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Pov S/n

O velório ao ar livre tinha uma aura única, permeada pela suave melodia da chuva que caía do céu em um lamento silencioso. As gotas d'água dançavam sobre as pétalas das flores, criando círculos efêmeros que espelhavam a efemeridade da vida. As sombras da tristeza misturavam-se com as nuances de cinza do céu nublado, criando um cenário onde as lágrimas da natureza encontravam-se com as lágrimas humanas.

Eu estava ali, no meio desse espetáculo de despedida, segurando as mãos de Luisa enquanto enfrentávamos juntas a tempestade emocional e literal. A chuva caía sobre nós, como se o céu também compartilhasse nossa dor, chorando em solidariedade à perda que estávamos enfrentando.

O caixão, estava posicionado no centro de um círculo formado por amigos. As flores molhadas adornavam cada canto, refletindo a tristeza que pairava no coração de todos. O som da chuva criava uma sinfonia suave e triste, um acompanhamento melancólico para as palavras compartilhadas durante a cerimônia.

 O som da chuva criava uma sinfonia suave e triste, um acompanhamento melancólico para as palavras compartilhadas durante a cerimônia

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Enquanto a chuva escorria por nossos rostos, as lembranças da minha avó ganhavam uma nova camada de emoção. Cada gota que tocava minha pele parecia um lembrete da efemeridade da vida e da transitoriedade dos momentos que compartilhamos com aqueles que amamos.

Os presentes se abrigavam sob guarda-chuvas, mas a água que caía do céu não podia conter a tristeza que fluía livremente.

Meus olhos estavam fixos no túmulo recém-fechado, observando as gotas de chuva colidirem com a terra úmida. A sensação gelada da água escorrendo por meu rosto misturava-se com as lágrimas que teimavam em cair. A cada gota, uma lembrança, uma saudade.

Luisa tinha se despedido com um selinho e enquanto a maioria das pessoas se dispersava, eu permanecia ali, imóvel diante da sepultura recentemente fechada. Cada batida da chuva sobre as flores recém-depositadas ecoava como uma despedida silenciosa. Não queria deixar esse lugar, como se ao ficar, pudesse manter viva a conexão com minha avó.

Foi então que percebi uma presença ao meu lado, um suave movimento no ar úmido da chuva. Inicialmente, pensei que fosse Luisa que tinha voltado, buscando compartilhar esse momento de solidão. No entanto, ao me virar, encontrei os olhos preocupados de Hailee.

Ela estava ali, parada na chuva, oferecendo-me seu apoio silencioso. Era como se nossas diferenças e desentendimentos se tornassem insignificantes diante da perda que compartilhávamos.

Foi quando reparei que Hailee não estava usando um guarda-chuva. Preocupada, comentei: "Você vai ficar doente assim, Hailee. Deveria se abrigar da chuva."

Ela sorriu, respondendo com um tom leve: "Você também, S/n." Mesmo naquele momento sombrio, o sorriso dela trouxe um pequeno raio de luz para a tristeza que nos envolvia.

A chuva continuava a cair, suas gotas persistentes batendo no solo molhado do cemitério. Eu sabia que precisava seguir em frente, mesmo que a dor da perda ainda pesasse em meu peito. Elizabeth e Scarlett se aproximaram, seus rostos refletindo compaixão e tristeza.

Segredos do Coração - Hailee e S/n(G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora