Cemitério.

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Acabou a vida mansa.
Voltei a trabalhar galera, agora vou demorar mais a postar.
Capítulo não revisado. Tô pensando em criar um negócio aqui só para sequelar vocês igual faço com a Marina, coitada.
Espero que gostem!

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨


Eu nunca tinha vindo aqui, sabia onde minha filha foi enterrada, mas não vim, não vim ao enterro, não me despedi e sempre achei que jamais teria coragem para isso.
Maria Clara era minha vida, eu tinha tantos planos para nós.

-Oi milha filha.

Eu estava sentada na grama onde havia uma pedra com o nome da minha filha. Maria Clara Tebet.

-Eu nunca imaginei que teria forças de vir aqui. Perdão filha. Perdão.

Simone chorava muito, era doloroso estar ali, era um pedaço de si que ela nunca mais teria.

-Eu conheci uma bebê. Ela é exatamente como eu te imaginei filha, branquinha, bochechuda, bochechas e boca rosinha e o cabelinho preto e liso. Ela também se chama Maria Clara, a mamãe dela morreu. Eu espero que não se importe, mas eu deixei ela usar o seu quartinho, ela ainda não tem o dela. Eu também tô amamentando ela filha, o que faz dela sua irmã de leite. Às vezes eu olho para ela e imagino como seria ter você ali. Ter você conosco. Eu, você, ela, Alessandro. Alessandro é o pai dela. Eles... eles têm cuidado de mim desde a sua partida filha.
Eu sinto tanta, tanta sua falta meu amor. Hoje faz um mês do dia mais triste da minha vida, eu só queria ter você aqui, só queria te abraçar e te beijar muito, fazer uma festinha para você. A mamãe te ama muito filha, me perdoa, eu prometo que vou vir te visitar mais vezes, tudo bem? Agora a mamãe tem que ir. Parabéns pelo seu um mês meu amor. Te amo!

Sai de lá arrasada, eu me sentia destruída, parecia que um pedaço de mim tinha sido arrancado, uma dor sem fim, mas eu precisava seguir, não podia me abater, tinha uma pequena em casa que ainda dependia de mim e é por ela que eu tenho tido força para continuar.

Abraço

-Simone...

-Eu precisava ir, eu... eu... eu não consegui ir ao enterro, durante todo esse tempo eu não fui lá uma única vez, renegar o que aconteceu com minha filha e não ir visitar ela seria como negar tudo que vivemos juntas, e eu não podia mais fazer isso com ela.

-Eu jamais irei te julgar por isso, nunca na vida, eu só quero que você saiba que pode contar comigo, eu imagino o quanto deve ter sido difícil para você hoje e você aguentou calada até agora, poderia ter me contado.

-Você tá cheio de trabalho do escritório, ainda tem a Maria, eu não queria te preocupar com isso.

-Simone, não há nada mais importante que o seu bem-estar.

Tirei uma mecha da franja dela do seu rosto e acariciei sua bochecha com o polegar ao mesmo tempo, em que puxava ela para os meus braços, minha vontade era proteger ela para que nada mais de ruim acontecesse.

-Você cuida de mim e da minha filha muito bem Simone, me deixa cuidar de você também.

Ela me apertava naquele abraço em busca de conforto e eu não me importava de ser o conforto dela. Ficamos mais um tempinho ali sem dizer nada, era a nossa atmosfera, daquela família nada tradicional, mas cheia de respeito e empatia. O quarto tinha uma áurea leve e parte disso eu tenho certeza que era pelo fato da minha filha ressonar baixinho enquanto dormia, aquilo nos fazia rir, mas principalmente porque ali havia amor, e eu não falo do amor carnal, falo do amor genuíno, o amor que nos uniu tava bem ali na nossa frente dormindo feito um anjinho.

Voltamos para sala para dar atenção as nossas visitas, conversamos bastante e pude conhecer um pouco mais sobre Simone.

-Então quer dizer que você é a mais quieta das três?

Tudo Por Ela - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora