço uma voz:
"- Filha de Zeus, prepare-se se deve. Para a tempestade que está por vir."
Quando acordo, percebo que está tudo escuro e entro em pânico, ligando minha lanterna ao lado da cama. Olhando ao redor, vejo que estou de volta no dormitório da escola Yancy. Lembrando da minha missão, uma dor de cabeça vem à minha mente. Como "punição" por fazer uma festa no meu chalé, tive que vir para esta escola como ajudante do Quíron, para ajudar a proteger um meio-sangue que estuda aqui.Mas o que eu não daria para estar no Acampamento Meio-Sangue agora. Treinando com Clarisse, discutindo estratégias com Annabeth, ou melhor ainda, estar com Luke vendo o pôr do sol.
Isso não importa agora, o mais importante é terminar esta missão, então me visto apressadamente e vou para o ônibus. Ficarei cuidando das crianças enquanto os professores não chegam, que estão fazendo muito barulho ou conversando entre si. Neste momento, percebo um pouco como o Sr. D fica cuidando de crianças há séculos, deve ser angustiante.
Quando os professores chegam, me sento na frente para não ser incomodada e encosto a cabeça na janela para tentar dormir, mas um arrepio constante me impede de realmente descansar. Quando finalmente chegamos ao museu, observo as estátuas dos vários heróis presentes, já tinha ouvido suas histórias, mas ainda me fascinava. Quando o Quíron me pergunta:
- Menina Targaryen, pode me explicar o que Cronos fez com seus filhos?
- Claro, senhor. - assinto - Cronos, titã do tempo, com medo de que seus filhos fizessem o mesmo que ele fez com seu pai, Urano, sempre que um filho nascia, ele o devorava. Até que sua esposa, Reia, conseguiu salvar alguns de seus filhos, dando a Cronos uma pedra para engolir. Um desses filhos, mais tarde, se tornou Zeus, que voltou e salvou seus irmãos e, com a ajuda deles, derrotaram Cronos.
Completo minha explicação, recebendo olhares de admiração e tédio, além de um olhar curioso de um loirinho de cabelos encaracolados. Quando o Quíron começa a explicar novamente o que eles devem fazer, eu me perco em meus pensamentos enquanto olho para a estátua de meu pai em sua majestade, mas meus pensamentos não são totalmente positivos, pelo contrário, nem sempre fui fã do meu pai.
- Escolhendo Zeus para o seu trabalho, estagiária? - ouço a voz do Quíron atrás de mim e percebo que me distraí novamente e não sei o que ele pediu.
- Ah, claro. Escolhi Zeus para o meu trabalho! - digo, mas obviamente o Quíron não acredita em mim, ele sempre consegue ver através das minhas mentiras, incluindo minhas dúvidas sobre os deuses.
- Vou deixar passar dessa vez. Vá comer. Deve estar com fome.
Sorrio para ele, o Quíron sempre foi uma espécie de figura paterna para mim. Quando chego ao terraço do museu, procuro um lugar para sentar e ouço o Grover me chamar para comer ao lado dele e do loirinho. Eles estão sentados à beira da fonte, como se não houvesse a possibilidade de alguém os empurrar e eles caírem. Mas como os valentões desta escola são burros e só sabem atirar coisas nas pessoas, é um ótimo lugar para se sentar e comer. Então, sem muita escolha, me sento lá.
- Percy, esta é a Daenerys, este é o
Percy.
- A estagiária do Sr. Brunner?- Oh, meu caro, eu não sou apenas uma estagiária. Sou muito mais - digo sorrindo, mas me concentro enquanto como meu pão com geleia, ouvindo o Grover e o Percy discutindo sobre Nancy, a valentona ruivinha.
- Estava pensando em jogá-la na lixeira mais próxima - ouço o Percy falar, o que me faz soltar uma risada e os dois olham para mim.
- Coitada da lixeira. Ter ela dentro deve ser terrível. Eu recomendaria jogar um balde de água ou cobras nela - comento, pensando em uma pegadinha com os gêmeos, os irmãos Stoll, fazendo isso com alguém do chalé de Ares.
Percy sorri para mim, ele deve ter considerado minha sugestão uma ótima ideia, mas o Grover argumenta conosco, dizendo que se sabe algo sobre valentões, nunca devemos enfrentá-los.
Quando estou prestes a discordar do Grover sobre os valentões, algo é atirado no rosto do Grover e Percy e eu olhamos com raiva para aquela garota de cabelos ruivos, ela está rindo como se aquilo fosse a melhor piada do mundo. Nem se passa um segundo e Percy e eu já estamos nos aproximando dela, mal percebendo o Grover nos pedindo para nos controlarmos. E então, de repente, ela está dentro da fonte, totalmente molhada. Eu iria rir da situação, mas então, aquele arrepio constante que tive a viagem inteira finalmente faz sentido. Há um monstro por perto e então vejo uma fúria atacar o Percy, mas ele a corta imediatamente. Eu fico parada, olhando aquilo sem reação, mas só consigo lembrar do meu sonho. Fico olhando para o Percy desmaiado e várias pessoas se aproximando dele, e sinto uma mão no meu ombro, notando o Quíron me olhando preocupado.
- Está bem, Daenerys?
Eu não sei o que dizer, então apenas aceno com a cabeça novamente, e então percebo que Percy está começando a "acordar".
- Como foi o sonho, Bela Adormecida? - digo me ajoelhando ao lado dele, tentando melhorar o clima.
- A Sra. Dodds? - ele pergunta, eu ia dizer algo, mas o Quíron me interrompe.
- Que Sra. Dodds? Não existe essa professora, não é, Daenerys? - ele me olha esperando que eu concorde, e me viro para o Percy, mas aquele olhar faz com que eu trave, é a mesma expressão que eu costumava ter... mas então reúno toda a coragem que consigo e digo:
- Quem é a Sra. Dodds? Corrija os erros de ortografia.
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Love is a dagger
FanfictionDaenerys, uma filha proibida, um "erro" aos olhos do Olimpo. Filha de Zeus, tem de tomar uma decisão difícil, se é ser fiel aos seus amigos e, infelizmente, aos deuses que lhe causaram muito mal ou ser leal a Cronos, mas estar com o amor da sua v...