Já era tarde, estava frio e escurencendo, uma noite quando Alicent entrou gritando no salão, ela gritava sozinha em desespero e agonia consigo mesma. Sor Otto a observava a espreita no canto de uma das finas colunas do salão, ele caminhou sem pressa até a filha interrompendo seu colapso.
- onde esta a sua cabeça Alicent? Sua postura.
Alicent apenas queria chorar, gritar, no fundo ela sabia que eram resultados de ações de seu sangue, dela, sua família. Ela apertava as mãos com força e fechou os olhos como costuma fazer quando ora pelos deuses. Por piedade da ira e raiva.
- A ponte da tempestade...Lord Borros reconsiderou suas lealdades, Abandonou Aegon e o próprio rei dele. Agora, jurou lealdade a Rhaenyra e aos Negros, dando-lhes um apoio significativo!
A notícia pegou seu pai desprevenido o fazendo repensar seus planos e conquistas até onde chegou, ele caminha sem demonstra preocupações.
- não há com que se preocupar. Eles ainda são menos, Aemond tratará de cuidar disso.
- ele não pode - ela interrompe passando as mãos pelas joias de seu vestido - Amanhã é a comemoração de Aemond e Haelena.
- Haelena?
Alicent fecha seus olhos e balança a cabeça se lembrando de que havia deixado seu pai de fora dos assuntos
- desculpe, eu esqueci de mencionar com tantas coisas acontecendo. Eu tomei a liberdade de juntar os dois.
- e quanto a Aegon? - Ele caminha a frente aumentando o tom de voz - ele é rei precisa de herdeiros imediatamente!
- Aegon rejeita Haelena constantemente. Ele não sente amor ou prazer com ela. Anular o casamento é o melhor caminho. Optei por uni-la a Aemond, garantindo uma aliança estratégica. Quanto a Aegon, ele terá que cumprir suas obrigações reais, mesmo que não sinta afeto por Haelena.
Otto se manteve calado por um momento, projetando as peças em sua mente até que se encaixe com uma peça sua. Uma peça do seu tabuleiro único. Alicent optou por focar em apenas algo no momento, o casamento de seu filho e sua filha, era importante que eles tivessem mais um elo na família, um laço mais forte, Alicent estava com o pensamento de fazer com que Aegon casa-se com uma mulher de uma classe mais alta e poderosa, o que estava sendo difícil no momento.
Todo o céu estava nublado e o clima frio, por fora podia se ver um castelo e um reino pacífico e calmo, apenas os sons de aves e espadas de treinamento se batendo ao som livre, mas por dentro, por dentro se podia não só ver o caos, mas também senti-lo, tudo virou cochichos e boatos mal falados quando Aegon adentrou o salão depois de horas fora em batalha, suas luvas já não estavam mais em suas mãos, perdidas no mar, seu cabelo platinado molhado, e bagunçado, sujo de terra como suas botas cheias de água e sua armadura rangendo pela quantidade de água em contato. E em sua cabeça, sua coroa, úmida. Aegon adentrou a sala do trono pisando fundo, seu lábio cortado e sua cabeça uma bagunça, era possível se ouvir a risada de Aemond de fundo no canto do salão.
- o que houve? Até parece que Jace o detonou. O que foi meu irmão? Ele por a caso tentou te afogar?
Aegon revirou os olhos tentando ao menos ajeitar seu cabelo em péssimo estado, o sarcasmo na voz de Aemond o tirou um sorriso..
- quase isso? E você meu irmão? Ainda brincando de babá?
O sorriso de Aemond sumiu, não era tão legal quando se tratava de Lucerys no meio da conversa, principalmente depois do ocorrido, Aemond caminhou em passos lentos até seu irmão e se jogava no trono ainda um pouco ofegante.
- matou Jace?
As palavras ditas fizeram Aegon suspirar jogando a cabeça para trás e apertando suas mãos em punhos.
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Entre ódio e sangue - Lucemond
FantasyLuceryes e Aemond ambos cavaleiros do Dragão e ambos inimigos, essa é uma história de ódio e sangue, repleta de vingança, dragões e uma luta insana pelo controle, controle de um trono cobiçado, controle de poder, e controle de si mesmo, controle de...