coração mole

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Depois de parar em uma rua afastada de sua casa, S/n desce da moto de Kazutora, seus quadris doloridos com seu encontro privado dentro do banheiro. Você pediu para que o mais alto o deixasse alguns metros longe, já que não queria dar satisfação aos seus pais, principalmente seu pai, ele o iria encher de perguntas, e não seria possível ter respostas por ser um péssimo mentiroso.

Kaito realmente sumiu naquela festa, e sequer ligou para o celular de S/n pra saber onde o outro garoto estaria, isso foi menos um ponto de sua confiança que tinha em Kaito, sem notificações ou ligações perdidas dele, mostrando sua "preocupação" com o amigo. Kazutora olhava pra S/n com um olhar sereno, o coração dele batia acelerado, não sabendo o motivo de seus batimentos estarem assim somente por olhar pra S/n.

— tem certeza que não quer que eu te deixe em frente a sua casa? — Kazutora desligou a moto girando suas chaves enquanto cruzava os braços, sua perna estava no chão, como apoio para ele e a moto. — pode ser perigoso, já são tarde da noite.

—  não se preocupe comigo, — S/n respondeu com um tom de voz baixo, se abraçando sentindo a brisa fria dos ventos fracos da madrugada. — o perigo está em casa, não na rua.

Kazutora ficou confuso por um momento, refletindo sobre suas palavras, dando conta do peso delas. Ele tinha uma expressão de compreensão e remorso.

— sinto muito — ele diz em um tom de voz com uma mistura de conforto e segurança, apesar de não saber ao certo o que se passa na sua casa. Kazutora entende esse peso de não se sentir seguro em casa, seu passado e sua infância foram violentos e sem o amor dos pais, presenciando agressões e brigas quase todos os dias, mas depois que saiu de casa para dividir apartamento com dois amigos, ele se esforça pra sentir alívio por estar em um ambiente seguro.

— bem, isso não importa agora, então... — S/n desvia o olhar, começando a encarar o chão enquanto sentia timidez. — tenho que ir, até mais, Kazutora.

Quando estava prestes a dar as costas ao outro, ele se inclinou rapidamente enquanto segurava seu pulso em um toque leve, e ao perceber as suas atitudes, Kazutora recua e desvia o olhar.

— podemos marcar de nos vermos em algum dia? — a pergunta de Kazutora fez seu coração bater forte, e uma ansiedade toma conta de você.

— sim! — você diz rapidamente, acidentalmente mostrando seu entusiasmo em ter a chance de ver Kazutora novamente, mas S/n logo limpa a garganta e se recompõe. — quero dizer... claro, creio que vai ser legal de nos encontrarmos de novo.

Kazutora soltou uma risada baixa, achando divertido a sua mudança repentina de expressão.

— no próximo final de semana? — Ele sugere, pegando um elástico em seu bolso e prendendo seus fios de cabelo em um rabo de cavalo frouxo, suas mãos voltando as chaves da moto enquanto a ligava novamente, sinal de que eles iriam se despedir e se separar.

— por mim tudo bem. — S/n sorri, o frio da noite foi substituído por um calor agradável que correu pelo seu corpo, o fazendo esquecer das brisas geladas. E antes da despedida, Kazutora e S/n pegam o contato um do outro.

A caminhada até sua casa foi silenciosa, somente os sons de grilos e a frieza estavam com S/n, a lua estava iluminando os lugares onde a luz do poste não chegava. Sua mente estava em conflito novamente, como era tarde da noite. Era um momento confortável pra S/n, mas essa serenidade foi substituída com o peso de suas atitudes.

Foram bons momentos com Kazutora, mas o fato de que S/n estava em um relacionamento com Sekai não tinha como ser evitado. Estava consciente de seus erros quando se envolveu com Kazutora, e fez por vontade própria, não querendo ser covarde ao ponto de colocar a culpa na bebida.

Sempre você [Kazutora X Male reader]Onde histórias criam vida. Descubra agora