Hailee, a extrovertida e sentimental garota, e S/n, uma jovem intersexual tímida e Nerd, tiveram sua amizade de infância despedaçada por um mal-entendido.
No reino volátil do ensino médio, Hailee se encontra em um círculo popular enquanto S/n perman...
As paredes do quarto escuro pareciam se fechar ao meu redor, cada dia mais sufocante e opressivo. Eu contava o tempo pelos raios de luz que se infiltravam pela pequena janela, uma visão efêmera do mundo exterior que me era negado. Supus que haviam se passado cerca de dez dias desde que fui cruelmente arrancada da minha vida.
A fome e a sede eram companheiras constantes, minhas únicas refeições eram três bolachas de água e sal e meio copo de água que Niall, deixava duas vezes ao dia. A escassez era evidente, e meu corpo enfraquecia a cada hora que passava. As correntes que me mantinham prisioneira deixavam cortes profundos e vermelhos em meus pulsos, uma cruel lembrança da minha impotência.
"Eu não aquento mais......" murmurei para mim mesma, a voz fraca ecoando nas paredes sem piedade. Cada palavra proferida parecia uma prece desesperada, um pedido silencioso por liberdade.
A saudade das minhas mães e de Hailee era uma dor constante. Imaginar o desespero delas me cortava mais profundamente do que as correntes em meus pulsos. A voz de Hailee, seu sorriso e o calor dos seus abraços eram um bálsamo que eu ansiava, mas que pareciam cada vez mais distantes.
"Elas devem estar tão preocupadas," murmurei, as lágrimas misturando-se com a sujeira em meu rosto. "Hailee, eu sinto tanto a sua falta. Se ao menos eu pudesse ver seu sorriso mais uma vez..."
O frio penetrante na cela parecia se alojar em meus ossos, tornando cada tremor mais intenso. A fraqueza era minha companheira constante, uma sensação que me envolvia como uma mortalha. O chão úmido e gelado parecia sugar o calor restante de meu corpo.
"Não aguento mais..." sussurrei para o vazio, minhas palavras sendo engolidas pela escuridão. O desespero se infiltrava em cada recanto da minha mente, corroendo a esperança que eu ainda tentava manter.
O frio se intensificava, transformando-se em uma mordida dolorosa que cortava minha pele. Eu tremia involuntariamente, abraçando meu próprio corpo na vã tentativa de encontrar algum calor. A fraqueza se apoderava de mim, tanto física quanto emocionalmente.
"Por que isso está acontecendo comigo?" A pergunta ecoou na escuridão, sem resposta. O desespero se transformava em um poço profundo, sugando minha energia e esperança. Cada respiração tornava-se um esforço, e a ideia de continuar lutando parecia cada vez mais distante.
As correntes impediam qualquer movimento significativo, deixando-me encurralada em minha própria agonia. Cada pensamento era um peso, e a ideia de nunca mais ver o rosto amoroso de Hailee ou sentir o calor reconfortante de minhas mães me sufocava.
O choro tomou conta de mim, soluços profundos que ecoavam na escuridão. "Eu não posso mais suportar isso. Eu quero acabar com essa dor...Deus, se o Senhor estiver me escutando, me leva....porfavor....." As palavras escapavam de mim em um fio trêmulo, revelando um pensamento que nunca imaginei considerar.
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