Batizado

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Oi gente, passei pra dizer que estávamos brigadas, mas já nós resolvemos. Zoando. Eu tava bem sem vontade de escrever mesmo, tenho só inúmeras coisas pra fazer da vida(nada) amigos pra dar conta(carnaval eles me dão trabalho) relacionamento e família, então não tava dando conta.

Esse cap tem algo bem interessante, pq ele é real, bem uma parte dele é real, mas ninguém precisa saber qual é.

É isso, divirtam-se.

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Minha. Meu Deus. Meu Deus, é minha. Ela é minha. Ela é perfeita, a pele clarinha, os olhos castanhos iguais aos meus. O cabelinho pretinho, lisinho igual ao meu. As bochechas. Como eu pude? Como um dia eu pude não te reconhecer? Como um dia eu pude não saber, não perceber? Estava tudo aqui, sempre esteve tudo aqui.
A forma como você parou de chorar, o seu primeiro olhar, a primeira mamada, o seu jeitinho de me segurar enquanto mama, o olhar conectado, a voz, você sempre respondeu a minha voz, como se tivesse ouvido ela toda sua vida. Como eu pude ser tão relapsa a isso?

-Amor.

-Meu amor!

-Ah, oi, o que foi?

-Você tava aí, dispersa, as meninas vão embora, não vai se despedir?

-Claro, claro.

Me despedi da minha mãe e irmãs com a promessa de que iria me cuidar, iria descansar, não iria me estressar e todas as outras coisas que dona Fairte me fez prometer, tendo ao lado um Alessandro muito atencioso comigo.

-A gente pode conversar?

Alessandro falou quando eu fechava a porta do quarto com cuidado para não acordar a Maria.

-A gente precisa na verdade.

-Eu sei que o que eu fiz não foi certo, a forma como eu agi...

-Alessandro, tá tudo bem.

-Não, não está. Não está porque eu sempre disse que se fosse o contrário a nossa situação eu seria para a Maria exatamente o que você demonstrou ser, eu seria para você tudo que você foi para mim, e quando tudo ficou difícil, quando apertou, eu fugi, eu não cumpri.

-Você não fugiu...

-Você entendeu.

-Eu sei...
Eu sei que não foi fácil também, por Deus Alessandro, Deus sabe tudo que eu senti quando eu descobri, e sendo sincera eu nem sei o que sentir em relação a ele, mas eu sei o que sentir em relação a você. Eu queria que doesse em mim, eu já estava acostumada com a dor, eu sabia o que era sentir aquilo, você não. E você não merecia.

-Você também não merecia Simone. Não foi sua culpa, foi culpa dele. Deus... eu vou acabar com ele, Simone.

-Não. Você não vai.

-Você vai defender?

-Não, mas agir de cabeça quente não adianta. Ele não sabe que nós sabemos, isso nos dá vantagem sobre ele, não age de cabeça quente amor...

Me aproximei do sofá onde ele estava sentado e sentei em uma de suas pernas, ele apoiou uma das mãos nas minhas costas e a outra e a outra na minha barriga.

-Perdoa o papai bebê. Papai foi um chato.

-Ah isso você foi mesmo.

-Eeei!

-Mas a gente te ama mesmo assim.

Disse dando um selinho nele.

Nós sabíamos que nem de longe aquilo era o fim, tudo que aconteceu, tudo que descobrimos é muito sério, não haveria como deixar passar como um caso ou evento isolado, mas naquele momento éramos apenas nós quatro. Nós e nossos filhos.
Nós ainda não sabíamos o que fazer em relação ao Eduardo e nem sobre tudo que havia acontecido, mas o fato era que agora não era o momento de pensar naquilo, só queríamos que a nossa filha se recuperasse é que a nossa família ficasse bem, unida.
A recuperação da Maria não demorou, ficamos mais 3 dias no hospital por cuidados mesmo, confesso que eu gostaria que tivéssemos ficado até mais já que lá tinha uma equipe à disposição da minha pequena, Alessandro e eu revezamos durante esses dias, a nossa pequena recebeu visita das tias babonas e dos avós postiços. Até que finalmente era o dia dela ir pra casa, e eu confesso que o desespero bateu, um bebê com pontos, e se infeccionasse? E se ela machucasse? E se ela sentisse algo? Eram tantos "e se" na minha cabeça mas todos se dissiparam no exato momento em que abri a porta do apartamento enquanto Alessandro estava com ela no colo e lá estavam minha mãe, minhas irmãs, dona Antonia e seu Pedro, e o seu mais novo padrinho, eu nem sabia como eles tinham organizado tudo aquilo mas ao olhar para Alessandro tive a certeza que não tinha somente o dedo como o corpo todo dele metido nisso, já que o sorriso dele saia de orelha a orelha. Entrei e abracei todos, agradeci todo o carinho com nossa pequena e não pude deixar de notar, havia comidinhas gostosas que tem uma cara de Dona Antonia, presentes que tenho certeza que foi o Rodrigo e mamãe, ursinhos e pijamas de bichinhos que eu sabia ser de Marina e botas... nem preciso dizer né?
Não tinha o que temer. Maria Clara tinha a melhor família do mundo e nós daríamos qualquer coisa por ela.

Tudo Por Ela - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora