broken • alex & henry

Don't call me kid, don't call me baby

Henry

(Presente)

Eu encarava Alex com todo o ódio que eu tinha dentro de mim.

– Nós podemos conversar? -ele disse-.

Apenas assenti com a cabeça e fomos até minha casa, não queria barraco em público e nem queria que as pessoas ficassem fofocando ainda mais sobre isso.

– O que aconteceu, baby? -ele disse, aflito, quando entramos em casa. falso-.

– Não me chama de baby -eu disse com ódio- nunca mais me chama assim.

– Henry, o que te falaram?

Eu despejei tudo que Miguel tinha me dito, na esperança que Alex me dissesse que tudo era mentira daquele fofoqueiro, mesmo que no fundo eh sabia que não era.

– Eu queria muito não acreditar nele, Alex. Então seja homem e olhe no meu olho e me fala a verdade. Porque deus sabe o quanto eu ainda acredito em você, Alex. Então se você me disser que ele inventou fofoca pra nos separar, eu vou acreditar. Mas se você disser que não, vai ser a última vez na vida que vou confiar em você.

Ele me olhou com os olhos cheio de lagrimas, e ele não precisava falar nada para que eu soubesse que Miguel estava falando a verdade, mas mesmo assim ele disse.

– Eu queria muito dizer que você não pode acreditar nele, Hen -ele disse em um sussurro, com a cabeça baixa- mas dessa vez é verdade.

Eu comecei a chorar muito, agora minha ficha estava caindo. Ele tinha me traído. Eu estava longe, com a minha família e ele simplesmente ficou o verão todo na cama de outro, tendo relações com outra pessoa e me enganando. Ele deixou que eu fosse feito de chacota, que a escola toda me olhasse com dó. Ele não deixou as pessoas me contarem, se tornou um babaca e mentiu pra mim.

Agora eu entendi tudo, ele me levou esse final de semana com a intenção de que, quando eu descobrisse, eu não largasse ele pois nosso amor era mais forte. Amor de merda.

– Eu quero que você saia da minha casa, da minha vida e nunca mais volte.

– Cariño, vamos conversar, eu... -o interrompi-.

– VAI EMBORA ALEX, SOME DA MINHA VIDA, ME DEIXA EM PAZ, VAI PRA PUTA QUE TE PARIU.

Eu empurrei ele até a porta e fiz ele sair, assim que bati com ela eu me joguei no chão e chorei. Ele tinha ido embora, assim como meu pai. Mas a diferença é que meu pai foi por conta de uma doença e Alex me deixou doente. Eu sei que ele vai tentar voltar pra mim, eu sei que ele vai me assombrar, sei que eu vou ficar marcado por ele pra sempre.

Eu comecei a chorar e gritar mais forte, minha mãe entrou em casa com Bea e as duas se assustaram, vindo me acalmar.

– Ele partiu seu coração, meu filho? -eu assenti-.

– Não só o coração, mãe.

As duas ficaram comigo ate que eu me recompus. Subi para o quarto, tomei um banho, entrei em meu instagram e apaguei todas as fotos que ja tinha postado com o cara que achei que eu iria casar. Burro. Era isso que eu era.

Ligação

– Alo, Henry? Você está bem?

– Nora, você pode me fazer companhia? Por favor.

– Claro, meu amor. Eu já estou indo.

Ligação off

(...)

Três dias depois...

Eu finalmente tinha voltado para a escola. Demorei porque minha mãe me mudou de sala e ela não queria que eu fosse pra escola antes de ficar minimamente bem. A verdade é que eu estava acabado, mas estava fazendo de tudo pra não transparecer. Eu não ia sair como o idiota mais uma vez.

– Preparado? -Nora perguntou e eu assenti-.

Quando entrei, meus amigos vieram me perguntar como eu estava e eu dei respostas automáticas, meu dia só se iluminou quando Rafael chegou e se sentou ao meu lado.

– Sinto muito, Henry. Eu não sabia da história, mas saiba que estou aqui pra você.

– Sua presença me faz bem, Rafa. É o suficiente -ele sorriu e eu retribui-.

Nora nos encarava com uma cara de quem achava que um dia nós iríamos nos casar, mas eu não estava pensando nisso. Nunca mais eu queria me envolver com ninguém, Alex ja tinha levado todo meu coração.

Por falar em Alex, vi ele me encarando varias vezes, mas decidi ignorar por completo, eu iria tratar ele como um morto.

– Hen, eu sei que você ta passando por uma barra, então eu e sua mãe decidimos trazer uma pessoa aqui que você gosta muito.

Encarei Nora sem entender nada, mas quando vi o rosto do meu melhor amigo me encarando, o mundo parou. Eu não acreditava que Pezz estava ali, bem na minha frente e sorrindo pra mim. Eu praticamente pulei em seus braços e ele me acolheu com aquele abraço tão familiar.

– Estou aqui com você.

– Como foi que você conseguiu voltar pra cá?

– Você sabe que meu pai é milionário e que não se importa muito comigo. Não precisei fazer muito esforço -ele sorriu-.

Pezz se mudou pra longe há um tempo, então nós não nos víamos muito e nem conversávamos muito também, pois vivíamos ocupados. Mas ver o meu melhor amigo de infância ali, me abraçando e prometendo que tudo ficaria bem, me deu forças que eu nem sabia que guardava dentro de mim.

– Agora eu estou aqui, Henry. E nós vamos provar pra você mesmo que você não precisa de um idiota texano qualquer. Você precisa de gente que te ame de verdade.

Eu sorri para o meu melhor amigo. Que saudades.