Until the prom night

Espaço pessoal

"Não vou recuar, não vou pedir espaço
Porque espaço é apenas uma palavra
Inventada por alguém que tinha medo de ficar muito

Perto, ooh"

Close - Nick Jonas FT Tove lo

Seus olhos não emanam energia negativa, a figura de Khaotung não emana energia positiva, eles não são metal e ímã, não são feitos apenas de física, e ainda sim, First sente que está sempre sendo atraído até ele, sua força é sempre constante contando que possa seguir cada movimento que o corpo de Khaotung provém, sempre curvando aquelas lábios em um sorriso fofo, fechando aqueles olhos tão pequenos quanto seu corpo, balançando os fios de cabelo castanhos, soprando ele para longe só para que First se veja rastejando até ele. Não é comum, talvez previsível, mas não comum ou frequente, que ele se sinta tão impelido a estar próximo de alguém, protegê-lo, o adorar. Kanaphan está a semanas tentando entender o que há em Thanawat que só ele parece ver, o que o fez abordar um estranho e dizer que seria seu par, o que o impediu de quebrar uma promessa impulsiva, o que continua o puxando para perto do baixinho que mal procura por ele, que se esquiva, retrai e inconscientemente o expulsa sempre que invade seu espaço. Como em tão pouco tempo, Khaotung se tornou um aspecto crucial em seu dia a dia?

— Você tem uma quedinha por ele.

É tudo que seu melhor amigo consegue lhe oferecer como resposta, uma que soa óbvia em seus lábios, mas surreal na cabeça do mais alto.

— Por deus Neo, como você pode resumir tudo a isso?

— Eu não sou psicólogo para analisar cada sentimento seu e traduzir essas palavras difíceis que você tirou da puta que pariu para falar que tá afim do seu novo amigo.

— Realmente First, você não pode falar como uma pessoa normal? É tão difícil dizer “Ei, eu acho ele gostoso, o que vocês acham sobre isso?” ? — Force diz parecendo cansado da conversa que parecia se prolongar e não chegar a uma conclusão.

— Não, porque não é isso o que eu quero dizer!

— Cara, você gosta da companhia dele, quer ficar perto e parece a merda de um psicopata encarando ele de longe, o que você acha que isso é?

— Sei lá Mark, admiração? Eu nunca conheci alguém como ele.

— Será que é porque todos nós somos pessoas individuais que se portam e se mostram de formas únicas?

— Ah cala a boca Earth, ‘cê tá falando que nem ele agora, perdeu total a credibilidade.

— Eu tô tentando falar a língua dele, Neo!

— Vocês são tão idiotas, não dá para conversar com ninguém aqui.

É dramática a forma que o capitão levanta da mesa de forma barulhenta, e seus amigos o encaram em uma mistura de confusão e divertimento, enquanto o vêem caminhar até a mesa daquele que era o principal ponto da conversa que trocavam a pouco.

Foi uma ação impulsiva, como todas que ele se via cometendo quando se tratava de Khaotung, ele sequer percebe o que fez até estar na mesa do garoto, com todos os seus amigos o observando. Ele precisa de uma desculpa para estar ali, uma boa e convincente, porque apenas querer estar ali não basta.

— Phi? O que foi, está tudo bem?

A voz dele é sempre doce quando não estão sozinhos, como se não pudesse mostrar a real natureza de sua recente amizade, onde ele sempre implicava com First, brigava antes de ceder, o derrubava no chão só para oferecer a mão depois. Thanawat precisava ser amargo antes de se mostrar doce, mas isso só quando estavam sozinhos.