Running like water

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Henry's POV:

(Presente)

Alex estava estranho. Tudo mudou depois das nossas férias, eu fui viajar com a minha família e Alex não pode ir conosco como nos últimos 2 anos, então ficou aqui. Nós não chegamos a conversar sobre, mas tenho a impressão que foi por conta do baile no último semestre. Alex odeia se meter em multidões e estava sendo um chato no dia, eu tentei fazer com que ele se sentisse mais a vontade mas ele só sabia reclamar, então deixei ele de lado e fui me divertir. O problema é que eu acabei dançando com um garoto que eu nem lembro quem era, mas tenho a impressão que ele disse que entraria na escola só depois das férias. Não vou ser mentiroso, nesse dia eu tomei algumas doses de vodka. Claro que isso gerou uma discussão de horas, mas no final nós dois nos resolvemos.

E era isso que eu pensava, mas desde que voltei, Alex está mais distante e fica nervoso se alguém vem falar comigo, está sempre com sinais de ansiedade e isso está me deixando maluco.

– Olá, Henry -disse Miguel, quando eu passei pelo corredor-.

– O que você quer, seu insuportável?

Miguel era um garoto insistente que dava em cima de Alex desde que começamos a namorar, eu não tinha a menor paciência com esse ridículo e nem queria saber o que ele tinha a dizer, mas desde que voltamos de férias ele está atrás de mim igual um cão chupando manga e Alex sempre o afastava, mas agora eu estava sozinho e tinha tomado a decisão de finalmente ouvir o que essa praga quer dizer e seguir a minha vida.

– Então, querido -sorriu- você ja sabe das novidades?

– Desenrola Miguel, ou eu vou embora.

Alex surgiu do nada com um sorriso e, quando viu Miguel, ficou pálido. Eu realmente não estava entendendo que merda era aquela.

– Cai fora, Miguel, ninguém quer escutar suas ladainhas de garoto rejeitado -Alex o encarou com ódio- eu vou falar em alto e bom som pra você entender: eu não vou comer você. Me deixa em paz e não enche o saco do Henry mais.

O moreno me puxou pelo braço e eu sai sem entender nada, Alex não tinha esse tipo de reação e, mesmo não gostando de Miguel eu achei um pouco exagerado.

– Alex, me solta -disse quando saímos no pátio- que surto foi esse?

– Eu só não aguento mais esse garoto enchendo o saco e tentando fazer com que algo role entre nós dois -suspirou- não vai rolar.

– Ja que estamos falando de coisas que não aguentamos mais, eu vou falar pra você o quão irritado eu estou com suas ações -falei alterado- você ta estranho desde que as férias voltaram, não quer conversar comigo mas também não deixa ninguém conversar, não sou sua propriedade, então para de me tratar assim -falei puto da vida- quando você voltar a ser gente, você fala comigo, mas não vou aceitar suas ignorâncias e nem achar legal você falar com alguém assim.

Eu voltei pra dentro, não estava afim do caos do Alex hoje. Pra falar a verdade, com esse tanto de coisa, eu nem sei se estava afim de Alex ainda.

Alex's POV:

(Presente)

Eu queria arrebentar a cara daquele imbecil do Miguel, mas não ia fazer isso pois eu sabia que quem estava errado era eu. Inferno. Eu não entendia o que eu tive na cabeça durante esse verão pra fazer essa merda com o cara que eu mais amei na vida. Eu não sei como contar para Henry que, enquanto ele estava se divertindo e confiando no namorado, eu fiquei atracado com outro homem durante todo o verão. Eu estava com raiva por conta da dança no baile da escola, tanto que nem quis ir viajar com Henry nas férias, ai eu encontrei uma perdição e me agarrei a ela. Mas é óbvio que isso não justifica o que eu fiz, até porque foi só uma dança e eu literalmente transei com aquele garoto. Mas o fato é que eu estou preparando meu discurso há tempos para contar tudo para Henry, na intenção que ele me perdoe e fique comigo para sempre.

O problema é que um monte de gente ficou na cidade, e todas essas pessoas sabem. Henry ainda não ficou sabendo pois eu estou sufocando ele com a minha presença e, comigo do lado, ninguém tem coragem de falar nada. Mas o problema é que agora Henry não quer me ver. Inferno.

Flashback

– Oi -disse aquele rosto conhecido, abaixando os vidros do carro- como você está?

Aquele garoto era August, ou Gus como gostava de ser chamado. Eu tinha conhecido ele em uma festa, ele era bem bacana e conversando com ele foi o único momento no qual eu não senti falta e/ou raiva de Henry.

– E ai -sorri- o que você esta fazendo aqui?

– Passeando, meu pai acabou de me dar esse carro -ele parou e pensou- o que você acha de darmos uma volta?

Eu pensei bem se aquilo não era errado, mas claro que não era. Era apenas uma volta de carro, né? E eu amava Henry e sentia falta dele. E também seria uma forma de me distrair e me vingar até que o mesmo voltasse, assim ficaríamos bem e o que aconteceu no baile ficaria para trás. Então eu entrei naquele maldito carro.

Fim do flashback

Henry nunca iria me perdoar, nunca. Eu sabia disso. Eu sabia como ele era, eu sabia que eu tinha fodido com tudo. Como seria depois que ele descobrisse? Ele iria mudar de escola? Iria me ignorar pra sempre? As pessoas já não falavam tanto comigo mais, nos últimos anos todos aprenderam a gostar muito de Henry e, quando souberam, se afastaram de mim. Incluindo Nora, que é uma de nossas melhores amigas e agora nem olha na minha cara. Henry não entendeu nada, mas não teve tempo para falar com ela já que eu não deixo. Eu só espero que ele não se sinta como antes mais, que nunca mais se sinta como um cardigã velho. Ele não era nada disso, ele era o homem mais lindo, simpático, amoroso e inteligente que eu já tinha conhecido. E eu tinha traído o amor da minha vida. Boa, Alex.

(...)

– Ei -disse me encontrando com Henry na biblioteca- me desculpa. Eu sei que estou estranho e você vai entender tudo. Podemos jantar amanhã? A gente pode conversar -o loiro me encarou e suspirou-.

– Tudo bem, Alex. Não quero ficar assim com você, eu te amo. Mas as vezes é difícil te entender.

– Eu sei, baby -senti ele se arrepiar quando falei o apelido que ele tanto amava e sorri- o que você acha de ir la pra casa hoje também? -disse enquanto selava nossos lábios-.

– Acho uma ótima ideia -ele sorriu malicioso- depois das férias estou numa abstinência eterna de você.

– Eu também estou, cariño. Acho que nunca foi tão difícil ficar longe de você assim.

Beijei o loiro ali mesmo e ele correspondeu, esse momento me deu esperanças de que nosso relacionamento ia continuar sim e ele ia me perdoar. Ele tinha que me perdoar. Eu não sabia viver sem Henry e eu ia passar o resto da merda da minha vida provando pra ele que ele é minha terra natal, minha coroa e que eu jamais poderia perder.

broken • alex & henryOnde histórias criam vida. Descubra agora