Prólogo - Silver

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Reino de Aria Ventet, Verão do ano de 1537 d.P.. Em um pequeno vilarejo de nome: Low Orchad, no Sul do Reino.

No início daquele dia, ela estava junto de sua mãe, na floresta mais uma vez. Elas eram as únicas que sabiam em qual lugar daquela floresta tinha um pomar. O que era até incrível, que ainda existisse uma floresta verde e tão densa naquela cidade que a família real não passava há décadas.

A jovem garota Arte, estava colhendo maçãs, enquanto sua mãe Artemis fazia o processo de tirar o miolo dela, e tirar suas sementes, guardando em um saco de pano.

Aquele pomar era a parte mais agradável da floresta. Tinha um aroma de frutas frescas que se limitava apenas àquela área devido ao vento não chegar até ali para espalhar o aroma, era de fato isso, que fazia aquela parte ainda não ter sido descoberta.

Deve se dizer, aquele era claramente um pomar feito pelo homem. As árvores ficavam na orientação de um círculo quase perfeito, com a distância perfeita entre eles crescerem saudáveis, sem serem prejudicados pelas plantas ao redor.

— Mãe! Acho que colhi o suficiente de maçãs por hoje! Imagino que o papai precisa vir aqui depois para fortalecer as árvores. — Dizia Arte iluminando o seu calmo rosto, como se fosse mais um dia.

Ela virava o rosto para sua mãe que estava sentada no chão, com um vestido quase igual ao dela. Afinal, Arte herdava os vestidos de sua mãe.

— Muito bem! Me ajude a tirar as sementes e então vamos para a feira da cidade. — Artemis dizia iluminando seu rosto com uma expressão de felicidade, olhando sua filha que a encarava com surpresa por suas palavras.

O motivo da surpresa de Arte, era que sua mãe nunca havia dado a ela a chance de fazer aquela atividade, por mais que a moça pedisse. Arte agora com um sorriso idêntico ao de sua mãe, caminhava na direção dela, descalça sentindo a grama nos pés, e segurava a cesta de frutas com uma mão e a barra do seu vestido de pano com a outra.

— Certo! — Disse prontamente, sem questionamentos enquanto se sentava ao lado da sua mãe.

A mãe olhava com um sorriso para a filha, enquanto pegava uma fruta, agora com as sementes retiradas, e guardava em vaso fechado com água. Precisavam ser rápidas, as maçãs tinham que ser vendidas hoje, para não serem perdidas.

— Meu amor, vou te mostrar como se faz... — Ela pegava uma faca e colocava na parte de cima da maçã, ela começava a cortar em círculo e depois analisava que não tinha sementes sobrando dentro dela. — Você tem que ter certeza de que não vai ter nenhuma semente, se os guardas descobrirem…

— Eu sei, mamãe... Vou tomar cuidado! Não vou te decepcionar com isso, não quero que nada de ruim aconteça... — Arte dava um sorriso esperançoso, mesmo sendo perigoso só de saber a existência daquele lugar.

A mãe, satisfeita com a resposta recebida, apenas sorriu. Ela entregou uma faca para a mais nova, que, prontamente começou a cortar do mesmo jeito que acabara de ser ensinada.

— Muito bem, você aprende rápido! — A mais velha dizia com um sorriso no rosto, enquanto amarrava seus cabelos dourados. — Dessa vez, vou deixar você terminar sozinha... Vou trançar seu cabelo, pois hoje você vai à feira comigo.

Arte sorria ouvindo as palavras da sua mãe. Parecia que a conversa de ontem, onde ela pedia para ajudar mais, foi realmente ouvida.

— Não vou decepcionar, mãe! — A jovem dizia sorrindo animada, seus olhos prateados brilhavam olhando para sua mãe e os olhos dela, na mesma sintonia. Eram uma cópia uma da outra, desde a pele levemente queimada de sol, até os dedos que pareciam não servirem para trabalhos pesados.

As Crônicas de Prata: A Queda Do ReinoOnde histórias criam vida. Descubra agora