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𝐎𝐋𝐈𝐕𝐈𝐀 𝐂𝐀𝐒𝐓𝐑𝐎 𝐍𝐀̃𝐎 conseguia conter sua felicidade por todas as coisas boas que estavam acontecendo na sua vida; ela havia conseguido abrir sua própria loja e estava tendo todo o sucesso que sempre d...
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Ao entrar na sala, meu coração acelerou ao vê-los todos no sofá. Uma onda de surpresa e nervosismo tomou conta de mim, e o silêncio que se seguiu assim que adentramos foi ensurdecedor. Ao se levantarem, pude perceber nas expressões deles uma mistura de surpresa e desagrado. A tensão no ar era palpável, e eu me vi nervosa, sem saber ao certo como lidar com aquela inesperada situação.
─ Pablo, o que essa garota está fazendo aqui? ─ Dona Isabel, mãe de Pablo, perguntou, levantando-se do sofá.
─ A Oli está de volta, mãe. ─ Pablo respondeu tranquilamente. ─ E com uma novidade incrível... ─ Ele alisou minha barriga.
O olhar deles desceu para a minha barriga; a surpresa da família dele foi palpável, mas infelizmente não se traduziu em felicidade imediata. Aaron, o irmão do meio de Pablo, pareceu ter ficado bastante alegre com a notícia, ao contrário do seu irmão mais velho e de sua mãe. A notícia não foi recebida por eles com a alegria esperada, e eu me vi diante de um momento delicado, que eu tentei evitar desde que retornei a Barcelona.
─ Descobrimos que estou grávida de gêmeos. Duas lindas bebezinhas. ─ Eu contei, alisando a minha barriga.
─ Isso é sério? ─ Samuel, o irmão mais velho, soltou um riso desacreditado. ─ Vocês acharam que fingir um casamento era a solução? Agora, você volta grávida, e acredita que isso vai consertar tudo?
─ Eu sei que é complicado de entender, mas Pablo e eu estamos comprometidos em fazer isso funcionar. Fizemos o que parecia certo na época. ─ Eu expliquei tentando arrancar algum tipo de compreensão deles.
─ É inacreditável que você trouxe um filho para essa confusão, Olivia. Como podemos confiar em vocês agora? ─ A mãe dele perguntou.
─ Isso se o filho for realmente dele... ─ Samuel me acusou. Eu sequer consigo acreditar nas palavras que acabaram de sair da boca dele.
Ao ouvir aquilo, Pablo não hesitou e, em um impulso, desferiu um soco direto na direção dele. O som do impacto ecoou pela sala, enquanto o choque se estampava no meu rosto e no de Dona Isabel. Em meio à tensão, pude sentir um misto de emoções, eu fiquei incrédula e preocupada que Pablo se machucasse ainda mais. Porém também sei que o seu gesto impulsivo revelou o quanto ele se preocupa em me proteger.
Aaron entrou no meio dos dois, tipo um escudo humano, tentando evitar que Samuel revidasse e se tornasse uma confusão ainda mais grave.
─ Pablo, acalme-se, por favor! ─ Eu pedi, tentei me aproximar dele, mas senti uma dor abdominal, como uma cólica muito forte, e me sentei na cadeira mais próxima. Doía muito, porém não quero falar nada para não preocupar Pablo.
─ Isso tudo é culpa sua, Olivia. Além de mentir, agora está colocando meu filho contra a própria família. ─ Dona Isabel gritou, e as suas palavras me atingiram como uma estaca, pois eu sei que ela está certa.
─ Mãe, não piora as coisas, pelo amor de Deus! ─ Aaron pediu.
O desconforto começou a crescer ainda mais pelo meu corpo, e eu temo que algo de ruim possa acontecer com as minhas meninas.
─ Eu entendo que seja difícil entender. Não foi fácil para mim também, e eu sei que errei. Mas queremos construir uma família juntos e dar as nossas filhas uma vida boa. ─ Eu disse em meio ao mal-estar que sentia.
─ Você está pedindo compreensão depois de nos enganar assim? Não acho que possa confiar em você novamente. ─ Ela respondeu.
─ Eu não estou pedindo que entendam, mas... ─ Não consegui terminar, um grito saiu da minha garganta, a dor parecia ter piorado.
─ Oli, você está bem? ─ Pablo perguntou correndo em minha direção.
─ Pablo, estou me sentindo tão fraca. Algo não está certo.
─ Vamos ao médico, Olivia. Não podemos ignorar isso. ─ Ele disse preocupado. ─ Aaron, você pode levar ela para o carro? ─ Ele pediu e o seu irmão concordou, me apoiando em seus braços para que eu levantasse.
─ Se algo acontecer com a Olivia ou com as minhas filhas, eu juro que nunca vou perdoar vocês. ─ Pude ouvir Pablo falar para seu irmão e sua mãe.
Enquanto Aaron dirigia com firmeza, eu me encontrava na parte de trás do carro, sentada ao lado de Pablo. O cenário lá fora parecia borrado, pois minha atenção estava totalmente voltada para as fortes dores abdominais que me assolavam. Minha preocupação aumentava a cada quilômetro percorrido, pensando no bem-estar das nossas gêmeas.
Pablo tentava transmitir calma, mas o medo se instalava em mim. O coração acelerado, eu rezava silenciosamente para que chegássemos ao destino sem complicações.
Parado no meio de um engarrafamento, eu senti algo escorrer pelas minhas pernas, abrir elas lentamente, avistando um sangramento. Só há uma explicação para isso, eu não quero acreditar, mas sei exatamente o que está acontecendo.
Neste momento, sinto a dor física se misturar à dor emocional, criando um sofrimento que eu não consigo suportar. Segurei a mão de Pablo, buscando um consolo na presença dele; Gavi sequer sabe o que está acontecendo, e o meu peito já parte só de imaginar sua reação.
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