uma supresa não tao supresa é descoberta

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Eu acordo e olho ao redor da enfermaria enquanto ajusto minha visão. A primeira coisa que noto é que deve ser de manhã, pois ao olhar para a janela vejo as crianças se preparando para a primeira atividade do dia. No entanto, depois de minha visão se ajustar, noto algo preocupante, muito preocupante. Percy parece ter desaparecido. Então, rapidamente, me levanto da cama e começo a sair da enfermaria. Ao longo do caminho, consigo escutar algumas vozes que reconheço, então começo a seguir o som dessas vozes. E assim encontro Perseus Jackson conversando com Grover, mas não são os únicos presentes ali. O Senhor D está sentado em sua cadeira, observando os dois.

"Percy, este é o Senhor D, diretor do acampamento", ouço Grover dizer. "Ele é o deus do..."

"Deus do vinho, das festas, da alegria e da loucura", completo para chamar a atenção de todos na sala.

"Olha só quem decidiu se juntar a nós", comenta Dionísio enquanto bebe coca-cola, um castigo do meu pai após Dionísio perseguir uma ninfa. Ele tem que ficar sem beber vinho e ser diretor do acampamento meio-sangue. Pensando bem, isso faz dele um dos poucos deuses que está presente na vida de seus filhos, ao contrário de Zeus.

"Se você também é uma semideusa, filha de quem?", questiona Percy. Normalmente, eu ignoraria essa pergunta, mas Dionísio se adianta e revela a ele quem é meu pai, fazendo uma breve apresentação minha.

"Filha de Zeus, Peter. Deus do céu e dos raios. Sugiro ficar longe dela, Peter, ela pode ou não ter o temperamento do pai."

"Não se preocupe, eu só mostro meu lado de filha de Zeus quando não gosto de alguém", acrescento. Percy pode ver meus olhos brilharem por um momento, mas logo retorna ao normal.

"Então, Majestade, eu queria saber sobre meu pai, se você poderia me mostrar quem ele é", pergunta Percy. Tenho aquela sensação de déjà vu, já que fiz essa mesma pergunta no dia em que cheguei no acampamento. E sei o que virá a seguir.

"Acho que posso, filho", responde o Senhor D.

Tenho que me controlar para não rir como uma louca, para que Percy não desconfie. O Senhor D fez a mesma brincadeira comigo quando cheguei no acampamento e também com outros campistas. Ele usa isso para pedir às crianças que lhe tragam vinho, porque só assim ele pode beber sua preciosa bebida. A única pessoa que não caiu nessa pegadinha, pelo que me lembro, foi Annabeth, que suspeitou imediatamente. Mesmo antes de Athena reclamá-la, já estava claro quem era sua mãe.

Para o azar de Dionísio e para acabar com minha risada, Quíron aparece e desmente a mentira de Dionísio. Ele me encara e faz a pergunta clássica:

"Daernys, você se importaria de mostrar o acampamento para o Percy?"

Ele sempre me faz essa pergunta, e eu às vezes recuso. Mas desta vez, decido aceitar. Tenho certeza de que Quíron deve estar cansado e eu já dormi bastante. Preciso esticar as pernas.

Então pego na mão de Percy e saímos da Casa Grande, mostrando tudo para ele. Passamos pelo campo de morangos para pegar alguns, já que estávamos famintos.

Em certo momento, Percy diz: "Vou ter que dizer a Quíron que perdi a espada que ele me deu".

"Tem certeza?", pergunto, sorrindo.

"Sim. Lembro dela caindo da minha mão", responde ele.

"Verifique seu bolso, então, loirinho".

A expressão em seu rosto ao colocar a mão no bolso e sentir a caneta guardada ali ficará gravada em minha memória para sempre.

"Enquanto você nunca entrega sua espada para ninguém, ela sempre voltará para o seu bolso", digo, e chegamos ao chalé de Hermes.

"Então, esse Hermes é meu pai?", ele pergunta. Lá está aquela pergunta, aquela pergunta que odeio responder: o motivo pelo qual às vezes recuso fazer o tour pelo acampamento. É por ter que responder para uma criança que seu pai precisa reclamar, nem sempre o fazendo.
- Eles têm que reclamar e...
- Pode não acontecer e meu pai pode nunca me reclamar... - completa Percy, olhando para baixo, cabisbaixo. - Eu não pertenço a este lugar.
- Ei. - me abaixo, ficando no nível dele. - Isso não é verdade. Você pertence a este lugar. É para isso que serve o chalé de Hermes, é para...
- Os não reclamados. Ou aqueles que ainda não têm um chalé próprio - ouvimos uma voz dizer, e lá está ele, meu lindo namorado, Luke Castellan. - Eu assumo daqui, ruivinha.
- Você assume mesmo, Lukezinho? É que eu não posso deixar qualquer um tomar conta do Percy. E não sei se você é capaz para a tarefa - digo, cruzando os braços para ele, ele me olha de cima abaixo.
- Bem, eu não diria que não sou ninguém. E não foi você que disse algum tempo atrás que eu era o melhor mentor, espadachim do acampamento? E não posso esquecer de mencionar que também disse que eu era o mais bonito, ruivinha.
- Bem, acho que nesse momento eu devia estar cega por causa da chuva.
- Estava sol. - ele diz, cruzando os braços. Olho para Percy, que nos encara, com cara de não entender nada. Então me abaixo novamente e digo a Percy. - Vou indo. Agora o Luke vai ajudar. Se precisar de alguma coisa ou quiser desabafar, vá ao meu chalé. 
Lá está aquela pergunta, aquela pergunta que odeio responder: o motivo pelo qual às vezes recuso fazer o tour pelo acampamento. É por ter que responder para uma criança que seu pai precisa reclamar, nem sempre o fazendo.
- Eles têm que reclamar e...
- Pode não acontecer e meu pai pode nunca me reclamar... - completa Percy, olhando para baixo, cabisbaixo. - Eu não pertenço a este lugar.
- Ei. - me abaixo, ficando no nível dele. - Isso não é verdade. Você pertence a este lugar. É para isso que serve o chalé de Hermes, é para...
- Os não reclamados. Ou aqueles que ainda não têm um chalé próprio - ouvimos uma voz dizer, e lá está ele, meu lindo namorado, Luke Castellan. - Eu assumo daqui, ruivinha.
- Você assume mesmo, Lukezinho? É que eu não posso deixar qualquer um tomar conta do Percy. E não sei se você é capaz para a tarefa - digo, cruzando os braços para ele, ele me olha de cima abaixo.
- Bem, eu não diria que não sou ninguém. E não foi você que disse algum tempo atrás que eu era o melhor mentor, espadachim do acampamento? E não posso esquecer de mencionar que também disse que eu era o mais bonito, ruivinha.
- Bem, acho que nesse momento eu devia estar cega por causa da chuva.
- Estava sol. - ele diz, cruzando os braços. Olho para Percy, que nos encara, com cara de não entender nada. Então me abaixo novamente e digo a Percy. - Vou indo. Agora o Luke vai ajudar. Se precisar de alguma coisa ou quiser desabafar, vá ao meu chalé. É o número 1, ok? - digo a Percy, o que é recebido com um aceno positivo. - Tome bem conta dele, bonitinho.
Digo enquanto saio.

Love is a daggerOnde histórias criam vida. Descubra agora