A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Seoul. Como de costume, as mãe ambiciosas já estão ávidas por encontrar um Alfa adequados para seus filhos e filhas ômegas. Ao que tudo indica o solteiro mais cobiçado do ano será Hwang Hyun...
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Hwang Hyunjin sempre soube que morreria jovem.
Não, não na infância. O pequeno Hyunjin nunca teve motivos para refletir sobre a própria mortalidade. Seus primeiros anos de vida, desde o nascimento, foram o sonho de qualquer menino.
Ele era herdeiro de um antigo e abastado viscondado. Ao contrário de outros casais aristocratas, porém, os Hwang eram muito apaixonados um pelo outro e consideravam o nascimento de seu primeiro bebê a chegada de um filho, não só a de um herdeiro.
Portanto, não houve festas nem festivais; nenhuma comemoração além do olhar orgulhoso que os pais lançaram à criança.
Yoona e Junho foram pais jovens. Ele acabara de completar 20 anos e a esposa tinha apenas 18, mas eram sensatos e fortes e amavam o filho com uma intensidade e uma devoção raramente vistas em seu circulo social. Para horror de sua mãe, Yoona insistira em amamentar o bebê, e Junho nunca concordara com a visão geral de que os pais não deviam conviver nem conver- sar com os filhos. Ele levava o menino em longas caminhadas pelos campos de Seoul, falava-lhe sobre filosofia e poesia antes mesmo que ele compreendesse as palavras e lhe contava, todas as noites, uma história para embalar seu sono.
Como o visconde e a viscondessa eram muito jovens e apaixonados, ninguém se surpreendeu quando, apenas dois anos depois do nascimento de Hyunjin, um irmãozinho mais novo, batizado com o nome de Bangchan, juntou-se a ele. Junho logo adaptou a rotina diária para levar os dois filhos em suas caminhadas e passou uma semana metido nos estábulos trabalhando com o coureiro para criar uma mochila especial que mantivesse Hyunjin preso às suas costas enquanto o bebê, Bangchan, ia em seus braços.
Os três percorriam os campos e cruzavam riachos, com o pai discorrendo sobre coisas maravilhosas flores perfeitas, céus azuis e limpidos, cavaleiros em armaduras reluzentes e donzelas em perigo. Yoona costumava achar graça ao vê-los retornar com os cabelos revoltos pelo vento e queimados de sol, e ao ouvir Junho dizer: "Viu? Aqui está nossa donzela em perigo. Nós temos que salvá-la!" Hyunjin se lançava nos braços da mãe, rindo ao jurar protegê-la do dragão que cuspia fogo e que eles tinham visto a apenas três quilômetros na estrada que levava à aldeia.
- Três quilômetros? - sussurrava Yoona, com a voz mais horrorizada que era capaz de produzir. - Meu Deus, o que seria de mim sem três alfas fortes para me proteger?
- Bangchan é um bebê. - observava Hyunjin.
- Mas ele vai crescer - costumava responder a mãe, desgrenhando os cabelos do menino - Assim como você. Ainda vai crescer muito.
Junho sempre tratara os filhos com o mesmo afeto e devoção, porém, tarde da noite, quando Hyunjin aninhava o relógio de bolso dos Hwang no peito (que Junho, que o recebera do próprio pai em seu 8º aniversário, lhe dera quando completara 8 anos), gostava de pensar que sua relação com ele era especial. Não que Junho o amasse mais - na época os irmãos Hwang já eram quatro (Niki e Jisung nasceram bem próximos um do outro), e Hyunjin sabia muito bem que todos eram muito amados.